Reforçar a luta
O reforço da luta pressupõe o reforço do Partido
Setembro entrado, o tempo dá-nos razão. Dá razão aos comunistas e à sua luta contra a ofensiva da política de direita liderada pelo Governo do PS/Sócrates, cada vez mais claramente ligado aos objectivos que o PSD também defende. Com a cobertura do Presidente da República – o seu estímulo e assentimento – o chamado «bloco central de interesses», que mais não é que a identificação entre o PS e o PSD acerca das políticas a desenvolver ao arrepio dos interesses dos trabalhadores, dos jovens, das mulheres, dos pensionistas, das populações, vai fazendo caminho. Se esta identificação tem o seu início mediático a partir do momento em que foi anunciado o «pacto» entre Sócrates e Marques Mendes sobre a «reforma» da Justiça, ela já existia antes e já a denunciáramos, chamando a atenção para as dificuldades que tem a «oposição» da direita em criticar o fundo das iniciativas governamentais no campo social, económico e político – e também cultural, já agora. Se a identificação sobre a política de direita começou nos objectivos, ela já vai nas medidas concretas e não tardará a chegar à partilha do bolo pelas clientelas de cada um dos partidos, CDS incluso, se for caso de precisão de mais uma ajudinha devotada aos interesses do capital.
Setembro entrado e poucos dias após a Festa do Avante!, – que não é uma rentrée no trabalho político dos comunistas, que muito labor usam durante os meses de Verão para erguer a maior iniciativa político-cultural portuguesa, mas constitui inegavelmente um novo e reforçado entusiasmo colocado nas tarefas do PCP –, o tempo dá-nos razão. Era tempo de lançar uma campanha como a que os comunistas promovem por todo o País, nomeadamente em defesa da Segurança Social. Uma campanha a que o Avante! se junta com o suplemento que hoje publicamos, para além de procurar dar conta de algumas das mais destacadas iniciativas em que participa o secretário-geral do Partido, no sentido de esclarecer, organizar, lutar em defesa dos direitos, contra a ofensiva governamental que os procura retirar não apenas na prática mas no quadro legal em que a luta os inscreveu desde a Revolução de Abril.
É que a ofensiva governamental, desta feita apoiada pelo PSD e pelo Presidente da República que urdem um consenso na matéria visando a privatização – juntando-se-lhes agora (ou já antes?) o grupo reaccionário «Compromisso Portugal» que age como porta-voz dos interesses capitalistas – tal ofensiva prossegue e aprofunda-se. Não apenas nas medidas «de fundo» que se preparam no segredo dos gabinetes e dos palácios do poder, mas também em medidas avulsas e gravosas cuja direcção é a mesma. Em tais medidas, destacam-se as anunciadas pelo ministro da Saúde, que anunciou a intenção de introduzir novas taxas moderadoras que esmagam e limitam o direito à saúde para um cada vez maior número de portugueses. Em tais medidas integram-se aquelas de ataque à Administração Pública – aos seus trabalhadores e aos serviços que o Governo pretende que o Estado deixe de prestar às populações. Em tais medidas integram-se os ataques ao sistema de ensino público, com o encerramento efectivo de mais de 1400 escolas. O espaço não sobraria aqui se quiséssemos enumerar todo o rol de malfeitorias que o PS no Governo tem vindo e virá a promover, se um travão lhe não for posto à vertigem de servir o capital.
Para o PCP – e para cada vez mais portugueses que o esclarecimento consegue atingir, derrubando as barreiras de silêncio que nos cercam – é necessário não só travar essa ofensiva da política de direita, mas romper com ela e, na ruptura, avançar numa política que a desdiga e contradiga. Uma política que tenha em conta as necessidades do País e do povo, da soberania nacional, com uma economia liberta dos entraves do Pacto de Estabilidade e Crescimento, essa condicionante que tem servido de pretexto para atacar direitos e para entregar ao capital, nacional e multinacional, o produto do esforço dos trabalhadores e das suas famílias.
Nesta batalha, que sai à rua, que atravessa as empresas e as escolas, que une e alarga a base de uma verdadeira oposição, todo o Partido se mobiliza, não descurando os lugares mais remotos e as capacidades menos fortes, porque também aí elas são capazes de crescer. Nesta batalha ganha também relevo particular a iniciativa institucional, como as que o PCP tem avançado, nomeadamente a entrega, feita ontem pelo seu grupo parlamentar, na Assembleia da República, de um projecto de diploma que, contrariando a política governamental de redução de direitos, possibilite o aumento de receitas da Segurança Social.
O reforço da luta pressupõe o reforço do Partido. E vice-versa, porque é na luta que nascem os lutadores e os quadros mais dedicados e experimentados. O esforço que tem sido levado a cabo pelo Partido, que consagrou este ano de 2006 ao reforço do PCP, dá os seus frutos e não abranda. Findo o período de férias, são tomadas medidas para prosseguir na realização de mais assembleias de organização; para retomar as ligações e o esforço organizativo nas empresas e locais de trabalho; para retomar o funcionamento regular das reuniões de trabalho político; para dinamizar o recrutamento e proceder a reestruturações necessárias; para responsabilizar mais quadros jovens. Para, enfim, proceder no sentido de colocar o Partido à altura das suas responsabilidades, que advêm das circunstâncias da luta e do seu projecto revolucionário.
Setembro entrado e poucos dias após a Festa do Avante!, – que não é uma rentrée no trabalho político dos comunistas, que muito labor usam durante os meses de Verão para erguer a maior iniciativa político-cultural portuguesa, mas constitui inegavelmente um novo e reforçado entusiasmo colocado nas tarefas do PCP –, o tempo dá-nos razão. Era tempo de lançar uma campanha como a que os comunistas promovem por todo o País, nomeadamente em defesa da Segurança Social. Uma campanha a que o Avante! se junta com o suplemento que hoje publicamos, para além de procurar dar conta de algumas das mais destacadas iniciativas em que participa o secretário-geral do Partido, no sentido de esclarecer, organizar, lutar em defesa dos direitos, contra a ofensiva governamental que os procura retirar não apenas na prática mas no quadro legal em que a luta os inscreveu desde a Revolução de Abril.
É que a ofensiva governamental, desta feita apoiada pelo PSD e pelo Presidente da República que urdem um consenso na matéria visando a privatização – juntando-se-lhes agora (ou já antes?) o grupo reaccionário «Compromisso Portugal» que age como porta-voz dos interesses capitalistas – tal ofensiva prossegue e aprofunda-se. Não apenas nas medidas «de fundo» que se preparam no segredo dos gabinetes e dos palácios do poder, mas também em medidas avulsas e gravosas cuja direcção é a mesma. Em tais medidas, destacam-se as anunciadas pelo ministro da Saúde, que anunciou a intenção de introduzir novas taxas moderadoras que esmagam e limitam o direito à saúde para um cada vez maior número de portugueses. Em tais medidas integram-se aquelas de ataque à Administração Pública – aos seus trabalhadores e aos serviços que o Governo pretende que o Estado deixe de prestar às populações. Em tais medidas integram-se os ataques ao sistema de ensino público, com o encerramento efectivo de mais de 1400 escolas. O espaço não sobraria aqui se quiséssemos enumerar todo o rol de malfeitorias que o PS no Governo tem vindo e virá a promover, se um travão lhe não for posto à vertigem de servir o capital.
Para o PCP – e para cada vez mais portugueses que o esclarecimento consegue atingir, derrubando as barreiras de silêncio que nos cercam – é necessário não só travar essa ofensiva da política de direita, mas romper com ela e, na ruptura, avançar numa política que a desdiga e contradiga. Uma política que tenha em conta as necessidades do País e do povo, da soberania nacional, com uma economia liberta dos entraves do Pacto de Estabilidade e Crescimento, essa condicionante que tem servido de pretexto para atacar direitos e para entregar ao capital, nacional e multinacional, o produto do esforço dos trabalhadores e das suas famílias.
Nesta batalha, que sai à rua, que atravessa as empresas e as escolas, que une e alarga a base de uma verdadeira oposição, todo o Partido se mobiliza, não descurando os lugares mais remotos e as capacidades menos fortes, porque também aí elas são capazes de crescer. Nesta batalha ganha também relevo particular a iniciativa institucional, como as que o PCP tem avançado, nomeadamente a entrega, feita ontem pelo seu grupo parlamentar, na Assembleia da República, de um projecto de diploma que, contrariando a política governamental de redução de direitos, possibilite o aumento de receitas da Segurança Social.
O reforço da luta pressupõe o reforço do Partido. E vice-versa, porque é na luta que nascem os lutadores e os quadros mais dedicados e experimentados. O esforço que tem sido levado a cabo pelo Partido, que consagrou este ano de 2006 ao reforço do PCP, dá os seus frutos e não abranda. Findo o período de férias, são tomadas medidas para prosseguir na realização de mais assembleias de organização; para retomar as ligações e o esforço organizativo nas empresas e locais de trabalho; para retomar o funcionamento regular das reuniões de trabalho político; para dinamizar o recrutamento e proceder a reestruturações necessárias; para responsabilizar mais quadros jovens. Para, enfim, proceder no sentido de colocar o Partido à altura das suas responsabilidades, que advêm das circunstâncias da luta e do seu projecto revolucionário.