Até há pouco tempo, quando a população necessitava de uma consulta médica com urgência, recorriam ao Centro de Saúde de Faro e, através do seu Serviço de Atendimento Permanente, que funcionava das 8 às 24 horas, podia-se obter essa consulta. E, se a gravidade do caso o exigisse, os utentes eram devidamente encaminhados para a Urgência do Hospital Distrital de Faro.
«O balanço que fazemos desse acesso directo a uma consulta médica, disponível 16 horas por dia e redutor da sobrecarga sobre a Urgência do Hospital Distrital de Faro, é positivo. Devemos, pois, defendê-lo. E exigimos sempre a crescente melhoria da qualidade dos serviços prestados», acentua, em nota ao Avante!, a Comissão de Utentes do SAP de Faro.
No dia 2 de Maio, foi indicado aos utentes pela Direcção do Centro de Saúde de Faro que deveriam dirigir-se ao seu médico de família a solicitar consulta antes de se inscreverem no SAP, terminando-se assim com o acesso directo a uma consulta médica neste serviço. Passado cerca de um mês, no dia 5 de Junho, o SAP passou a encerrar às 20 horas, sobrecarregando-se a partir dessa hora a Urgência Distrital de Faro com os utentes que anteriormente podiam ter o seu problema resolvido no SAP.
«Quando mais de 13 mil utentes do Centro de Saúde de Faro ainda não têm médico de família, quando este número tem vindo a aumentar e não a diminuir, quando a marcação prévia de uma consulta no médico de família se faz com elevados tempos de espera por essa consulta e quando estamos à beira de mais uma sobrecarga de Verão na Urgência do Hospital Distrital de Faro, consideramos que estas alterações ao funcionamento do SAP de Faro prejudicam os utilizadores dos serviços de saúde públicos e devem merecer o repúdio por parte das populações atingidas», acusam os utentes, que não vão parar de lutar «pela melhoria dos serviços de saúde públicos».