TEMPOS DE LUTA
«A luta é o caminho e é nela que está a chave para a solução dos problemas existentes»
A crise em que o País está mergulhado tem trinta anos: começou com a política de direita iniciada pelo primeiro governo constitucional, chefiado por Mário Soares e prossegue e acentua-se com o governo de José Sócrates - entre estes dois governos, uma sucessão de outros, ora de maioria PS ora de maioria PSD, levaram por diante a mesma política de direita e deram o seu contributo para que a crise avançasse. E ela avançou. Quanto às suas consequências, elas são, também, óbvias: os lucros da crise – porque, como se sabe, a crise dá lucros chorudos - reverteram sempre, e de que maneira!, a favor dos grandes grupos económicos e financeiros. Os efeitos gravosos da crise – porque, como se sabe, crise significa piores condições de trabalho e de vida - recaíram sempre, e de que maneira!, sobre os trabalhadores, o povo e o País.
Assim, ao longo das últimas três décadas, os senhores do grande capital têm vindo a aumentar os seus lucros e as suas riquezas - logo, o seu poder - graças à crise, ou seja, à intensificação da exploração de quem trabalha e vive do seu trabalho. E a cada ano de crise, esse poder do grande capital cresce e reforça-se – o que lhe permite, como acontece hoje de forma evidente, exercer um domínio absoluto sobre o ainda chamado poder político, dominá-lo, dar-lhe ordens. Porque, na realidade, nesta nova ordem europeia em que a política de direita encarcerou o País – e que outra coisa não é senão um complemento da nova ordem imperialista de cariz totalitário que hoje domina o mundo – os governos não passam de paus mandados dos grandes grupos económicos e financeiros, de executores atentos e obrigados da política que a esses grupos interessa que seja executada: a tal política de direita que há trinta anos vem flagelando brutalmente a imensa maioria dos portugueses e tratando nas palminhas das mãos a imensa minoria.
Foi contra esta política, e expressando o seu profundo descontentamento e protesto, que milhares de trabalhadores desfilaram, em Lisboa e no Porto, no passado sábado, na jornada de luta promovida pela CGTP-IN.
E ser contra esta política é exigir uma política de sentido oposto; uma política que inicie a resolução dos muitos e graves problemas que afligem os portugueses; uma política que faça o inverso do que esta faz e conduza a resultados opostos aos que esta provoca; enfim, uma política que responda às exigências colocadas pelos milhares de trabalhadores que vieram para a rua no sábado passado. Concretizando: uma política que combata «o permanente atraso do País»; que ponha termo ao «encerramento de empresas e aos despedimentos»; que combata «o desemprego e a precariedade»; que combata «as descriminações no local de trabalho e na sociedade» (descriminações sociais e, cada vez mais, políticas e com cheiros inequívocos ao antigamente); que combata «a diminuição do poder de compra dos salários e pensões»; que trave «o ataque aos sistemas públicos da Segurança Social, da Saúde e da Educação»; que pare «os aumentos escandalosos dos preços de serviços e bens essenciais e o agravamento do custo de vida»; que combata «as injustiças e desigualdades sociais»; enfim, que respeite os direitos dos trabalhadores e do povo, que são direitos humanos, tão humanos como o direito ao exercício do voto, o direito à opção partidária, o direito à livre expressão de pensamento - todos cada vez mais aviltados, sublinhe-se e alerte-se, todos sofrendo as consequências das machadadas que a política de direita vem desferindo na democracia política.
O facto de, na palavra de ordem mais gritada nas duas manifestações - «injustiças sociais, arre porra, que é demais» - se encontrarem memórias de um dito de há cinquenta anos, deve dar-nos que pensar.
São de luta os tempos que vivemos. A luta é o caminho e é nela – e na sua intensificação e ampliação - que está a chave para a solução dos problemas existentes.
É sabido que o empobrecimento da democracia política - a par de uma fortíssima ofensiva ideológica que, por acção dos média dominantes, faz da ideologia dominante uma perigosa «ideologia ambiente» - traz maiores dificuldades de mobilização. Direitos consagrados na Constituição são todos os dias espezinhados pelo grande patronato com a conivência de quem tem o dever de fazer cumprir a lei. Em nome da modernidade e das inevitabilidades – palavras que, de tão repetidas pelos média, tendem a ter uso generalizado e constituem exemplos perfeitos de como se transforma a opinião publicada em opinião pública - centenas de milhar de trabalhadores com vínculos precários são obrigados a abdicar dos seus direitos (nomeadamente o direito à sindicalização) e a submeter-se aos ditames do patrão sob pena de perderem o emprego; centenas de milhar de desempregados ou de jovens à procura do primeiro emprego são colocados entre a espada do desemprego e a parede da precariedade e da perda do direito ao emprego; milhões de trabalhadores e de reformados são confrontados com o dever patriótico de apertar o cinto para que alarguem os cintos de uns quantos milhares a bem da Nação…
Tudo isto torna a luta difícil. Mas nada disto a impede. Têm-no demonstrado os trabalhadores portugueses ao longo destes trinta anos. Demonstraram-no no sábado passado nas manifestações de Lisboa e do Porto. Vão demonstrá-lo no curto prazo nas acções de massas que se preparam para o 25 de Abril e o 1º de Maio. Demonstrá-lo-ão no futuro.
«A luta continua»: eis a palavra de ordem que, com maior rigor, define a exigência fundamental que hoje se coloca aos trabalhadores portugueses.
Assim, ao longo das últimas três décadas, os senhores do grande capital têm vindo a aumentar os seus lucros e as suas riquezas - logo, o seu poder - graças à crise, ou seja, à intensificação da exploração de quem trabalha e vive do seu trabalho. E a cada ano de crise, esse poder do grande capital cresce e reforça-se – o que lhe permite, como acontece hoje de forma evidente, exercer um domínio absoluto sobre o ainda chamado poder político, dominá-lo, dar-lhe ordens. Porque, na realidade, nesta nova ordem europeia em que a política de direita encarcerou o País – e que outra coisa não é senão um complemento da nova ordem imperialista de cariz totalitário que hoje domina o mundo – os governos não passam de paus mandados dos grandes grupos económicos e financeiros, de executores atentos e obrigados da política que a esses grupos interessa que seja executada: a tal política de direita que há trinta anos vem flagelando brutalmente a imensa maioria dos portugueses e tratando nas palminhas das mãos a imensa minoria.
Foi contra esta política, e expressando o seu profundo descontentamento e protesto, que milhares de trabalhadores desfilaram, em Lisboa e no Porto, no passado sábado, na jornada de luta promovida pela CGTP-IN.
E ser contra esta política é exigir uma política de sentido oposto; uma política que inicie a resolução dos muitos e graves problemas que afligem os portugueses; uma política que faça o inverso do que esta faz e conduza a resultados opostos aos que esta provoca; enfim, uma política que responda às exigências colocadas pelos milhares de trabalhadores que vieram para a rua no sábado passado. Concretizando: uma política que combata «o permanente atraso do País»; que ponha termo ao «encerramento de empresas e aos despedimentos»; que combata «o desemprego e a precariedade»; que combata «as descriminações no local de trabalho e na sociedade» (descriminações sociais e, cada vez mais, políticas e com cheiros inequívocos ao antigamente); que combata «a diminuição do poder de compra dos salários e pensões»; que trave «o ataque aos sistemas públicos da Segurança Social, da Saúde e da Educação»; que pare «os aumentos escandalosos dos preços de serviços e bens essenciais e o agravamento do custo de vida»; que combata «as injustiças e desigualdades sociais»; enfim, que respeite os direitos dos trabalhadores e do povo, que são direitos humanos, tão humanos como o direito ao exercício do voto, o direito à opção partidária, o direito à livre expressão de pensamento - todos cada vez mais aviltados, sublinhe-se e alerte-se, todos sofrendo as consequências das machadadas que a política de direita vem desferindo na democracia política.
O facto de, na palavra de ordem mais gritada nas duas manifestações - «injustiças sociais, arre porra, que é demais» - se encontrarem memórias de um dito de há cinquenta anos, deve dar-nos que pensar.
São de luta os tempos que vivemos. A luta é o caminho e é nela – e na sua intensificação e ampliação - que está a chave para a solução dos problemas existentes.
É sabido que o empobrecimento da democracia política - a par de uma fortíssima ofensiva ideológica que, por acção dos média dominantes, faz da ideologia dominante uma perigosa «ideologia ambiente» - traz maiores dificuldades de mobilização. Direitos consagrados na Constituição são todos os dias espezinhados pelo grande patronato com a conivência de quem tem o dever de fazer cumprir a lei. Em nome da modernidade e das inevitabilidades – palavras que, de tão repetidas pelos média, tendem a ter uso generalizado e constituem exemplos perfeitos de como se transforma a opinião publicada em opinião pública - centenas de milhar de trabalhadores com vínculos precários são obrigados a abdicar dos seus direitos (nomeadamente o direito à sindicalização) e a submeter-se aos ditames do patrão sob pena de perderem o emprego; centenas de milhar de desempregados ou de jovens à procura do primeiro emprego são colocados entre a espada do desemprego e a parede da precariedade e da perda do direito ao emprego; milhões de trabalhadores e de reformados são confrontados com o dever patriótico de apertar o cinto para que alarguem os cintos de uns quantos milhares a bem da Nação…
Tudo isto torna a luta difícil. Mas nada disto a impede. Têm-no demonstrado os trabalhadores portugueses ao longo destes trinta anos. Demonstraram-no no sábado passado nas manifestações de Lisboa e do Porto. Vão demonstrá-lo no curto prazo nas acções de massas que se preparam para o 25 de Abril e o 1º de Maio. Demonstrá-lo-ão no futuro.
«A luta continua»: eis a palavra de ordem que, com maior rigor, define a exigência fundamental que hoje se coloca aos trabalhadores portugueses.