O relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentado em Genebra, na Suíça, a meio da semana passada, revela que existem no mundo 191, 8 milhões de desempregados, um número recorde, afirma a organização.
No mesmo documento, a OIT diz que mais de metade destes têm entre 15 e 24 anos de idade e que entre os que conseguem trabalho, os índices de pobreza mantém-se inalterados face aos dados de...1996.
Metade da população activa não obtém rendimentos superiores a dois dólares por dia, facto que leva a OIT a acusar o actual modelo de globalização de ser incapaz de dar respostas às desigualdades sociais.
Em Davos, onde decorreu o Fórum Económico Mundial, Juan Somavia, director-geral da OIT, disse tratar-se de «uma crise de emprego sem precedentes», drama que, considerou, «não vai passar despercebida nem nas ruas dos países ricos nem nas dos pobres».
Somavia insistiu que «ter um trabalho decente influi na dignidade das pessoas, na auto-estima e na estabilidade das respectivas famílias», mas as preocupações do Fórum dos poderosos não parecem muito direccionadas para as condições de vida das pessoas.