Almoço em Queluz comemora
33 anos da revolução dos cravos

Constituição e luta na defesa de Abril

Duzentos militantes comunistas assinalaram, domingo, o aniversário do 25 de Abril e ouviram Jerónimo de Sousa evocar a Constituição e a luta popular como garantes na defesa de Abril.

«Democracia “não é só votar de tempos a tempos”, disse Jerónimo de Sousa»

O Salão dos Bombeiros Voluntários de Queluz encheu para o almoço promovido pela concelhia de Sintra do PCP. Os pratos principais foram os 33 anos da revolução de Abril e a necessária mobilização de massas contra a política de direita que espezinha e golpeia as conquistas alcançadas pelo povo em 1974 e durante o período revolucionário.
A acompanhar o secretário-geral na mesa da tribuna, membros da direcção local do Partido, o vereador comunista na CM de Sintra e militar de Abril, Batista Alves, e o responsável pela OR de Lisboa do PCP, Armindo Miranda.
Já depois do repasto colectivo, quando alguns participantes cederam o lugar aos camaradas que trabalharam para que nada faltasse nas mesas cheias de fraternidade, Jerónimo de Sousa interveio começando por lembrar que a hora é de celebrar Abril em Maio.
A actual situação do País e dos trabalhadores exige jornadas grandiosas, a começar já no 1.º de Maio e até à Greve Geral convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 30, «com grande coragem dada a força do patronato» e a diligencia do Governo em aplicar políticas a gosto do Compromisso Portugal em áreas como a saúde, a educação ou na privatização das funções sociais do Estado, sublinhou.

Cumpra-se a Constituição

Um dia depois da concentração de um grupo de «fascistas e neo-nazis» em Santa Comba Dão, o secretário-geral do PCP exigiu às autoridades que «cumpram a Constituição da República» na medida em que a iniciativa «não foi apenas uma demonstração de saudosismo, mas também um acto desafiador».
Sob pena da benevolência com a extrema-direita resultar num fenómeno inesperado «esta gente não pode ficar impune», acrescentou, uma vez que, sustentou ainda, neste contexto «sabe-se como se começa, mas nunca se sabe como tudo acaba».
Jerónimo apontou como particularmente grave a campanha de branqueamento promovida por alguns órgãos de comunicação social, os quais exibem Salazar como uma «figura mítica do regime fascista, que apresentam até como simpática», ocultando aos «três milhões de jovens que nasceram depois de Abril» as marcas políticas, sociais e económicas da ditadura.

Lutar por Abril

Aos jovens, continuou Jerónimo de Sousa no discurso de encerramento da iniciativa, são ainda negados os direitos económicos, laborais e a liberdade de participação. «Em centenas de empresas a democracia fica à porta, o patronato é juiz em causa própria e regressou o medo ao mundo do trabalho», afirmou.
Aludindo ao discurso proferido na AR durante as comemorações oficiais do 25 de Abril, o líder do PCP estranhou que Cavaco Silva «só encontre jovens de sucesso nos seus roteiros. É pena que o Presidente da República não tenha ainda descoberto nenhum caso entre mais de meio milhão de jovens com contratos precários ou sem emprego», completou.
Jerónimo de Sousa rejeitou a tese de Cavaco segundo a qual «a liberdade no nosso País foi algo de natural», lembrando que «esta foi conquistada com o contributo e coragem dos comunistas e muitas vezes com sacrifício das vidas de quem resistiu».
«Dizemos ao PR que a democracia não é um bem adquirido e que o PCP não aceita que o regime democrático se restrinja ao acto de votar de tempos em tempos», concluiu o secretário-geral do PCP.


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