
- Nº 1675 (2006/01/5)
Depois do falhanço da Constituição
Áustria assume presidência da UE
Europa
A Áustria está à frente da União Europeia desde domingo, dia em que assumiu a presidência rotativa apontando como objectivo dar uma nova dinâmica à organização.
A presidência rotativa semestral da União Europeia foi assumida no domingo pela Áustria, que afirmou que um dos seus objectivos é dar uma nova dinâmica à Europa e enfrentar a crise criada pela rejeição do Tratado Constitucional em França e na Holanda.
Para o chanceler austríaco, o «ponto de partida não é fácil» devido às crises instaladas na União Europeia. Wolfgang Schuessel considera que agora é possível a União Europeia concentrar-se em questões «realmente importantes», como a criação de emprego, a liberdade e a segurança, a protecção do ambiente e o reforço do papel da UE no mundo.
Outros objectivos da presidência austríaca passam pelo relançamento do debate sobre o «futuro da Europa» e sobre o Tratado Constitucional, a relação da União Europeia com os países dos Balcãs Ocidentais e o diálogo inter-religioso. Nos próximos seis meses serão ainda avaliadas as condições de adesão da Roménia e da Bulgária, prevista para 2007.
Entretanto, foram retirados dois cartazes de uma campanha publicitária realizada por 75 artistas de toda a Europa, exposta em Viena até ao fim do mês. Os cartazes retirados na quinta-feira foram considerados «chocantes». Um deles mostrava uma orgia entre três pessoas nuas mascaradas de Rainha Isabel II, de George W. Bush e de Jacques Chirac, enquanto no outro podia ver-se o corpo de uma mulher deitada, de pernas afastadas e com umas cuecas com a bandeira da União Europeia.
Chirac quer relançar Europa
Jacques Chirac, na sua mensagem de Ano Novo, anunciou o lançamento brevemente de «iniciativas para relançar a construção europeia». O presidente francês afirmou que «a Europa é fundamental para o nosso futuro. Com todos os nossos parceiros, alcançámos um bom acordo sobre o orçamento europeu, mas a Europa precisa de instituições mais democráticas, mais estáveis, mais eficazes.»
«Não podemos estar à espera. É por essa razão que vou tomar rapidamente iniciativas para relançar a construção da Europa política, da Europa social, da Europa dos projectos», declarou Chirac, explicando que vai tentar «envolver os seus parceiros europeus na via da construção de uma Europa industrial».