Al Gore arrefece

Dois dias antes de ter sido premiado com o Prémio Nobel da Paz e depois de ter recebido um Óscar de Hollywood para o melhor filme-documentário do ano passado, subordinado aos problemas do aquecimento global, «Uma verdade inconveniente», o ex-candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, viu, dia 11, o Supremo Tribunal Britânico sentenciá-lo por considerar que o filme contém, pelo menos, nove passagens alarmistas.
O processo foi movido pelo director de uma escola da região de Kent, Stewart Dimmmock, que pretendia ver proibida a exibição do filme nas escolas britânicas.
Sobre a possibilidade de o mar poder vir a subir 7 metros devido ao degelo da Gronelândia, desalojando milhões de pessoas, como consta do documentário, o tribunal, corroborado por especialistas do Governo britânico, concluiu que essa hipótese só poderá ocorrer daqui a milhares de anos. Quanto à ideia de haver ursos polares a afogar-se devido ao degelo no Ártico, o tribunal mencionou um estudo segundo o qual os quatro ursos referidos no filme morreram, mas sim devido a uma tempestade e não ao degelo.
O Supremo também não acatou os fundamentos segundo os quais o derretimento das neves do monte Kilimanjaro ou a seca no Lago Chade, em África, sejam motivados pelo aquecimento global. O uso de imagens do furacão Katrina, que assolou os Estados Unidos, foi também considerado exagerado, uma vez que a catástrofe não se deveu unicamente ao ciclone ou a alterações climáticas mas também a negligências na manutenção de estruturas que deviam ter contido as águas.
O juiz concluiu que o filme tem um conteúdo mais político do que científico e que adoptá-lo nos estabelecimentos de ensino seria uma flagrante violação das leis educacionais britânicas. Por isso, só poderá ser exibido se os professores salientarem estas questões e apresentarem outros pontos de vista sobre o problema.


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