Lula à segunda
O candidato do Partido dos Trabalhadores a um segundo mandato presidencial, Lula da Silva, vai disputar a segunda volta das eleições com Geraldo Alckmin, do Partido da Social-Democracia Brasileira.
PCdoB com mais de 6 milhões de votos para o Senado
Apesar de todas as sondagens indicarem que o actual Chefe de Estado poderia alcançar a vitória à primeira volta das presidenciais brasileiras, Lula da Silva não conseguiu desfrutar de mais de 50 por cento dos votos e vai ser obrigado a disputar novo sufrágio com o segundo candidato mais votado, Geraldo Alckmin. O pleito está agendado para o próximo dia 29 deste mês.
Com a esmagadora maioria dos votos apurados, Lula recolheu 48,61 por cento dos boletins, deixando Alckmin a mais de 7 pontos percentuais, com 41,64 por cento, margem que, apesar de confortável, não aconselha descanso aos militantes e activistas do PT e do PCdoB. Os partidos já começaram a mobilização para uma participação em massa dos eleitores e a consequente votação em Lula da Silva, única forma, dizem, de demonstrar a inequívoca vontade do povo brasileiro em continuar no caminho do progresso social recusando dar passos atrás no rumo do país.
O candidato apresentado pelo PSDB – formação política do ex-presidente Fernando Henriques Cardoso, responsável pelo aprofundamento das políticas neoliberais durante os dois mandatos no Palácio do Planalto – manifestou-se confiante na vitória no turno complementar, mas contra Alckmin pesa ainda a memória dos mais recentes acontecimentos de violência em São Paulo, Estado do qual foi, durante 12 anos, vice-governador e depois governador, tendo abandonado o cargo um mês antes do desencadeamento do conflito entre as autoridades e o principal grupo criminoso da metrópole precisamente para se candidatar à presidência.
O antigo governador da mais populosa cidade do Brasil e centro económico do país tem recusado responsabilidades no crescimento e acumulação de força por parte do Primeiro Comando da Capital, ou PCC, organização criminosa ligada ao tráfico de armas, droga e à prostituição, mas poucas explicações tem adiantado sobre o assunto, sobejando a arrogância nas respostas quando questionado sobre esta matéria pelos jornalistas brasileiros e estrangeiros.
Em terceiro e quarto posto ficaram, respectivamente, Heloísa Helena, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), com 6,85 por cento, e Cristovam Buarque do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 2,64 por cento.
Comunistas com votação histórica
Paralelamente às presidenciais brasileiras, decorreram também as votações para a o Senado e Câmara dos Deputados, órgãos legislativos do país cujo regime se enquadra nos definidos como bicamerais.
O mais antigo partido brasileiro, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), obteve em ambos os actos resultados já considerados históricos pelos dirigentes. Para os lugares da Câmara dos Deputados, o PCdoB recolheu quase dois milhões de votos, cifra que leva os comunistas a ultrapassarem os 2 por cento ao nível nacional. Igualmente relevante é o facto da percentagem ter-se revelado segura e constante em nove Estado brasileiros, condição sine qua non para que o partido possa garantir representação neste órgão de soberania.
A lei 9096, aprovada em 1995, obriga os partidos concorrentes à Câmara dos Deputados a assegurarem uma de duas condições para elegerem parlamentares: 5 por cento ou mais no total dos votos no país; ou 2 por cento ou mais em nove Estados da República Federal do Brasil, correspondentes a um terço do total do Estados, 27. O PCdoB passa a ter 13 deputados, mais um que os 12 eleitos em 2002.
No que ao Senado diz respeito, o sufrágio do passado fim-de-semana foi ainda mais generoso para os comunistas brasileiros, os quais mereceram a confiança de um número superior a 6 milhões e 300 mil eleitores, ou 7 por cento do total nacional. Pela primeira vez desde 1945 – quando o partido elegeu Luiz Carlos Prestes, obrigado a renunciar ao cargo na sequência da ilegalização do PCdoB pela ditadura – Inácio Arruda, candidato pelo Estado do Ceará, totalizou quase dois milhões de votos, passando a ser o segundo comunista com assento no Senado, uma vez que Leomar Quintanilha, eleito pelo PMDB, se tornou militante do PCdoB no ano passado.
Segunda volta em dez Estados
Quanto ao sufrágio para os 27 governos estaduais, destaca-se desde logo a vitória de Jacques Wagner, do PT, na Baía, torneando-se um dos 17 governadores eleitos à primeira volta das eleições gerais. Em São Paulo, Estado com mais de 28 milhões de eleitores, venceu o ex-candidato do PSDB à presidência, José Serra, e em Minas Gerais, o segundo Estado em termos de população, ganhou Aécio Neves, também do PSDB.
O PT elegeu desde já quatro governadores. Para além de Wagner, Binho Marques ganhou no Acre, Marcelo Deda em Sergipe e Wellington Dias em Piauí.
Mais complexas deverão ser as eleições em Goiás , Maranhão, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Neste último, disputam taco-a-taco o cargo Sérgio Cabral, pelo PMDB, e Denise Frossar, do PPS.
Com a esmagadora maioria dos votos apurados, Lula recolheu 48,61 por cento dos boletins, deixando Alckmin a mais de 7 pontos percentuais, com 41,64 por cento, margem que, apesar de confortável, não aconselha descanso aos militantes e activistas do PT e do PCdoB. Os partidos já começaram a mobilização para uma participação em massa dos eleitores e a consequente votação em Lula da Silva, única forma, dizem, de demonstrar a inequívoca vontade do povo brasileiro em continuar no caminho do progresso social recusando dar passos atrás no rumo do país.
O candidato apresentado pelo PSDB – formação política do ex-presidente Fernando Henriques Cardoso, responsável pelo aprofundamento das políticas neoliberais durante os dois mandatos no Palácio do Planalto – manifestou-se confiante na vitória no turno complementar, mas contra Alckmin pesa ainda a memória dos mais recentes acontecimentos de violência em São Paulo, Estado do qual foi, durante 12 anos, vice-governador e depois governador, tendo abandonado o cargo um mês antes do desencadeamento do conflito entre as autoridades e o principal grupo criminoso da metrópole precisamente para se candidatar à presidência.
O antigo governador da mais populosa cidade do Brasil e centro económico do país tem recusado responsabilidades no crescimento e acumulação de força por parte do Primeiro Comando da Capital, ou PCC, organização criminosa ligada ao tráfico de armas, droga e à prostituição, mas poucas explicações tem adiantado sobre o assunto, sobejando a arrogância nas respostas quando questionado sobre esta matéria pelos jornalistas brasileiros e estrangeiros.
Em terceiro e quarto posto ficaram, respectivamente, Heloísa Helena, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), com 6,85 por cento, e Cristovam Buarque do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 2,64 por cento.
Comunistas com votação histórica
Paralelamente às presidenciais brasileiras, decorreram também as votações para a o Senado e Câmara dos Deputados, órgãos legislativos do país cujo regime se enquadra nos definidos como bicamerais.
O mais antigo partido brasileiro, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), obteve em ambos os actos resultados já considerados históricos pelos dirigentes. Para os lugares da Câmara dos Deputados, o PCdoB recolheu quase dois milhões de votos, cifra que leva os comunistas a ultrapassarem os 2 por cento ao nível nacional. Igualmente relevante é o facto da percentagem ter-se revelado segura e constante em nove Estado brasileiros, condição sine qua non para que o partido possa garantir representação neste órgão de soberania.
A lei 9096, aprovada em 1995, obriga os partidos concorrentes à Câmara dos Deputados a assegurarem uma de duas condições para elegerem parlamentares: 5 por cento ou mais no total dos votos no país; ou 2 por cento ou mais em nove Estados da República Federal do Brasil, correspondentes a um terço do total do Estados, 27. O PCdoB passa a ter 13 deputados, mais um que os 12 eleitos em 2002.
No que ao Senado diz respeito, o sufrágio do passado fim-de-semana foi ainda mais generoso para os comunistas brasileiros, os quais mereceram a confiança de um número superior a 6 milhões e 300 mil eleitores, ou 7 por cento do total nacional. Pela primeira vez desde 1945 – quando o partido elegeu Luiz Carlos Prestes, obrigado a renunciar ao cargo na sequência da ilegalização do PCdoB pela ditadura – Inácio Arruda, candidato pelo Estado do Ceará, totalizou quase dois milhões de votos, passando a ser o segundo comunista com assento no Senado, uma vez que Leomar Quintanilha, eleito pelo PMDB, se tornou militante do PCdoB no ano passado.
Segunda volta em dez Estados
Quanto ao sufrágio para os 27 governos estaduais, destaca-se desde logo a vitória de Jacques Wagner, do PT, na Baía, torneando-se um dos 17 governadores eleitos à primeira volta das eleições gerais. Em São Paulo, Estado com mais de 28 milhões de eleitores, venceu o ex-candidato do PSDB à presidência, José Serra, e em Minas Gerais, o segundo Estado em termos de população, ganhou Aécio Neves, também do PSDB.
O PT elegeu desde já quatro governadores. Para além de Wagner, Binho Marques ganhou no Acre, Marcelo Deda em Sergipe e Wellington Dias em Piauí.
Mais complexas deverão ser as eleições em Goiás , Maranhão, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Neste último, disputam taco-a-taco o cargo Sérgio Cabral, pelo PMDB, e Denise Frossar, do PPS.