Militares consideram «última oportunidade»
O responsável pelo comando central norte-americano no Iraque considerou, segunda-feira, que os EUA enfrentam a derradeira oportunidade de «vencerem» a guerra.
Em declarações à cadeia ABC, citadas pela Lusa, William Fallon procurou apaziguar o tom do debate nos EUA em torno da retirada das tropas norte-americanas dizendo que se registam «progressos» e que ainda é possível «ganhar».
Sexta-feira, 23, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou os créditos de guerra pedidos pelo presidente para sustentar o envio de mais 30 mil soldados para o teatro de operações, mas exige, no mesmo documento, o regresso dos militares no máximo até 31 de Agosto de 2008.
Menos polidos nas afirmações e bem mais directos quanto à matéria de fundo, George W. Bush e Dick Cheney reagiram ao decreto da CR anunciando o veto da Casa Branca, caso o projecto seja igualmente aprovado pelos deputados eleitos no Congresso. O vice-presidente foi lapidar ao afirmar que Washington não equaciona bater em retirada.
Realidade desmente Fallon
No terreno, os combates entre resistência e ocupantes, a violência indiscriminada envolvendo grupos afectos ao poder e traficantes de toda a espécie, e o número crescente de vítimas civis e militares contradizem quer a leitura «manhosa» de Fallon, quer o autismo da administração republicana em admitir uma derrota no Iraque só equivalente à sofrida no Vietname.
Os progressos de que fala o almirante não se fizeram sentir quando, na quinta-feira da semana passada, uma conferência conjunta do primeiro-ministro colaboracionista, Nuri al-Maliki, e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, foi interrompida pelo rebentamento de uma granada de morteiro a menos de cinquenta metros do edifício onde se encontravam.
A explosão fez Ki-Moon tremer de pânico, mas parece não ter afectado al-Maliki que procurou fingir que nada havia acontecido, certamente mais habituado a trabalhar num quarteirão, situado na chamada zona verde de Bagdad, que a resistência fustiga diariamente com ataques.
Quem também não dá crédito às promessas de «oásis» de Fallon são os soldados norte-americanos em trânsito para a frente de batalha. Segundo o The New York Times, o número de deserções entre as fileiras castrenses bateu todos os recordes em 2006. O serviço militar nos EUA não é obrigatório e muitos optavam por uma carreira onde dispunham de salário garantido e até algumas regalias. No entanto, a situação no Iraque e no Afeganistão desencoraja os mais fervorosos e, assim, o número dos que rescindem contrato com as forças armadas aumenta, facto que, a juntar aos milhares de homens obrigados a múltiplas comissões em ambos os conflitos, faz com que os sectores mais conservadores dos EUA avancem com a introdução do serviço militar obrigatório.
Em declarações à cadeia ABC, citadas pela Lusa, William Fallon procurou apaziguar o tom do debate nos EUA em torno da retirada das tropas norte-americanas dizendo que se registam «progressos» e que ainda é possível «ganhar».
Sexta-feira, 23, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou os créditos de guerra pedidos pelo presidente para sustentar o envio de mais 30 mil soldados para o teatro de operações, mas exige, no mesmo documento, o regresso dos militares no máximo até 31 de Agosto de 2008.
Menos polidos nas afirmações e bem mais directos quanto à matéria de fundo, George W. Bush e Dick Cheney reagiram ao decreto da CR anunciando o veto da Casa Branca, caso o projecto seja igualmente aprovado pelos deputados eleitos no Congresso. O vice-presidente foi lapidar ao afirmar que Washington não equaciona bater em retirada.
Realidade desmente Fallon
No terreno, os combates entre resistência e ocupantes, a violência indiscriminada envolvendo grupos afectos ao poder e traficantes de toda a espécie, e o número crescente de vítimas civis e militares contradizem quer a leitura «manhosa» de Fallon, quer o autismo da administração republicana em admitir uma derrota no Iraque só equivalente à sofrida no Vietname.
Os progressos de que fala o almirante não se fizeram sentir quando, na quinta-feira da semana passada, uma conferência conjunta do primeiro-ministro colaboracionista, Nuri al-Maliki, e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, foi interrompida pelo rebentamento de uma granada de morteiro a menos de cinquenta metros do edifício onde se encontravam.
A explosão fez Ki-Moon tremer de pânico, mas parece não ter afectado al-Maliki que procurou fingir que nada havia acontecido, certamente mais habituado a trabalhar num quarteirão, situado na chamada zona verde de Bagdad, que a resistência fustiga diariamente com ataques.
Quem também não dá crédito às promessas de «oásis» de Fallon são os soldados norte-americanos em trânsito para a frente de batalha. Segundo o The New York Times, o número de deserções entre as fileiras castrenses bateu todos os recordes em 2006. O serviço militar nos EUA não é obrigatório e muitos optavam por uma carreira onde dispunham de salário garantido e até algumas regalias. No entanto, a situação no Iraque e no Afeganistão desencoraja os mais fervorosos e, assim, o número dos que rescindem contrato com as forças armadas aumenta, facto que, a juntar aos milhares de homens obrigados a múltiplas comissões em ambos os conflitos, faz com que os sectores mais conservadores dos EUA avancem com a introdução do serviço militar obrigatório.