
- Nº 1793 (2008/04/10)
Universidade do Porto
Fundir para privatizar
Juventude
O Governo vai fundir as 15 faculdades da Universidade do Porto, acabando com a sua autonomia e estrangulando, ainda mais, o seu já apertado financiamento.
«Querem com isto transformar um direito, consagrado na Constituição da República Portuguesa, num negócio para encher os bolsos dos interesses privados, que têm como última preocupação a democratização do acesso ao ensino superior e como primeira das suas intenções, o objectivo de sugar o tutano da formação cientifica, tecnológica, artística e humana da maior universidade do país», alerta a JCP.
Para os jovens comunistas, a estratégia do Governo, ao serviço dos interesses económicos e financeiros, «é perversa, embora fácil de decifrar».
«Do “conselho de sábios”, que se constitui numa Assembleia Estatutária (criada recentemente através do desastroso Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior), veio a público a intensão em passar a Universidade do Porto a fundação (leia-se privatizar) e o eco, do qual pouco ou nada se diz de minimamente honesto, da fusão da Faculdade de Ciências com a Faculdade de Engenharia, tal e qual a linha de produção, em que a investigação cientifica fica castrada aos interesses gananciosos e o desenvolvimento tecnológico submetido quem sabe, ao MIT (Massachusetts Institute of Technology) e vendido a retalho aos clientes mais amigos», acusa a JCP, acrescentando: «Não é assim de estranhar o recente acordo entre a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com a empresa multinacional de semi-condutores Qimonda, que passa a contar com estudantes a trabalhar sem remuneração, através de uma cadeira criada para o efeito».