Solidariedade comunista
Num comício realizado anteontem na Azambuja, convocado expressamente para o efeito, o secretário-geral do PCP transmitiu a mais viva solidariedade dos comunistas aos trabalhadores da OPEL na sua luta pela continuação da laboração da fábrica e em defesa dos seus postos de trabalho.
Os comunistas exigem medidas de defesa do emprego e da produção nacional
O PCP está solidário com os trabalhadores da OPEL da Azambuja e demonstrou-o com um comício realizado anteontem, dia 4, no qual participou Jerónimo de Sousa. Aos trabalhadores e militantes comunistas da Azambuja juntaram-se muitos outros, dos concelhos vizinhos, nesta jornada de solidariedade e de luta. Jornada esta que, sendo contra o encerramento daquela fábrica, foi também, e sobretudo, em defesa do emprego e do aparelho produtivo nacional. O comício inseria-se na acção «Portugal precisa, o PCP propõe».
Para o secretário-geral do Partido, os trabalhadores da empresa «têm razões para manifestar a sua indignação e a sua revolta perante uma decisão da Administração da General Motors (detentora da fábrica da Azambuja) que apenas se determina pelos seus interesses egoístas e à revelia das suas responsabilidades sociais e dos compromissos assumidos com os trabalhadores e o Estado português». Jerónimo de Sousa considera que a multinacional não tem «qualquer razão plausível e razoável» para a deslocalização da empresa da Azambuja para Saragoça. Argumentos «sérios e transparentes, fundamentados em factos e estudos publicamente conhecidos e reconhecidos» nem vê-los, acusou.
Prosseguindo, o dirigente do PCP lembrou que nem sequer as «habituais e falaciosas justificações das multinacionais acerca dos imperativos da chamada “globalização” e da competitividade ou até dos baixos custos têm aqui cabimento e podem ser invocados como desculpa»: Os custos da fábrica são mais baixos em Portugal do que em Espanha e a fábrica da Azambuja, como a própria Administração reconhece, dá lucro.
Acabar com a impunidade
O secretário-geral comunista lembrou ainda os apoios concedidos pelo Estado português à modernização da empresa, no valor de 40 milhões de euros. Este apoio, destacou, pressupunha contrapartidas. As mesmas que a GM põe agora em causa com a intenção de encerrar a empresa, «desprezando as enormes vantagens que durante mais de 40 anos desfrutou e dos fabulosos lucros que obteve à custa dos trabalhadores». O Acordo Social, assinado com os trabalhadores há cerca de um ano, garantia a montagem do modelo Combo em Portugal pelo menos até 2009. «A GM tem que ser confrontada com as suas responsabilidades e com os seus compromissos», defendeu o dirigente do PCP.
«O Governo português e as instituições comunitárias não podem ficar de braços cruzados perante mais este drama para milhares de trabalhadores e suas famílias e para a região em que a fábrica está inserida», afirmou Jerónimo de Sousa. Para o PCP, este não pode ser mais um exemplo da impunidade com que as multinacionais agem dentro da própria União Europeia, «sugando fundos comunitários e nacionais» sem darem garantias e prestar contas dos compromissos assumidos.
O dirigente do PCP lembrou que a manutenção desta impunidade só é possível porque, «tal como aqui em Portugal, o PS e o PSD, quando no governo, fazem vista grossa às práticas predadoras das multinacionais, também na Europa os partidos maioritários, da mesma família política dos partidos portugueses no poder, são coniventes com tais práticas e com tais processos». Alguns desses partidos, acusou, vêm agora «declarar a sua compungida mágoa em relação aos despedimentos e ao drama dos trabalhadores». Mas quando tiveram oportunidade não «mexeram um dedo para impedir e condicionar o livre curso da acção exploradora das multinacionais, às quais estão submetidos», denunciou .
O Estado tem que intervir
O secretário-geral do PCP defendeu que a União Europeia não pode persistir com a orientação neoliberal de que não cabe ao Estado intervir na vida das empresas e dos mercados. Em sua opinião, tal atitude deixa às multinacionais e aos seus processos de exploração desenfreada as mãos livres.
Para os comunistas, o País não pode continuar a assistir à destruição do seu sector produtivo nem ver desaparecer empresas como a OPEL da Azambuja «acentuando o nosso já grave problema de desemprego e acentuando o processo de desindustrialização do País. Defendendo que à indústria cabe um papel importante e indispensável no desenvolvimento do País, Jerónimo de Sousa reafirmou que para os comunistas o Estado tem que assumir a titularidade e condução das empresas e sectores estratégicos, bem como deve antecipar as situações empresariais e sectoriais de crise e intervir na resposta atempada a esses problemas.
Ao Governo do PS, que «tantas loas canta à subida de umas décimas no PIB», o dirigente comunista recordou que com o encerramento da fábrica da OPEL na Azambuja o produto nacional sofreria uma redução de 0,6 por cento.
Sem luta nada se ganha
Os trabalhadores da OPEL da Azambuja podem contar com o apoio dos comunistas na sua luta em defesa da laboração da fábrica e dos seus postos de trabalho. Foi esta a principal mensagem deixada pelo secretário-geral do PCP no comício de terça-feira. Saudando a luta dos trabalhadores da OPEL da Azambuja, Jerónimo de Sousa salientou também o «apoio solidário dos trabalhadores da GM de outros países da União Europeia».
Desde a primeira hora, afirmou aos trabalhadores da empresa Jerónimo de Sousa, que «estamos com a vossa luta». Uma luta que é determinante para fazer recuar a pretensão da administração da GM e que, «estamos convictos, vai pesar decisivamente para forçar a uma solução que permita defender os postos de trabalho e a manutenção da laboração da empresa». Também a «resignação» do Governo do PS só poderá ser vencida com a luta, destacou.
Falando para os trabalhadores da OPEL, Jerónimo de Sousa lembrou as muitas batalhas travadas ao longo de muitos anos. «Muito se perdeu, é verdade, mas ninguém poderá saber onde estaríamos hoje se não tivéssemos lutado», afirmou.
Declarando o activo empenhamento dos comunistas na concretização «dos vossos justos objectivos», Jerónimo de Sousa lembrou as iniciativas tomadas pelo PCP no Parlamento Europeu (ver página 23) e na Assembleia da República que «esperamos sejam um contributo positivo para a vossa luta».
Na mesa do comício estiveram, para além do secretário-geral, dirigentes regionais do PCP e militantes activos na luta dos trabalhadores da OPEL. Um deles, Jorge Almeida, operário da empresa e membro da Comissão Concelhia, interveio antes de Jerónimo de Sousa. «A luta continua», prometeu.
Para o secretário-geral do Partido, os trabalhadores da empresa «têm razões para manifestar a sua indignação e a sua revolta perante uma decisão da Administração da General Motors (detentora da fábrica da Azambuja) que apenas se determina pelos seus interesses egoístas e à revelia das suas responsabilidades sociais e dos compromissos assumidos com os trabalhadores e o Estado português». Jerónimo de Sousa considera que a multinacional não tem «qualquer razão plausível e razoável» para a deslocalização da empresa da Azambuja para Saragoça. Argumentos «sérios e transparentes, fundamentados em factos e estudos publicamente conhecidos e reconhecidos» nem vê-los, acusou.
Prosseguindo, o dirigente do PCP lembrou que nem sequer as «habituais e falaciosas justificações das multinacionais acerca dos imperativos da chamada “globalização” e da competitividade ou até dos baixos custos têm aqui cabimento e podem ser invocados como desculpa»: Os custos da fábrica são mais baixos em Portugal do que em Espanha e a fábrica da Azambuja, como a própria Administração reconhece, dá lucro.
Acabar com a impunidade
O secretário-geral comunista lembrou ainda os apoios concedidos pelo Estado português à modernização da empresa, no valor de 40 milhões de euros. Este apoio, destacou, pressupunha contrapartidas. As mesmas que a GM põe agora em causa com a intenção de encerrar a empresa, «desprezando as enormes vantagens que durante mais de 40 anos desfrutou e dos fabulosos lucros que obteve à custa dos trabalhadores». O Acordo Social, assinado com os trabalhadores há cerca de um ano, garantia a montagem do modelo Combo em Portugal pelo menos até 2009. «A GM tem que ser confrontada com as suas responsabilidades e com os seus compromissos», defendeu o dirigente do PCP.
«O Governo português e as instituições comunitárias não podem ficar de braços cruzados perante mais este drama para milhares de trabalhadores e suas famílias e para a região em que a fábrica está inserida», afirmou Jerónimo de Sousa. Para o PCP, este não pode ser mais um exemplo da impunidade com que as multinacionais agem dentro da própria União Europeia, «sugando fundos comunitários e nacionais» sem darem garantias e prestar contas dos compromissos assumidos.
O dirigente do PCP lembrou que a manutenção desta impunidade só é possível porque, «tal como aqui em Portugal, o PS e o PSD, quando no governo, fazem vista grossa às práticas predadoras das multinacionais, também na Europa os partidos maioritários, da mesma família política dos partidos portugueses no poder, são coniventes com tais práticas e com tais processos». Alguns desses partidos, acusou, vêm agora «declarar a sua compungida mágoa em relação aos despedimentos e ao drama dos trabalhadores». Mas quando tiveram oportunidade não «mexeram um dedo para impedir e condicionar o livre curso da acção exploradora das multinacionais, às quais estão submetidos», denunciou .
O Estado tem que intervir
O secretário-geral do PCP defendeu que a União Europeia não pode persistir com a orientação neoliberal de que não cabe ao Estado intervir na vida das empresas e dos mercados. Em sua opinião, tal atitude deixa às multinacionais e aos seus processos de exploração desenfreada as mãos livres.
Para os comunistas, o País não pode continuar a assistir à destruição do seu sector produtivo nem ver desaparecer empresas como a OPEL da Azambuja «acentuando o nosso já grave problema de desemprego e acentuando o processo de desindustrialização do País. Defendendo que à indústria cabe um papel importante e indispensável no desenvolvimento do País, Jerónimo de Sousa reafirmou que para os comunistas o Estado tem que assumir a titularidade e condução das empresas e sectores estratégicos, bem como deve antecipar as situações empresariais e sectoriais de crise e intervir na resposta atempada a esses problemas.
Ao Governo do PS, que «tantas loas canta à subida de umas décimas no PIB», o dirigente comunista recordou que com o encerramento da fábrica da OPEL na Azambuja o produto nacional sofreria uma redução de 0,6 por cento.
Sem luta nada se ganha
Os trabalhadores da OPEL da Azambuja podem contar com o apoio dos comunistas na sua luta em defesa da laboração da fábrica e dos seus postos de trabalho. Foi esta a principal mensagem deixada pelo secretário-geral do PCP no comício de terça-feira. Saudando a luta dos trabalhadores da OPEL da Azambuja, Jerónimo de Sousa salientou também o «apoio solidário dos trabalhadores da GM de outros países da União Europeia».
Desde a primeira hora, afirmou aos trabalhadores da empresa Jerónimo de Sousa, que «estamos com a vossa luta». Uma luta que é determinante para fazer recuar a pretensão da administração da GM e que, «estamos convictos, vai pesar decisivamente para forçar a uma solução que permita defender os postos de trabalho e a manutenção da laboração da empresa». Também a «resignação» do Governo do PS só poderá ser vencida com a luta, destacou.
Falando para os trabalhadores da OPEL, Jerónimo de Sousa lembrou as muitas batalhas travadas ao longo de muitos anos. «Muito se perdeu, é verdade, mas ninguém poderá saber onde estaríamos hoje se não tivéssemos lutado», afirmou.
Declarando o activo empenhamento dos comunistas na concretização «dos vossos justos objectivos», Jerónimo de Sousa lembrou as iniciativas tomadas pelo PCP no Parlamento Europeu (ver página 23) e na Assembleia da República que «esperamos sejam um contributo positivo para a vossa luta».
Na mesa do comício estiveram, para além do secretário-geral, dirigentes regionais do PCP e militantes activos na luta dos trabalhadores da OPEL. Um deles, Jorge Almeida, operário da empresa e membro da Comissão Concelhia, interveio antes de Jerónimo de Sousa. «A luta continua», prometeu.