25 DE ABRIL SEMPRE

«Lutando contra a política do Governo José Sócrates/PS, é por Abril que lutamos»

Amanhã é o nosso dia: o Dia da Liberdade. Por todo o País, milhares, muitos milhares de pessoas comemorá-lo-ão em grandes manifestações populares, em espectáculos musicais, em convívios do mais variado tipo. Trata-se de comemorações de festa e de luta: a festa de relembrar a Festa de há trinta e três anos com o povo nas ruas a conquistar a liberdade exercendo-a e a dar os primeiros passos para lhe conferir o conteúdo necessário; a luta de quem sabe, hoje como então, que liberdade a sério implica tudo a que a seguir ao dia 25 de Abril foi conquistado: a imediata melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, o direito à saúde, à educação, ao trabalho com direitos, à paz, à independência e à soberania nacionais, o direito à participação sem a qual não há liberdade nem democracia a sério, enfim o direito a todos os direitos que até aí haviam sido negados à imensa maioria dos portugueses – e pela reconquista dos quais nos batemos hoje, porque, entretanto, nos foram roubados pelo PS e pelo PSD.
Amanhã será o dia de recordarmos as grandes conquistas da Revolução: as nacionalizações, a reforma agrária, o controlo operário, o poder local democrático – todas as transformações democráticas que viriam a ser consagradas naquela que foi a mais importante e a maior de todas as conquistas de Abril: a Constituição da República Portuguesa.
Amanhã será o dia de assinalarmos, em festa e em luta, esse tempo novo cuja construção colectiva então iniciámos e que foi o tempo mais luminoso da história de Portugal.
E não o fazemos com saudosismos – e muito menos com lamentações: lembramos e comemoramos esse tempo luminoso tomando-o como referência essencial da nossa luta dos dias de hoje. E com aquela confiança de quem se bate pelo mais belo e mais humano de todos os ideais.

Sabemos que muito do que Abril nos trouxe nos tem vindo a ser roubado pela política de direita praticada por sucessivos governos do PS e do PSD, em prejuízo dos trabalhadores, do povo e do País e em benefício da escassa minoria que compõe os representantes do grande capital. Sabemos que o objectivo dessa política de direita - agora executada pelo mais à direita de todos os governos de política de direita – é o de fechar a sete chaves todas as portas que Abril abriu. Sabemos que o exemplo de Abril e das suas conquistas democráticas, os sinais de futuro que mostrou, continuam a ser um pesadelo para a classe dominante, cada vez mais exploradora e opressora.
Mas sabemos, também, que o que perdemos por efeito da poderosa ofensiva contra-revolucionária, não foi por termos virado as costas à luta, por termos baixado os braços. E, mais importante do que tudo, sabemos que Abril valeu a pena - porque nos mostrou um pedacinho do futuro pelo qual lutámos e continuamos a lutar e porque, por isso mesmo, Abril e os seus ideais estão vivos nos nossos corações e nos nossos objectivos de luta.
Sabemos, sem margem para quaisquer dúvidas, que, lutando contra a política do Governo José Sócrates/PS, é por Abril que lutamos. E esta é uma luta para vencer – para já, comemorando massivamente o trigésimo terceiro aniversário do 25 de Abril e fazendo de Maio dos trabalhadores uma grande jornada de luta e um ponto de arranque decisivo para a greve geral convocada pela CGTP-IN para o dia 30 de Maio – que deverá traduzir-se numa exaltante e combativa jornada de luta contra a política de direita e pela necessidade de uma mudança de rumo para o País.

Intensificar e ampliar a luta de massas, conferindo-lhe um conteúdo de inequívoca rejeição da política de direita e da sua substituição por uma política de sentido oposto, constitui a mais premente tarefa do momento actual. A experiência e a vida confirmam todos os dias a luta de massas como o mais importante instrumento dos trabalhadores e das populações no combate contra a política do Governo – quer retardando processos negativos desencadeadas pelo Executivo; quer derrotando intenções e medidas governamentais; quer alcançando vitórias e conquistando importantes transformações sociais; quer, ainda, através da demonstração concreta do descrédito e do desgaste da política de direita e da necessidade de lhe pôr termo. Nesta perspectiva, assume enorme relevância a necessidade de unir e mobilizar os trabalhadores e as populações, de alargar a frente social aos diversos sectores e camadas, de fazer ouvir a voz e o protesto de todos os que sofrem as consequências dessa política: o desemprego, os baixos salários e o aumento constante dos preços, a precariedade, o trabalho escravo, a exploração desenfreada, as reformas e pensões de miséria, a degradação do ensino, a destruição do Serviço Nacional de Saúde – para além dos constantes e cada vez mais fortes ataques ao conteúdo democrático do regime saído da Revolução de Abril.
Ora, como se sublinha no Comunicado aprovado pelo Comité Central do Partido na sua reunião da passada segunda-feira, a enorme e vigorosa participação e disponibilidade dos trabalhadores – manifestadas nas grandes acções de massas de Março e nas numerosas lutas específicas de sectores e empresas na administração pública e no sector privado – e a expressiva mobilização das populações em defesa dos serviços públicos, são reveladoras de que há forças capazes de lutar por uma ruptura com as políticas de direita e por uma alternativa de esquerda que retome os valores de Abril.
É pela luta que lá vamos. E a luta é por Abril. Sempre.