As guerras continuam
O fracasso da tentativa de invasão do Líbano por parte da máquina de guerra israelense - graças à heróica resistência armada do povo libanês - conduziu a um cessar-fogo de contornos e desfecho ainda incertos. Cessaram os bombardeamentos e combates em solo libanês. Mas para milhões de seres humanos em todo o Médio Oriente, a guerra continua.
Mesmo no Líbano, a guerra não terminou para os milhares de civis que viram familiares e amigos morrer sob os criminosos bombardeamentos com os quais Israel destruiu aldeias e quarteirões inteiros. Nem para os muitos milhares que ficaram feridos ou mutilados, ou que perderam casas e bens. E continua-se a morrer, como resultado das bombas de fragmentação que Israel lançou sobre o território libanês. Segundo o Financial Times (30.8.06) «a ONU declarou ter identificado 359 locais atingidos por bombas de fragmentação, e que 102 000 pequenas bombas por explodir continuam a matar e mutilar pessoas todos os dias», acrescentando algo que revela bem a natureza criminosa dos dirigentes de Israel: mais de 90% dessas munições foram lançadas nos últimos três dias de guerra, quando já tinha sido aprovada a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e estava iminente a entrada em vigor do cessar-fogo.
Mas para o martirizado e esquecido povo da Palestina nem cessar-fogo existe. Todos os dias, Israel leva a cabo acções militares. Apenas na semana de 24 a 30 de Agosto morreram 30 palestinos, incluindo 3 crianças, assassinados pelas tropas de ocupação israelense, segundo o Centro Palestino para os Direitos Humanos (www.pchrgaza.org). Esta chacina prossegue perante o silêncio da tão apregoada quanto misteriosa “comunidade internacional” e apesar de todas as bonitas palavras sobre um “novo papel da ONU” e uma “iniciativa política da Europa” do grande capital no Médio Oriente. Não existem “forças multinacionais” para desarmar os terroristas israelenses. Um milhão e meio de habitantes da Faixa de Gaza estão sitiados, sofrem cortes frequentes de electricidade e água e escassez de outros bens essenciais devido à destruição da central eléctrica e outras infra-estruturas, e do cerco permanente a que Israel os submete. Um quarto dos parlamentares democraticamente eleitos pelos palestinos foram raptados por Israel e continuam presos, perante o silêncio dos seus congéneres europeus. Curiosamente, a mesma comunicação social que sempre usou o termo “rapto” para descrever a captura de militares israelitas envolvidos em acções bélicas, prefere a palavra “detido” (Público, 7.8.06) para descrever o rapto de Aziz Dweik, o Presidente do parlamento eleito pelos palestinos, que foi levado de sua casa por tropas de uma potência estrangeira ocupante.
A guerra intensifica-se no Afeganistão, e prossegue também no Iraque ocupado, cada vez mais afogado num terrível banho de sangue perante a indiferença de quantos nos encharcaram com mentiras e altissonantes declarações sobre a liberdade dos iraquianos. O Ministério da Saúde iraquiano informa que no mês de Julho 3438 iraquianos foram mortos: mais de 110 por dia (New York Times, 15.8.06). A explicação para tamanha mortandade está dada, de forma indirecta, na edição on-line do Times de Londres (3.9.06) que titula: «Israel faz planos para guerra com o Irão e a Síria». Após referir que «uma guerra com a Síria poderia desencadear o terror fundamentalista islâmico naquilo que até aqui tem sido uma ditadura estável», o artigo cita uma personagem do Pentágono que se alegra com isso: «Se a Síria se afundar no caos, pelo menos estarão a degladiar-se entre si, em vez de se dirigirem para Jerusalém». O que é quase uma confissão de que a “guerra civil iraquiana” é o fruto, planeado e desejado, da ocupação norte-americana. O «novo Médio Oriente» que o imperialismo deseja é um Médio Oriente de sangue e morte. Não para impedir uma inexistente marcha sobre Jerusalém, mas para recolonizar a região. Esse crime só será travado pela resistência dos povos.
Mesmo no Líbano, a guerra não terminou para os milhares de civis que viram familiares e amigos morrer sob os criminosos bombardeamentos com os quais Israel destruiu aldeias e quarteirões inteiros. Nem para os muitos milhares que ficaram feridos ou mutilados, ou que perderam casas e bens. E continua-se a morrer, como resultado das bombas de fragmentação que Israel lançou sobre o território libanês. Segundo o Financial Times (30.8.06) «a ONU declarou ter identificado 359 locais atingidos por bombas de fragmentação, e que 102 000 pequenas bombas por explodir continuam a matar e mutilar pessoas todos os dias», acrescentando algo que revela bem a natureza criminosa dos dirigentes de Israel: mais de 90% dessas munições foram lançadas nos últimos três dias de guerra, quando já tinha sido aprovada a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e estava iminente a entrada em vigor do cessar-fogo.
Mas para o martirizado e esquecido povo da Palestina nem cessar-fogo existe. Todos os dias, Israel leva a cabo acções militares. Apenas na semana de 24 a 30 de Agosto morreram 30 palestinos, incluindo 3 crianças, assassinados pelas tropas de ocupação israelense, segundo o Centro Palestino para os Direitos Humanos (www.pchrgaza.org). Esta chacina prossegue perante o silêncio da tão apregoada quanto misteriosa “comunidade internacional” e apesar de todas as bonitas palavras sobre um “novo papel da ONU” e uma “iniciativa política da Europa” do grande capital no Médio Oriente. Não existem “forças multinacionais” para desarmar os terroristas israelenses. Um milhão e meio de habitantes da Faixa de Gaza estão sitiados, sofrem cortes frequentes de electricidade e água e escassez de outros bens essenciais devido à destruição da central eléctrica e outras infra-estruturas, e do cerco permanente a que Israel os submete. Um quarto dos parlamentares democraticamente eleitos pelos palestinos foram raptados por Israel e continuam presos, perante o silêncio dos seus congéneres europeus. Curiosamente, a mesma comunicação social que sempre usou o termo “rapto” para descrever a captura de militares israelitas envolvidos em acções bélicas, prefere a palavra “detido” (Público, 7.8.06) para descrever o rapto de Aziz Dweik, o Presidente do parlamento eleito pelos palestinos, que foi levado de sua casa por tropas de uma potência estrangeira ocupante.
A guerra intensifica-se no Afeganistão, e prossegue também no Iraque ocupado, cada vez mais afogado num terrível banho de sangue perante a indiferença de quantos nos encharcaram com mentiras e altissonantes declarações sobre a liberdade dos iraquianos. O Ministério da Saúde iraquiano informa que no mês de Julho 3438 iraquianos foram mortos: mais de 110 por dia (New York Times, 15.8.06). A explicação para tamanha mortandade está dada, de forma indirecta, na edição on-line do Times de Londres (3.9.06) que titula: «Israel faz planos para guerra com o Irão e a Síria». Após referir que «uma guerra com a Síria poderia desencadear o terror fundamentalista islâmico naquilo que até aqui tem sido uma ditadura estável», o artigo cita uma personagem do Pentágono que se alegra com isso: «Se a Síria se afundar no caos, pelo menos estarão a degladiar-se entre si, em vez de se dirigirem para Jerusalém». O que é quase uma confissão de que a “guerra civil iraquiana” é o fruto, planeado e desejado, da ocupação norte-americana. O «novo Médio Oriente» que o imperialismo deseja é um Médio Oriente de sangue e morte. Não para impedir uma inexistente marcha sobre Jerusalém, mas para recolonizar a região. Esse crime só será travado pela resistência dos povos.