O PARTIDO E A LUTA
«Comemoramos o 86º aniversário num momento alto da luta dos trabalhadores»
Dificilmente se encontraria melhor forma de inaugurar as comemorações de mais um aniversário do PCP: no dia 2, uma gigantesca manifestação de massas com trabalhadores de todo o País enchendo as ruas da Capital e exigindo o fim da política de direita e a implementação de uma política de esquerda capaz de dar resposta aos problemas que afligem a imensa maioria dos portugueses; no dia 6, o lançamento do primeiro volume das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal, numa edição que inclui textos produzidos entre 1935 e 1947 e que se reportam a um período memorável da história do PCP.
A manifestação de sexta-feira passada – convocada pela CGTP-IN – constituiu uma notável exibição da força organizada e da unidade das massas trabalhadoras. Para o seu êxito muito contribuíram os militantes comunistas dirigentes e delegados sindicais e membros de células de empresa, assumindo uma postura que vem na continuidade da intervenção do PCP ao longo dos seus oitenta e seis anos de vida e de luta – uma intervenção iniciada em 6 de Março de 1921 e prosseguida até aos dias de hoje, sempre com grande determinação e confiança independentemente dos obstáculos, dificuldades e perigos que se lhe depararam.
O lançamento das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal constitui a iniciativa ideal para a abertura das comemorações do 86º aniversário do Partido: essencialmente porque se trata de uma obra que é, ela própria, elemento relevante da história do Partido escrita por quem viveu parte grande dessa história e dela foi protagonista principal.
Assim, os dois acontecimentos, cada um com a sua especificidade, complementam-se, mais do que isso, fundem-se, enquanto expressões da vida e da luta dos comunistas e da história do PCP.
Foram em número de muitos milhares os trabalhadores que, descendo do Saldanha (os do sector privado) e subindo a Avenida da Liberdade (os do sector público) se juntaram a caminho de São Bento e, numa longa marcha cheia de força e de confiança, gritaram as suas reivindicações. Estavam ali, inequivocamente, para dizer não à política de direita, à política que há mais de três décadas vem flagelando a imensa maioria dos portugueses. Estavam ali trabalhadores, desempregados, precários, reformados, jovens, mulheres, exigindo o trabalho com direitos, o fim da repressão nas empresas, o pagamento dos salários em atraso, e todos os restantes direitos que lhes são devidos e que a Constituição da República Portuguesa lhes confere, mas que o governo PS/José Sócrates persiste em lhes negar. Estavam ali dezenas e dezenas de comissões de utentes protestando contra o flagelo do encerramento de maternidades, centros de saúde, hospitais, serviços de urgência, escolas, enfim dos serviços públicos a que todos temos direito. Estavam ali os resistentes antifascistas protestando contra os fumos fascizantes que, com cada vez maior frequência e intensidade, sufocam a democracia de Abril. Estavam ali, milhares, muitos milhares, a exigir uma mudança de política, a exigir uma política que inverta a distribuição da riqueza a favor de quem a produz, que restitua aos trabalhadores os direitos que conquistaram com a revolução de Abril, uma política de esquerda. E estavam ali a dizer que a luta continuará até à satisfação das suas justas reivindicações e que assumirá as formas que entenderem necessárias para alcançar esse objectivo.
Comemoramos, então, o 86º aniversário do Partido num momento alto da luta dos trabalhadores e do povo – lutas nas quais os comunistas estão envolvidos e nas quais desempenham um papel decisivo, como sempre aconteceu, designadamente nesses longínquos anos 40 de que nos fala o camarada Álvaro Cunhal no primeiro volume das suas Obras Escolhidas. Esse foi um tempo em que o PCP - já então um grande partido nacional, já então o grande partido da resistência e da unidade antifascistas, já então a vanguarda revolucionária da classe operária e das massas – definiu e assumiu a sua identidade comunista, uma identidade que, como sublinhou o camarada Jerónimo de Sousa, se afirmou «feita na complementaridade indissociável de um conjunto de traços identitários que incorporam a natureza de classe; o projecto; a ideologia; as normas de funcionamento democrático interno; a estreita ligação às massas e à defesa dos seus interesses; e o carácter simultaneamente patriótico e internacionalista.» - uma identidade que hoje continua a ser o esteio fundamental do Partido, a sua matriz essencial enquanto partido comunista.
Esse foi um tempo de construção do trabalho colectivo visto e entendido como «princípio básico do estilo de trabalho do Partido», como aspecto essencial da democracia interna, como factor determinante da unidade, da disciplina e da coesão partidárias, como prática dos organismos de direcção a todos os níveis, alargando o conceito, estendendo-o a todo o Partido, fazendo brotar essa realidade concreta que é o nosso «grande colectivo partidário» - fonte fundamental de força do Partido, ontem como hoje.
Esse foi um tempo em que o reforço do Partido, da militância partidária, da sua influência junto das massas, deu significativos passos em frente - tal como hoje, na sequência do XVII Congresso, está a acontecer.
Esse foi um tempo que se projecta nos dias de hoje e abre o caminho aos tempos do futuro.
A manifestação de sexta-feira passada – convocada pela CGTP-IN – constituiu uma notável exibição da força organizada e da unidade das massas trabalhadoras. Para o seu êxito muito contribuíram os militantes comunistas dirigentes e delegados sindicais e membros de células de empresa, assumindo uma postura que vem na continuidade da intervenção do PCP ao longo dos seus oitenta e seis anos de vida e de luta – uma intervenção iniciada em 6 de Março de 1921 e prosseguida até aos dias de hoje, sempre com grande determinação e confiança independentemente dos obstáculos, dificuldades e perigos que se lhe depararam.
O lançamento das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal constitui a iniciativa ideal para a abertura das comemorações do 86º aniversário do Partido: essencialmente porque se trata de uma obra que é, ela própria, elemento relevante da história do Partido escrita por quem viveu parte grande dessa história e dela foi protagonista principal.
Assim, os dois acontecimentos, cada um com a sua especificidade, complementam-se, mais do que isso, fundem-se, enquanto expressões da vida e da luta dos comunistas e da história do PCP.
Foram em número de muitos milhares os trabalhadores que, descendo do Saldanha (os do sector privado) e subindo a Avenida da Liberdade (os do sector público) se juntaram a caminho de São Bento e, numa longa marcha cheia de força e de confiança, gritaram as suas reivindicações. Estavam ali, inequivocamente, para dizer não à política de direita, à política que há mais de três décadas vem flagelando a imensa maioria dos portugueses. Estavam ali trabalhadores, desempregados, precários, reformados, jovens, mulheres, exigindo o trabalho com direitos, o fim da repressão nas empresas, o pagamento dos salários em atraso, e todos os restantes direitos que lhes são devidos e que a Constituição da República Portuguesa lhes confere, mas que o governo PS/José Sócrates persiste em lhes negar. Estavam ali dezenas e dezenas de comissões de utentes protestando contra o flagelo do encerramento de maternidades, centros de saúde, hospitais, serviços de urgência, escolas, enfim dos serviços públicos a que todos temos direito. Estavam ali os resistentes antifascistas protestando contra os fumos fascizantes que, com cada vez maior frequência e intensidade, sufocam a democracia de Abril. Estavam ali, milhares, muitos milhares, a exigir uma mudança de política, a exigir uma política que inverta a distribuição da riqueza a favor de quem a produz, que restitua aos trabalhadores os direitos que conquistaram com a revolução de Abril, uma política de esquerda. E estavam ali a dizer que a luta continuará até à satisfação das suas justas reivindicações e que assumirá as formas que entenderem necessárias para alcançar esse objectivo.
Comemoramos, então, o 86º aniversário do Partido num momento alto da luta dos trabalhadores e do povo – lutas nas quais os comunistas estão envolvidos e nas quais desempenham um papel decisivo, como sempre aconteceu, designadamente nesses longínquos anos 40 de que nos fala o camarada Álvaro Cunhal no primeiro volume das suas Obras Escolhidas. Esse foi um tempo em que o PCP - já então um grande partido nacional, já então o grande partido da resistência e da unidade antifascistas, já então a vanguarda revolucionária da classe operária e das massas – definiu e assumiu a sua identidade comunista, uma identidade que, como sublinhou o camarada Jerónimo de Sousa, se afirmou «feita na complementaridade indissociável de um conjunto de traços identitários que incorporam a natureza de classe; o projecto; a ideologia; as normas de funcionamento democrático interno; a estreita ligação às massas e à defesa dos seus interesses; e o carácter simultaneamente patriótico e internacionalista.» - uma identidade que hoje continua a ser o esteio fundamental do Partido, a sua matriz essencial enquanto partido comunista.
Esse foi um tempo de construção do trabalho colectivo visto e entendido como «princípio básico do estilo de trabalho do Partido», como aspecto essencial da democracia interna, como factor determinante da unidade, da disciplina e da coesão partidárias, como prática dos organismos de direcção a todos os níveis, alargando o conceito, estendendo-o a todo o Partido, fazendo brotar essa realidade concreta que é o nosso «grande colectivo partidário» - fonte fundamental de força do Partido, ontem como hoje.
Esse foi um tempo em que o reforço do Partido, da militância partidária, da sua influência junto das massas, deu significativos passos em frente - tal como hoje, na sequência do XVII Congresso, está a acontecer.
Esse foi um tempo que se projecta nos dias de hoje e abre o caminho aos tempos do futuro.