Emancipação da mulher é parte da luta de classes
Foi anteontem lançado em Lisboa, com a presença de Jerónimo de Sousa, o livro das Edições Avante! «Clara Zetkin e a luta das mulheres – uma análise inconformada, um percurso coerente».
Clara Zetkin nasceu há 150 anos
Clara Zetkin não foi apenas «uma das muitas destacadas personalidades» que se ocuparam da questão feminina. Para o secretário-geral do PCP, a contribuição da revolucionária alemã para a teoria da emancipação da mulher é «inestimável» e não pode ser esquecida. Além do mais, algumas das suas principais reflexões mantêm, hoje, uma enorme actualidade. Daí a importância da obra agora editada pelas Edições Avante! e pela Organização das Mulheres Comunistas, realçou o dirigente comunista.
Na obra, assinalou Jerónimo de Sousa, é dado destaque à intervenção de Clara Zetkin e ao modo como a sua intervenção política se caracterizou pela «combinação entre uma actividade prática e uma teoria revolucionária». Na verdade, realçou, Clara Zetkin «não só deu um importante contributo no exame da situação de subalternização política, económica, social e cultural a que as mulheres estavam sujeitas, analisando as suas causas, como mostrou a absoluta necessidade de transformação política e social pela força da acção organizada das trabalhadoras no quadro do movimento operário e revolucionário».
Clara Zetkin, que era dirigente do Partido Comunista Alemão e da III Internacional, desenvolveu também uma «intensa actividade visando a organização das trabalhadoras e a incorporação das suas reivindicações na causa de todo o movimento operário e comunista», prosseguiu Jerónimo de Sousa. Assim, com a comunista alemã, a luta emancipadora da mulher assumida como parte integrante da luta da classe operária e dos povos contra a exploração, «ganhou nova dimensão e uma coerência muito particular».
Como ela própria afirmou, e Jerónimo de Sousa citou, «a emancipação da mulher, como de todo o género humano, só se tornará realidade no dia em que o trabalho se emancipar do capital. Só na sociedade socialista as mulheres, como os trabalhadores, tomaram posse, plena dos seus direitos».
Clara Zetkin assumiu a matriz política e ideológica legada por Marx, Engels e Lénine, enriquecendo e ampliando o património do marxismo-leninismo, destacou Jerónimo de Sousa.
Um pensamento actual
Para Jerónimo de Sousa, evidenciar a actualidade do pensamento de Clara Zetkin «não ignora o espaço de tempo decorrido desde que estas reflexões foram produzidas» nem subestima os acontecimentos que marcaram a história desde então. «Mas essa exigência não anula, antes reclama, que saibamos utilizar o imenso legado teórico que nos deixou e cuja actualidade se mantém», realçou.
Se é verdade que no século XX a maioria dos países veio a consagrar a igualdade política e jurídica das mulheres, realçou Jerónimo de Sousa, também o é que essa consagração não consubstanciou uma «mudança radical na condição social das mulheres das classes trabalhadoras e camadas desfavorecidas, crescendo o fosso entre a igualdade na lei e a desigualdade e discriminação na vida e no trabalho».
Foi a Revolução Socialista de Outubro, de que foi adepta, que, «ao liquidar o regime explorador, a situação da mulher, sobretudo da trabalhadora, vai sofrer uma transformação social», afirmou. «A construção do socialismo numa série de países, libertando as mulheres da opressão, elevando-as aos primeiros postos no trabalho, na ciência e na cultura, influi decididamente na luta emancipadora das mulheres à escala mundial», assinalou.
Fernanda Mateus, da Comissão Política, Manuel Gusmão, escritor e membro do Comité Central, e Rui Mota, da editora, também intervieram na sessão.
Na obra, assinalou Jerónimo de Sousa, é dado destaque à intervenção de Clara Zetkin e ao modo como a sua intervenção política se caracterizou pela «combinação entre uma actividade prática e uma teoria revolucionária». Na verdade, realçou, Clara Zetkin «não só deu um importante contributo no exame da situação de subalternização política, económica, social e cultural a que as mulheres estavam sujeitas, analisando as suas causas, como mostrou a absoluta necessidade de transformação política e social pela força da acção organizada das trabalhadoras no quadro do movimento operário e revolucionário».
Clara Zetkin, que era dirigente do Partido Comunista Alemão e da III Internacional, desenvolveu também uma «intensa actividade visando a organização das trabalhadoras e a incorporação das suas reivindicações na causa de todo o movimento operário e comunista», prosseguiu Jerónimo de Sousa. Assim, com a comunista alemã, a luta emancipadora da mulher assumida como parte integrante da luta da classe operária e dos povos contra a exploração, «ganhou nova dimensão e uma coerência muito particular».
Como ela própria afirmou, e Jerónimo de Sousa citou, «a emancipação da mulher, como de todo o género humano, só se tornará realidade no dia em que o trabalho se emancipar do capital. Só na sociedade socialista as mulheres, como os trabalhadores, tomaram posse, plena dos seus direitos».
Clara Zetkin assumiu a matriz política e ideológica legada por Marx, Engels e Lénine, enriquecendo e ampliando o património do marxismo-leninismo, destacou Jerónimo de Sousa.
Um pensamento actual
Para Jerónimo de Sousa, evidenciar a actualidade do pensamento de Clara Zetkin «não ignora o espaço de tempo decorrido desde que estas reflexões foram produzidas» nem subestima os acontecimentos que marcaram a história desde então. «Mas essa exigência não anula, antes reclama, que saibamos utilizar o imenso legado teórico que nos deixou e cuja actualidade se mantém», realçou.
Se é verdade que no século XX a maioria dos países veio a consagrar a igualdade política e jurídica das mulheres, realçou Jerónimo de Sousa, também o é que essa consagração não consubstanciou uma «mudança radical na condição social das mulheres das classes trabalhadoras e camadas desfavorecidas, crescendo o fosso entre a igualdade na lei e a desigualdade e discriminação na vida e no trabalho».
Foi a Revolução Socialista de Outubro, de que foi adepta, que, «ao liquidar o regime explorador, a situação da mulher, sobretudo da trabalhadora, vai sofrer uma transformação social», afirmou. «A construção do socialismo numa série de países, libertando as mulheres da opressão, elevando-as aos primeiros postos no trabalho, na ciência e na cultura, influi decididamente na luta emancipadora das mulheres à escala mundial», assinalou.
Fernanda Mateus, da Comissão Política, Manuel Gusmão, escritor e membro do Comité Central, e Rui Mota, da editora, também intervieram na sessão.