- Nº 1686 (2006/03/23)

Nascer a meio do caminho

Trabalhadores

O anúncio, por parte do Governo, do encerramento de nove maternidades terá como consequência forçar as futuras mães a deslocarem-se dezenas de quilómetros para consumarem os partos e uma maior desertificação do País. Além do estado de ansiedade que as más acessibilidades, «cheias de trânsito e muitas vezes sem segurança», provocarão nas parturientes, a CGTP-IN – em nota à imprensa - lembra que Portugal tem uma das mais baixas taxas de mortalidade pré-natal da União Europeia, a qual poderá agora agravar-se. Assim, muitas mulheres terão o parto em casa ou nas ambulâncias a caminho da maternidade, num claro «retrocesso social».
Para a central, a medida é «uma ajuda para empurrar as parturientes para clínicas privadas», que «oferecem piores condições».
Segundo o relatório da Comissão Nacional de Saúde Materna que o Governo usou como argumento para anunciar o encerramento, não há controlo de qualidade nos partos efectuados em estabelecimentos privados. A central pretende saber porquê.