
- Nº 1740 (2007/04/5)
Costa da Caparica
Falhas graves na prevenção
Assembleia da República
A atitude de inércia de entidades da administração central como o Instituto da Àgua (INAG) para fazer face aos avanços do mar na Costa da Caparica motivou uma reacção do Grupo Parlamentar do PCP que afirma ser «incompreensível a ausência de medidas» verificada nas recentes marés vivas do equinócio.
A única intervenção de emergência realizada na madrugada do dia 20, como referem em requerimento ao Governo os deputados comunistas Francisco Lopes e Odete Santos, foi efectuada na sua totalidade pelos serviços da Câmara Municipal de Almada. Tem sido o Município, recordam, a tomar medidas para a limpeza da vala que separa o paredão do parque de campismo, quando essa deveria ser uma operação da responsabilidade do INAG. Para cúmulo, segundo informações chegadas ao Grupo comunista, os equipamentos e maquinaria de que aquele instituto dispunha no local foram retirados nas últimas semanas, diminuindo assim a prontidão e eficácia de qualquer resposta de emergência.
Recorde-se que o mar entrou no parque de campismo da Costa da Caparica cerca de 30 metros na preia-mar da madrugada do dia 20, tendo a Protecção Civil da Câmara Municipal de Almada decidido alargar o perímetro de prevenção para 100 metros.
«A situação que está a verificar-se na Costa da Caparica é demasiadamente grave para ser ignorada e tem ainda a agravante de ser provocada por fenómenos previsíveis (as marés vivas desta época). Nesse sentido, é incompreensível a ausência de medidas que visassem acautelar um cenário como este», sublinham os parlamentares do PCP no texto onde perguntam ao Executivo que «medidas cautelares foram desenvolvidas para fazer face a uma previsível situação crítica de avanço do mar na frente de praias da Costa da Caparica».
A exigir resposta, na perspectiva do PCP, são ainda as razões que levaram à retirada das máquinas e equipamentos e à ausência do INAG nas operações de emergência levadas a cabo pela Câmara Municipal de Almada.