O presidente chileno, Ricardo Lagos, enviou à Câmara dos deputados uma proposta de reforma do sistema eleitoral para votação imediata, de forma a permitir a representação real dos partidos no Parlamento conforme os votos recebidos. A questão está no centro dos debates entre os candidatos à segunda volta das presidenciais, a socialista Michelle Bachelet e o da aliança de direita, Sebastián Piñera, a 15 de Janeiro.
A União Democrata Independente (UDI), de Piñera, que havia declarado estar disposta a mudar o sistema, numa clara tentativa de cativar o Partido Comunista do Chile (PCC) - que pediu o fim desse mecanismo como uma das condições para dar seus votos a Bachelet -, acabou por se abster em bloco, pelo que o projecto não passou.
Lagos afirma agora que voltará à carga, desta vez no Senado, na primeira semana de Janeiro. O actual sistema eleitoral chileno, que é rejeitado por uma ampla maioria da população, segundo as sondagens, penaliza sobretudo o PCC, impedindo-o de ter representação parlamentar.