A FESTA DE CONSTRUIR A FESTA
«A Festa continua, este ano festejando a sua trigésima edição»
Quando, em Junho de 1976, iniciámos a construção da primeira Festa do Avante!, sabíamos que estávamos a construir, não apenas um evento de dimensão singular no nosso País, mas também uma iniciativa que apontava para o futuro. Sabíamos, igualmente, que uma festa como esta só poderia ser construída pelos portadores e protagonistas de um passado de firme resistência ao fascismo, de luta pela liberdade e pela democracia; por gente com os sentidos bem despertos para o presente então vivido, nascido de um processo revolucionário que havia conduzido às grandes conquistas democráticas de Abril e no qual os comunistas tinham papel decisivo; por gente tendo como horizonte um futuro de liberdade, de justiça social, de solidariedade, de fraternidade, de paz.
Homens, mulheres e jovens de Abril, sabíamos que estávamos a construir a Festa do Portugal de Abril, que ela seria uma festa como jamais houvera outra no nosso País e que, por isso mesmo, ela viera para ficar – e sabíamo-lo não por palpite, mas pela consciência que tínhamos da sua importância política, social, cultural, partidária, e pela certeza na nossa capacidade colectiva para a construirmos pelos tempos fora.
Por esse tempo, o primeiro governo PS/Mário Soares iniciava a política de direita com a qual dava o primeiro passo da ofensiva contra-revolucionária tendo como objectivos destruir as conquistas e os ideais de Abril, restituir o poder ao grande capital e voltar a colocar a independência e a soberania nacionais nas mãos do capitalismo internacional – e é forçoso reconhecer que trinta anos de governos PS e PSD, lograram alcançar muitos desses objectivos. Para criar condições para essa ofensiva, os contra-revolucionários não hesitaram nos meios a utilizar: mentira, manipulação, mistificação, calúnia, ilegalidade, intriga, corrupção, abuso de poder – e, quando o conceito que tinham de democracia assim julgou necessário, o terrorismo bombista.
A primeira Festa do Avante!, realizada nas antigas instalações da FIL, foi um dos alvos seleccionados pelos terroristas: poucos dias antes da abertura, uma bomba destruiu o posto transformador, privando as instalações de energia eléctrica. Pensavam eles, inimigos de Abril, que, assim, impediriam a realização da Festa do Portugal de Abril; que o colectivo partidário desanimaria e baixaria os braços perante as muitas dificuldades provocadas, de facto, pelo atentado. E muita raiva hão-de ter espumado ao verem, no dia marcado e na hora marcada, abrirem-se as portas à multidão que acorreu à FIL para assistir e participar na maior realização política, cultural, artística, desportiva, de convívio, do nosso País - «A Festa que Portugal nunca viu».
No Vale do Jamor construímos a Festa do ano seguinte, num processo que teve como primeira etapa a limpeza do terreno, há muito abandonado, coberto de mato, vazadouro de entulhos e de lixos – tarefa a exigir muito esforço e muita militância, por isso tarefa cumprida.
Contudo a Festa incomodava... ela era, já e cada vez mais, uma impressionante manifestação de massas; um espaço de debate amplo e aberto em torno das grandes questões País e do mundo; um momento exaltante de solidariedade internacionalista; um espaço novo e inovador em matéria de grandes espectáculos ao ar livre (grandes pela quantidade de assistentes e pela qualidade dos intérpretes); uma singular manifestação de arte e de cultura proporcionando aos milhares de visitantes o contacto com realidades até aí desconhecidas para a imensa maioria; uma multiplicidade de actividades desportivas; uma festa de gastronomia e de artesanato – e, para além de tudo isso, um imenso espaço de confraternização solidária, de convívio, de camaradagem, de amizade, de amor, fazendo da Festa, como alguém disse, o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado, em Portugal.
Por isso mesmo, incomodava... e cedo foi obrigada a procurar outro local: o argumento para a não cedência do terreno prendia-se com a necessidade de ali se construir não se sabe bem que instalações públicas, argumento que viria a ser utilizado anos depois, no Alto da Ajuda, onde outra vez a militância fizera o impossível, procedendo à árdua limpeza do terreno – e a Festa foi para Quinta do Infantado, em Loures, mais uma vez desbravar terrenos...
Então decidimos dar um terreno à Festa, um terreno só e para sempre dela: uma ampla campanha nacional de fundos permitiu-nos comprar o belo espaço da Atalaia, dando uma casa à Festa, criando maiores possibilidades de fazer dela, a cada ano que passa, cada vez mais a Festa da liberdade, da juventude, da amizade, da solidariedade, do convívio, de Abril, do futuro.
É sabido que os inimigos da Festa não desistiram dos seus intentos de acabar com ela. E, como o tempo do terrorismo bombista já lá vai e a Festa tem casa própria, recorreram a novos métodos: abusando da maioria de que dispõem no Parlamento, PS, PSD e CDS forjaram leis antidemocráticas que visam o mesmo objectivo dos métodos anteriores: acabar com a Festa.
Iludem-se mais uma vez: a Festa continua, este ano, festejando a sua trigésima edição. E seguramente mais bela e maior do que nos anos que passaram. Porque inspirada nas anteriores e, portanto, nos mesmos ideais de liberdade, de justiça, de solidariedade, de camaradagem, de amizade, de amor. Porque construída, em múltiplas jornadas de trabalho voluntário e colectivo, por milhares de militantes e amigos do Partido – os seus construtores, operários em construção fazendo a Festa de construir a Festa.
Homens, mulheres e jovens de Abril, sabíamos que estávamos a construir a Festa do Portugal de Abril, que ela seria uma festa como jamais houvera outra no nosso País e que, por isso mesmo, ela viera para ficar – e sabíamo-lo não por palpite, mas pela consciência que tínhamos da sua importância política, social, cultural, partidária, e pela certeza na nossa capacidade colectiva para a construirmos pelos tempos fora.
Por esse tempo, o primeiro governo PS/Mário Soares iniciava a política de direita com a qual dava o primeiro passo da ofensiva contra-revolucionária tendo como objectivos destruir as conquistas e os ideais de Abril, restituir o poder ao grande capital e voltar a colocar a independência e a soberania nacionais nas mãos do capitalismo internacional – e é forçoso reconhecer que trinta anos de governos PS e PSD, lograram alcançar muitos desses objectivos. Para criar condições para essa ofensiva, os contra-revolucionários não hesitaram nos meios a utilizar: mentira, manipulação, mistificação, calúnia, ilegalidade, intriga, corrupção, abuso de poder – e, quando o conceito que tinham de democracia assim julgou necessário, o terrorismo bombista.
A primeira Festa do Avante!, realizada nas antigas instalações da FIL, foi um dos alvos seleccionados pelos terroristas: poucos dias antes da abertura, uma bomba destruiu o posto transformador, privando as instalações de energia eléctrica. Pensavam eles, inimigos de Abril, que, assim, impediriam a realização da Festa do Portugal de Abril; que o colectivo partidário desanimaria e baixaria os braços perante as muitas dificuldades provocadas, de facto, pelo atentado. E muita raiva hão-de ter espumado ao verem, no dia marcado e na hora marcada, abrirem-se as portas à multidão que acorreu à FIL para assistir e participar na maior realização política, cultural, artística, desportiva, de convívio, do nosso País - «A Festa que Portugal nunca viu».
No Vale do Jamor construímos a Festa do ano seguinte, num processo que teve como primeira etapa a limpeza do terreno, há muito abandonado, coberto de mato, vazadouro de entulhos e de lixos – tarefa a exigir muito esforço e muita militância, por isso tarefa cumprida.
Contudo a Festa incomodava... ela era, já e cada vez mais, uma impressionante manifestação de massas; um espaço de debate amplo e aberto em torno das grandes questões País e do mundo; um momento exaltante de solidariedade internacionalista; um espaço novo e inovador em matéria de grandes espectáculos ao ar livre (grandes pela quantidade de assistentes e pela qualidade dos intérpretes); uma singular manifestação de arte e de cultura proporcionando aos milhares de visitantes o contacto com realidades até aí desconhecidas para a imensa maioria; uma multiplicidade de actividades desportivas; uma festa de gastronomia e de artesanato – e, para além de tudo isso, um imenso espaço de confraternização solidária, de convívio, de camaradagem, de amizade, de amor, fazendo da Festa, como alguém disse, o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado, em Portugal.
Por isso mesmo, incomodava... e cedo foi obrigada a procurar outro local: o argumento para a não cedência do terreno prendia-se com a necessidade de ali se construir não se sabe bem que instalações públicas, argumento que viria a ser utilizado anos depois, no Alto da Ajuda, onde outra vez a militância fizera o impossível, procedendo à árdua limpeza do terreno – e a Festa foi para Quinta do Infantado, em Loures, mais uma vez desbravar terrenos...
Então decidimos dar um terreno à Festa, um terreno só e para sempre dela: uma ampla campanha nacional de fundos permitiu-nos comprar o belo espaço da Atalaia, dando uma casa à Festa, criando maiores possibilidades de fazer dela, a cada ano que passa, cada vez mais a Festa da liberdade, da juventude, da amizade, da solidariedade, do convívio, de Abril, do futuro.
É sabido que os inimigos da Festa não desistiram dos seus intentos de acabar com ela. E, como o tempo do terrorismo bombista já lá vai e a Festa tem casa própria, recorreram a novos métodos: abusando da maioria de que dispõem no Parlamento, PS, PSD e CDS forjaram leis antidemocráticas que visam o mesmo objectivo dos métodos anteriores: acabar com a Festa.
Iludem-se mais uma vez: a Festa continua, este ano, festejando a sua trigésima edição. E seguramente mais bela e maior do que nos anos que passaram. Porque inspirada nas anteriores e, portanto, nos mesmos ideais de liberdade, de justiça, de solidariedade, de camaradagem, de amizade, de amor. Porque construída, em múltiplas jornadas de trabalho voluntário e colectivo, por milhares de militantes e amigos do Partido – os seus construtores, operários em construção fazendo a Festa de construir a Festa.