Sábado e Domingo, em Braga

Todos à Festa da Alegria

Inicia-se, às dez horas da manhã do próximo sábado, no Parque de Exposições de Braga, a 15.ª Festa da Alegria, uma realização político-cultural ímpar no Norte do País. Durante dois dias a música, a gastronomia, o debate e a luta ocupam lugar de destaque nesta importante iniciativa dos comunistas nortenhos. Carlos Carvalhas participa no comício de domingo às 18 horas.

A Festa da Alegria é muito mais do que música, que é excelente

Qualquer semelhança entre a Festa da Alegria e um festival de música é pura coincidência. Embora conte com um excelente cartaz de espectáculos, a Festa da Alegria vive para além dos palcos e amplificadores. Ocupados todos os 112 pavilhões que constituem o Parque das Exposições de Braga pelas várias organizações regionais do Partido e pela JCP, na Festa da Alegria confluirão as lutas e aspirações dos trabalhadores e das populações das várias regiões do País, bem como as propostas do PCP para a sua resolução. De todos os lados chegam também os sabores e as artes das várias regiões e províncias de Portugal: artesanato, gastronomia, vinhos e música tradicional é apenas uma parte do que se pode encontrar nos pavilhões das organizações regionais. O convívio é garantido.
Como sempre acontece em iniciativas organizadas por comunistas, a análise e o conhecimento de importantes temas da actualidade, ou do passado que lhe dá conteúdo, estarão presentes na Festa da Alegria, que terá patente um conjunto de exposições de inegável interesse. A conquista da jornada de trabalho de oito horas pelo proletariado agrícola do sul, em 1962, e a vida e a obra de Bento Gonçalves, secretário-geral do PCP, assassinado no campo de concentração do Tarrafal, são dois dos temas em destaque. De plena actualidade e importância é o tema da terceira exposição da responsabilidade do Departamento de Propaganda do PCP: a água.
As exposições não ficam por aqui. «Bracara Augusta revisitada» é o tema da exposição da responsabilidade da Fundação Cultural Bracara Augusta. De uma parceria entre a Casa do Camilo e o Município de Vila Nova de Famalicão nasce «Passo de Camilo, nas suas deambulações por entre Douro e Minho», que estará patente na Festa. «Padre António Vieira» e «Monumentos de Barcelos» são os temas de duas outras exposições que se podem visitar. As questões da administração pública e da luta dos pequenos e médios agricultores do Minho serão também abordadas através de exposições. Os comunistas alentejanos propõem, no seu espaço, «Alentejo – Tesouro escondido de Portugal».
A animação será uma constante. Para além dos concertos do Palco da Alegria (onde actuarão, entre outros, Gabriel o Pensador, Brigada Victor Jara, Mão Morta e o fadista Camané), a música estará também presente no palco Juventude, onde actuarão, durante os dois dias, dezassete bandas, das quais oito ficarão apuradas para tocar no Palco Novos Valores da Festa do Avante!. Pelas ruas do Parque de Exposições, desfilarão Zés Pereiras e grupos de artes circenses. O teatro de rua e as concertinas constituem o restante programa. O Ingresso na Festa custa apenas 10 euros, para que todos possam aparecer, mesmo os que estejam impossibilitados de gozar as merecidas férias pela injusta e retrógrada política económica do Governo PSD/PP.

Comício é no domingo às 18 horas

Festa do PCP, a Festa da Alegria conta com um vasto programa político. O comício de domingo às 18 horas – no qual participam Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, António Lopes, da Comissão Executiva da Festa, e Carlos Almeida, da Direcção Nacional da Juventude Comunista Portuguesa – é o ponto alto deste programa. Num momento em que no País, e particularmente no distrito de Braga, os trabalhadores de debatem com o desemprego e com difíceis condições de vida, escutar as análises e propostas do PCP assume particular importância.
De resto, são os debates a merecer também um grande destaque. «Os anos da Revolução – um tempo construtivo», «Pontes culturais, o intercâmbio Portugal-Galiza», Maré Negra nunca mais, a catástrofe do Prestige», «O neoliberalismo nas relações económicas e laborais», «Os media e a guerra, a imprensa revolucionária» e «Defender a língua portuguesa, as literaturas de língua portuguesa num mundo em mudança» são os temas à discussão.

Há excursões organizadas
Que ninguém falte!


Pela sua importância no contexto regional e pelo elevado número de pessoas a que fez já chegar a força e a capacidade de realização do PCP, a Festa da Alegria é já um sucesso. Mas para que sejam cumpridos todos os objectivos a que a organização se propõe, é necessário que, de todo o País, muitos comunistas e amigos se desloquem a Braga e usufruam do ambiente de liberdade e solidariedade da Festa da Alegria, num gesto solidário para com os camaradas nortenhos.
Por meios próprios, de transporte público ou nas várias excursões organizadas por diversas organizações do Partido e da JCP, muitos preparam-se já para rumar a Braga no fim-de-semana. Há excursões já esgotadas, como por exemplo a que parte às 7 da manhã de sábado do Centro de Trabalho da Amadora. Mais sorte terá quem pretender partir de Cascais ou de Almada, onde, à hora do fecho da nossa edição, ainda restavam alguns lugares vagos. O mesmo para quem ainda pretender viajar para Braga a partir de Santarém, Setúbal ou Montijo.


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