Mais uma morte por demora na assistência médica

Quantos mais precisam de morrer?

Faleceu na passada semana um cidadão enquanto aguardava, no Centro de Saúde de Vendas Novas, a chegada da viatura médica de emergência e reanimação vinda de Évora. Em comunicado de dia 16 da sua Comissão Nacional para a Questões da Saúde, o PCP considera que este grave acontecimento resulta da política do Governo de «crescente desresponsabilização do Estado em garantir o acesso aos cuidados de saúde, em igualdade, a todos os portugueses».
As consequências destas políticas são desastrosas para as populações, como o PCP tem vindo a afirmar e a vida a confirmar. «O acesso aos cuidados de saúde está cada vez mais dificultado e a qualidade da prestação de cuidados de saúde vai-se degradando», destacam os comunistas.
O PCP lembra que a morte deste cidadão ocorreu precisamente no momento em que decorria uma vigília de protesto pelo facto de, poucas horas antes, ter sido comunicado à Câmara Municipal e à Comissão de Utentes a decisão do Governo de encerrar o SAP de Vendas Novas. Perdem as populações, que ficam mais isoladas, sustentam os comunistas.
A situação trágica ocorrida em Vendas Novas confirma que, ao contrário daquilo que o Governo apregoa, o primeiro socorro com suporte avançado de vida não está garantido em vastas regiões do País. O facto de existir apenas uma viatura médica de emergência e reanimação, estacionada em Évora e que, à mesma hora, se encontrava envolvida noutra operação de socorro, fez com que o paciente esperasse mais de uma hora.
O PCP exige que «se pare imediatamente com o processo de reestruturação das urgências» e que se reabra o que se encerrou. É a partir daí que se deve criar as condições para realizar uma «verdadeira reforma» destes serviços com a participação dos profissionais de saúde e dos utentes. Igual exigência foi feita, no mesmo dia, pela Comissão Concelhia de Vendas Novas do PCP.