A LUTA É O CAMINHO

«O mais bonito e progressista de todos os ideais, o ideal comunista»

O 8º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa discutiu e debateu os problemas que, hoje, se colocam a toda a juventude, as causas e as origens desses problemas, a resposta a dar-lhes visando a sua resolução e o papel dos jovens comunistas nessa resposta – e, naturalmente, debruçou-se sobre as questões visando o reforço da organização nas suas múltiplas vertentes. Tratou-se de um debate profundo, sério, democrático, travado com a lucidez, o entusiasmo, a confiança e a determinação características dos comunistas - sejam eles jovens, menos jovens ou de idade avançada –porque são, todos eles, portadores de um projecto de sociedade nova, de justiça social, de liberdade, de solidariedade, de fraternidade, liberta de todas as formas de opressão e de exploração, fundada naquilo a que o camarada Vasco Cardoso, na sua intervenção de abertura do Congresso, chamou «o mais bonito e progressista dos ideais, o ideal dos trabalhadores e da juventude, o ideal comunista». E é nessa mesma perspectiva que o mesmo camarada e, logo a seguir o debate congressual, nos confirmaram que o 8º Congresso da JCP, sendo um importante ponto de chegada, foi, igualmente um importante ponto de partida: «como afirmámos repetidas vezes, a natureza e as características da nossa organização, intimamente relacionadas com os objectivos de transformação da sociedade a que nos propomos, fazem com que a fase preparatória deste Congresso tenha sido tão ou mais importante do que estes dois dias». É isso: nos dois dias do Congresso, em cerca de sete dezenas de intervenções e nas votações efectuadas, foi aprofundado e votado tudo o que, no processo preparatório, foi discutido por milhares de militantes da JCP – pelo que, as conclusões do Congresso contêm a opinião e a análise não apenas dos que durante dois dias as discutiram e votaram mas, «tão ou mais importante» do que isso, a opinião, a análise, a decisão do colectivo juvenil comunista.
Daí que uma das conclusões essenciais pudesse ser tirada desde logo: «a luta é o caminho»

Os delegados, oriundos de todo o continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, levaram ao Congresso a situação das suas regiões; sublinharam os problemas e as dificuldades que se colocam à juventude; denunciaram casos de exploração brutal e de violação de direitos laborais que fazem lembrar tempos muito longínquos e que se pensava que não mais voltariam; denunciaram, com exemplos concretos, as limitações às liberdades cada vez mais generalizadas e cada vez mais acentuadas configurando, em muitos casos, práticas profundamente antidemocráticas e fascizantes - e manifestaram a sua solidariedade revolucionária com jovens comunistas de outros países presentes no Congresso, que lha retribuíram; e prestaram as homenagens que o espírito do Congresso exigia: aos camaradas Álvaro Cunhal e Fernando Lopes-Graça e ao general Vasco Gonçalves; e trouxeram notícias de lutas, de recrutamentos de mais militantes, de potencialidades de intensificar e ampliar a ligação da JCP às massas juvenis e aos seus anseios e aspirações. Tudo isto nos foi dito, na intervenção de encerramento do Congresso, pelo camarada Hugo Garrido, o qual disse, ainda: «nestes dois dias, tivemos discussão política, mas não só: tivemos, também, convívio, criação e reforço de laços de amizade e camaradagem, e muita, muita alegria» - ou seja, a amizade, a camaradagem e a alegria que, se é verdade que, por si sós, não chegam para alcançar os nossos objectivos, também é verdade que são indispensáveis para os alcançarmos - e que só com elas foi possível que os mais de setecentos delegados e os muitos convidados comunistas tenham saído do Congresso «confiantes no futuro e com a certeza de que vamos transformar o sonho em vida». Uma certeza confirmada durante todo o Congresso (aí incluído o seu período preparatório) e que transbordou para as ruas no entusiasmo, na confiança, na força do impressionante desfile de sábado à noite.

Este Congresso dos jovens comunistas foi, assim, para todos os comunistas (jovens e não jovens) uma confirmação de confiança, uma reforçada certeza da capacidade do Partido para cumprir o papel que lhe cabe enquanto partido comunista, partido da classe operária e de todos os trabalhadores. Os milhares de jovens comunistas que ergueram este 8º Congresso, sendo, indubitavelmente, o futuro do Partido, são simultaneamente parte integrante e relevante do seu presente. De um presente visível em todo o processo de construção e realização do Congresso; de um presente feito de intervenção decidida, determinada, e confiante, nas lutas exigidas pela situação política nacional e internacional; de um presente onde avulta a noção rigorosa da natureza e da dimensão das dificuldades e dos obstáculos existentes e donde emerge a consciência política e revolucionária da importância e da necessidade da luta – essa consciência que aponta a luta como caminho para transformar o sonho em vida e que, como acentuou o camarada Jerónimo de Sousa, exige aos portadores deste projecto justamente o que o Congresso evidenciou: «que não sejam só protagonistas do futuro mas obreiros neste presente difícil, complexo, carregado de perigos mas também de potencialidades».
Por tudo isto, «Desenganem-se!» - disse o secretário geral do PCP, dirigindo-se aos que «alimentam a esperança de nos ver desanimados, abandonando objectivos e ideais, deixando cair o sonho, o projecto político, a acção revolucionária»: «se têm dúvidas acerca do futuro do nosso partido deviam vir aqui e ver o pulsar da JCP neste Congresso».