
- Nº 1740 (2007/04/5)
Vale do Sousa e Baixo Tâmega
Prevenir o desemprego
PCP
Ilda Figueiredo, deputada do PCP ao Parlamento Europeu, deslocou-se a Felgueiras, onde visitou duas empresas do sector do calçado e reuniu com representantes da União Sindical Local.
No final da iniciativa – promovida pela Direcção da Sub-região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, no âmbito da campanha do PCP de defesa da produção nacional, e da redacção de um relatório para a Comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu sobre as condições das mulheres na indústria –, Ilda Figueiredo prestou algumas declarações à comunicação social.
Segundo a eurodeputada, a situação da indústria do calçado em Felgueiras, que parece estabilizada, pode ser posta em causa a qualquer momento, designadamente pela curta duração das cláusulas de salvaguarda (com vigência apenas de 2 anos, contra os cinco propostos pelo PCP); pela actual exigência do mercado a uma resposta quase imediata das empresas, impedindo a planificação da produção; pela apreensão que reina entre os empresários relativamente ao problema das importações de matérias-primas com crómio.
A precariedade, os baixos salários e o incumprimento das convenções laborais – predominantemente nas empresas de menor dimensão – são problemas que, na opinião de Ilda Figueiredo, continuam também a afectar os trabalhadores, particularmente os jovens, que trabalham muitas vezes sem vínculo e sem direitos.
A eurodeputada provou esta realidade com exemplos concretos: em Marco de Canavezes, grande parte das empresas têxteis não respeita a legislação laboral, obrigando os trabalhadores a assinar recibos de vencimento com faltas falsas, para fugir aos descontos para a Segurança Social; a delegação da Inspecção-Geral do Trabalho de Penafiel, dotada de apenas 4 ou 5 inspectores, não consegue actuar adequadamente; nas empresas de calçado, com cerca de 12 mil trabalhadores, muitas, com excepção das de menor dimensão, não pagam acima dos mínimos da tabela salarial.
Enfim, para impedir o agravamento do desemprego, a pobreza e a exclusão social, diz Ilda Figueiredo, que se impõe proteger a indústria do calçado, nomeadamente com medidas que valorizem a boa qualidade da produção nacional e apoiem as pequenas e médias empresas.