VIVA A FESTA DO AVANTE

«Derrotaremos, igualmente, esta ofensiva. E as que se lhe seguirem»

Quando, amanhã às dezoito horas, se abrirem as portas da Quinta da Atalaia, uma multidão em festa dará início à maior e mais bela de todas as festas que se realizam em Portugal. É assim desde há trinta anos e assim continuará a ser no futuro.
Para confirmar que assim foi e que assim será, basta olhar para as vinte e nove festas passadas e mais para esta trigésima que agora estamos a viver. Está lá tudo. Em cada uma e em todas elas está, nítido, o segredo do êxito: o conteúdo do seu processo de construção.
A Festa do Avante! é a festa de milhares, muitos milhares, de homens, mulheres, jovens, crianças; operários, empregados, intelectuais, quadros, estudantes, reformados, pequenos empresários; comunistas e não comunistas. E são esses muitos milhares de cidadãos e cidadãs que, numa primeira fase, a constróem durante vários meses, erguem os edifícios da cidade de três dias, preparam o recheio das centenas de stands e organizam e asseguram o seu funcionamento pleno. E são esses muitos que a constróem – vivendo-a – durante os três dias da sua duração.
A construção da Festa nessa primeira fase é a demonstração da força do trabalho voluntário e colectivo, só possível de existir em construtores como estes: militantes de um Partido cujo objectivo maior é a construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração – numa luta que, no seu dia a dia, tem como referências constantes a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Por isso viver a Festa é um acto de convívio fraterno e solidário e os seus três dias de duração fazem da Quinta da Atalaia o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado em todo o País.

Tudo isto, que confere à Festa um apoio da massas singular, é igualmente e por isso mesmo, o motivo maior para os ataques de que ela tem sido alvo ao longo dos seus trinta anos de existência. A Festa do Avante! foi, desde a sua primeira edição – em 1976, na FIL – a Festa do Portugal de Abril. Por isso ela foi, desde logo, parte integrante da luta pela democracia conquistada na sequência da desse momento maior da História do nosso País que foi a revolução de Abril. Por isso, também, ela foi, desde logo, um alvo preferencial dos inimigos de Abril, que contra ela viraram as suas baterias, usando as armas que usavam na sua acção contra revolucionária, na altura o terrorismo bombista. Pensavam eles que, com isso, impediriam a realização da Festa do Portugal de Abril; pensavam eles que baixaríamos os braços face às muitas dificuldades criadas pela sua acção criminosa. Não contavam, obviamente, com a resposta dada pelo colectivo partidário; não contavam com a força da militância comunista; não contavam com a determinação, a capacidade, a criatividade, de milhares de homens, mulheres e jovens, militantes e simpatizantes do Partido, os quais, assumindo como imperativo de Abril levar por diante a realização da Festa, assim fizeram. E assim derrotaram os objectivos desses reaccionários terroristas.
Mas os ataques à Festa prosseguiram – através de outras formas de terrorismo adaptadas aos tempos que vieram, através de manobras sujas, de golpes baixos, ao fim e ao cabo de todo o tipo de práticas de que os sabemos capazes olhando para a política de direita que há trinta anos vêm executando. A não cedência de terreno – ao fim de grandiosas festas, primeiro no Vale do Jamor, depois no Alto da Ajuda – foi o caminho da raiva contra a Festa pelo qual optaram. Cortámos-lhes as voltas e a Festa continuou: na Atalaia, nossa, comprada através de uma campanha nacional de fundos na qual, uma vez mais, foi decisiva a acção do colectivo partidário; na qual se confirmou amplamente o prestígio da Festa junto de largos sectores da população.

Não desistiram, no entanto, dos seus intentos, os inimigos da Festa do Portugal de Abril. Da mesma forma que – agindo na base de um conceito de democracia que os aproxima cada vez mais dos tempos do antigamente – não desistem do seu objectivo de liquidar a democracia nascida da revolução de Abril; não desistem de avançar com um modelo de democracia na qual o poder político está totalmente subordinado ao poder do grande capital: não desistem de levar por diante uma política que flagela todos os que trabalham e vivem do seu trabalho; não desistem de violar impiedosamente direitos humanos essenciais; não desistem de liquidar direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores e dos cidadãos; não desistem de vender pedaços da independência e da soberania nacionais.
Estamos a trinta anos do primeiro ataque à primeira Festa do Avante!
O tempo do terrorismo bombista passou (mas atenção: eles, os inimigos de Abril e dos seus ideais libertadores e emancipadores, não hesitariam em voltar a esses métodos se os considerassem necessários).
Por outro lado, este belo espaço da Atalaia é intocável – porque é nosso, fruto do nosso esforço, do nossos trabalho e da influência do PCP na sociedade portuguesa.
E os inimigos da Festa – que são, não nos cansemos de o sublinhar, os inimigos de Abril – recorreram a outros métodos. Abusando da maioria de que dispõem no Parlamento, PS, PSD e CDS-PP – os partidos da contra revolução, do terrorismo bombista e da política de direita – aprovaram leis à medida exacta dos objectivos da sua acção contra a democracia de Abril. Leis que, pelo seu carácter cirúrgico, visando exclusivamente o PCP e a Festa do Portugal de Abril, são profundamente antidemocráticas.
Derrotaremos, igualmente, esta ofensiva. E as que se lhe seguirem.
Viva a Festa do Avante!