Afeganistão em pé de guerra
As tropas ocupantes enfrentam no Afeganistão uma resistência tenaz e cada vez mais organizada. À revolta popular responde a NATO com o massacre de centenas de civis.
De dentro das próprias autoridades de Cabul emanam resistentes
Os grupos da resistência prometeram, no início de 2007, transformar o Afeganistão num atoleiro para as tropas ocupantes e os militares fiéis ao governo de Hamid Karzai. A realidade da guerra que alastra por todo o território demonstra que tais não foram falsas promessas.
Helmand e Cabul eram até à poucos meses as províncias donde sobressaiam os relatos de combates mais acesos, mas a crescente revolta popular contra a presença de militares estrangeiros deu força a um movimento de guerrilha impossível de controlar.
Dados oficiais do Pentágono dizem que, desde Janeiro deste ano, já perderam a vida no Afeganistão 109 soldados de Washington e outros 82 pertencentes a contingentes de diversas nacionalidades integrados na operação com a chancela da Aliança Atlântica.
De dentro das próprias autoridades de Cabul emanam resistentes. Segunda-feira, numa base militar em Herat, um soldado afegão abateu quatro militares e feriu outros 12, entre norte-americanos e autóctones.
Acções concertadas
Ao sucedido, terça-feira, em Herat, acrescem os violentos enfrentamentos dos últimos dias entre unidades regulares dos EUA e da ISAF e grupos armados de insurgentes.
Em Uruzgán, no Sul, uma caravana da NATO foi atacada quando patrulhava o mercado de Deh Rawud. 17 pessoas morreram e mais de três dezenas resultaram feridas. O comando militar não precisou quantos soldados foram atingidos, mas muito provavelmente há baixas a registar entre australianos e holandeses, contribuintes maioritários para as forças de ocupação naquela região. No mesmo dia, em Laghman, um helicóptero foi abatido pela guerrilha.
Em polvorosa
Entretanto, adensam-se os testemunhos que dão as províncias de Ghazni, Paktika e Kunar, esta próxima da fronteira com o vizinho Paquistão, como estando em polvorosa.
Os ocupantes realizam continuamente operações relâmpago de busca e detenção. Nas aldeias, o povo recebe os soldados com o que tem à mão e as batalhas recentes em Nari, Qarabagh e Aram são apenas episódios que servem de exemplo.
Na maioria das vezes, os civis acabam por sucumbir ante o poderio dos exércitos da NATO, organização que já não esconde as campanhas de retaliação que leva a cabo contra localidades tidas como «oposicionistas».
As mais recentes ocorridas nas províncias de Farah e Kunar vitimaram quase duas centenas de civis, entre os quais mulheres, crianças e idosos. No primeiro caso, Bala Bluk ficará para a história pelo massacre perpetrado pelos invasores em resposta à tentativa popular de impedir a sua entrada na povoação. No segundo, em Wata Pur, fica mais um registo do que também tem sido prática corriqueira por parte da NATO: bombardeamentos de alvos civis.
Helmand e Cabul eram até à poucos meses as províncias donde sobressaiam os relatos de combates mais acesos, mas a crescente revolta popular contra a presença de militares estrangeiros deu força a um movimento de guerrilha impossível de controlar.
Dados oficiais do Pentágono dizem que, desde Janeiro deste ano, já perderam a vida no Afeganistão 109 soldados de Washington e outros 82 pertencentes a contingentes de diversas nacionalidades integrados na operação com a chancela da Aliança Atlântica.
De dentro das próprias autoridades de Cabul emanam resistentes. Segunda-feira, numa base militar em Herat, um soldado afegão abateu quatro militares e feriu outros 12, entre norte-americanos e autóctones.
Acções concertadas
Ao sucedido, terça-feira, em Herat, acrescem os violentos enfrentamentos dos últimos dias entre unidades regulares dos EUA e da ISAF e grupos armados de insurgentes.
Em Uruzgán, no Sul, uma caravana da NATO foi atacada quando patrulhava o mercado de Deh Rawud. 17 pessoas morreram e mais de três dezenas resultaram feridas. O comando militar não precisou quantos soldados foram atingidos, mas muito provavelmente há baixas a registar entre australianos e holandeses, contribuintes maioritários para as forças de ocupação naquela região. No mesmo dia, em Laghman, um helicóptero foi abatido pela guerrilha.
Em polvorosa
Entretanto, adensam-se os testemunhos que dão as províncias de Ghazni, Paktika e Kunar, esta próxima da fronteira com o vizinho Paquistão, como estando em polvorosa.
Os ocupantes realizam continuamente operações relâmpago de busca e detenção. Nas aldeias, o povo recebe os soldados com o que tem à mão e as batalhas recentes em Nari, Qarabagh e Aram são apenas episódios que servem de exemplo.
Na maioria das vezes, os civis acabam por sucumbir ante o poderio dos exércitos da NATO, organização que já não esconde as campanhas de retaliação que leva a cabo contra localidades tidas como «oposicionistas».
As mais recentes ocorridas nas províncias de Farah e Kunar vitimaram quase duas centenas de civis, entre os quais mulheres, crianças e idosos. No primeiro caso, Bala Bluk ficará para a história pelo massacre perpetrado pelos invasores em resposta à tentativa popular de impedir a sua entrada na povoação. No segundo, em Wata Pur, fica mais um registo do que também tem sido prática corriqueira por parte da NATO: bombardeamentos de alvos civis.