- Nº 1763 (2007/09/13)
Brigadas de contacto

Esclarecer para recrutar

Festa do Avante!
«Pelos direitos e liberdades democráticas» foi o tema adoptado este ano pelas brigadas de contacto da JCP, que abordaram centenas de jovens visitantes da Festa. O objectivo é «recrutar e esclarecer, sobretudo esclarecer para o recrutamento», como afirma João Tiago Silva, da direcção da JCP.

Quem integra as brigadas tem uma preparação prévia sobre o tema, com base num documento de várias páginas e de conversas com outros militantes. Parte, pois, para o contacto com os visitantes bastante preparado para conversar, tirar dúvidas e dar exemplos.
João Tiago considera que «tem sido muito importante ir à conversa sobre este tema. Está ligado à nossa actividade e ao que temos sentido nos últimos tempos e surge no seguimento da campanha nacional sobre direitos e liberdades democráticas. Sentimos este ataque todos os dias», sublinha, exemplificando com os muitos casos de conselhos executivos de escolas que tentam impedir eleições para as associações de estudantes ou a realização de reuniões gerais de alunos (RGAs). Ou os governos civis que pressionam para que não se realizem manifestações.
«Na greve geral houve muitos ataques aos direitos dos trabalhadores, ao direito à greve. O patronato fez pressão dentro das empresas para que os funcionários não aderissem à greve, registou-se uma presença exagerada de forças policiais para quebrar a unidade à porta das fábricas, posteriormente houve uma repressão sobre os trabalhadores que aderiram... A democracia não pode ficar à porta das empresas e das escolas, tem de entrar lá dentro.»
Nas suas conversas com os visitantes, as brigadas de contacto apresentam exemplos concretos, falam do casos de impedimento pelas autoridades de distribuições de folhetos e da pintura de murais, de limitações aos delegados sindicais dentro das empresas, da tentativa de ilegalizar a União da Juventude Comunista Checa (KSM) e do braqueamento do fascismo.
«Não falamos dos direitos e liberdades democráticas de uma forma abstracta, relacionamo-los com o dia-a-dia e explicamos que a melhor forma de defender os direitos é exercê-los. Primeiro há que conhecer os direitos, depois exercê-los efectivamente e organizarmo-nos para a luta», defende João Tiago.
«Estes ataques aos direitos e liberdades não são novos, sempre existiram, mas agora reconhecem-se faces mais agressivas e multifacetadas. Temos um combate muito grande a fazer, especialmente um combate ideológico e depois pela prática, todos os dias», salienta.
Mas não são apenas os militantes que vão ao encontro dos visitantes da Festa. Também estes se dirigem à JCP procurando saber mais. «Ainda agora duas raparigas vieram à banca fazer perguntas sobre posições da JCP, numa sede ideológica muito grande. Isto não se dissocia da nossa Festa. Chegam aqui, vêem uma Festa desta dimensão, construída de forma voluntária, encontram milhares de pessoas e surge a vontade de saber mais, de perceber. Sabem que não é só nestes três dias que os comunistas trabalham, que durante todo o ano estão organizados e têm actividade, que lutam pela melhoria das condições de vida», declara.