CDU com mais mulheres

Eleição no feminino

A CDU é a força política que termina o actual mandato autárquico com uma maior participação de mulheres nos seus eleitos. As listas apresentadas seguem a mesma tendência.

A CDU não precisa de quotas para aumentar a participação das mulheres

A participação de mulheres nas listas da CDU, no momento em que chega ao fim o mandato iniciado nas eleições de 2001, é a mais alta entre todas as forças políticas. Esta participação «é superior aos restantes partidos e ao total de mulheres eleitas no conjunto e em cada um dos órgãos autárquicos», afirma, em nota do dia 29, a Comissão do PCP para a Luta e Movimento das Mulheres.
Recentemente, o STAPE publicou o «Perfil do Autarca em 2001», onde se refere que a «análise da distribuição feminina pelas diversas forças políticas não é homogénea, sendo que o PCP-PEV, à semelhança de anos anteriores, continua a ser o partido que mais mulheres elege, no conjunto dos órgãos, com 22,5 por cento». Destaca ainda o STAPE que, nos órgãos deliberativos, este valor é ainda superado, com uma participação de mulheres na assembleia municipal de 25,4 por cento e de 24 por cento na assembleia de freguesia.
Desde sempre que a CDU (antes, a APU) é a força política com uma maior taxa de participação de mulheres no conjunto dos seus eleitos. Sempre significativamente superior ao total de eleitas em cada mandato e igualmente superior às taxas apresentadas pelos restantes partidos. Apesar da progressão verificada por todos os partidos, verifica-se igualmente que os que mais gente elegem são precisamente aqueles que apresentam uma mais baixa taxa de participação feminina.
Face aos dados apresentados, a comissão do PCP considera que se registou uma evolução na participação das mulheres nos diversos órgãos desde as primeiras eleições, em 1979. Mas, embora tenha progredido, a evolução continua francamente insuficiente, assinala o PCP. Para os comunistas, esta situação deve-se fundamentalmente à baixa taxa de eleição de mulheres por parte dos partidos que obtêm maior número de mandatos, o PSD e o PS. Quanto à CDU, afirma-se na nota do PCP, nota-se uma «franca progressão no seu contributo ao reforço da participação das mulheres».

Mandato ainda mais no feminino

A Comissão do PCP para a Luta e Movimento das Mulheres destaca o facto de, para as próximas eleições, 94 mulheres encabeçarem as listas da coligação para as câmaras municipais, o que representa 30 por cento do total dos candidatos que se encontram nesta situação. Isto representa «mais um passo no contínuo reforço da presença de mulheres nas listas da CDU», destaca o Partido. Este reforço verifica-se também no total das listas municipais, com 30 por cento de candidatas.
O PCP confia que, uma vez mais, a CDU confirmará a posição mais expressiva de participação de mulheres nas autarquias. Este resultado constitui, realça, a «melhor resposta aos que, esgrimindo demagogicamente a imposição de quotas, rapidamente se esquecem quando se trata de, por vontade própria e soberania de decisão, agirem em conformidade».
Para além do esforço concreto de cada força política, o PCP destaca a necessidade de políticas públicas que «eliminem as discriminações que continuam a marcar o estatuto das mulheres no trabalho e na família». Situação, lembra, que aprofunda a «perpetuação dos papéis sexuais na família e na vida política».

Acima de todas as médias

A partir dos dados do STAPE, a Comissão do PCP para a Luta e Movimento das Mulheres destaca o facto de 22,5 por cento do total dos eleitos da CDU serem mulheres, quando a média nacional se situa nos 14,3 por cento. Os restantes partidos situam-se muito abaixo da média apresentada pela CDU: o PS elegeu 14,3 por cento de mulheres, o PSD 12,9 por cento, e o PP atinge os 13,6 por cento.
Órgão a órgão, a situação não se altera. No que se refere às câmaras municipais, a CDU também ultrapassa a média total, que se situa nos 13,6 por cento. Com 16,4 por cento de mulheres eleitas para este órgão, a CDU ultrapassa todos os outros partidos (PS com 13,1 por cento; PSD 13,6 por cento; PP com 16,2 por cento).
Nas assembleias municipais, para um total nacional de 17,3 por cento de mulheres eleitas, a CDU também supera largamente esta média, sendo mulheres 25,4 por cento do total dos seus eleitos. O PS fica-se pelos 18,2 por cento; o PSD chega aos 14,6 e o PP atinge os 19,6 por cento.
Nas juntas de freguesia é novamente a CDU que elege a maior percentagem de mulheres para estes órgãos. Sendo a média nacional de 10,2 por cento de mulheres, a CDU tem a marca de 17,5 por cento de eleitas. Os restantes partidos distribuem-se da seguinte forma: 10,1 por cento para o PS; 8,9 por cento para o PSD; e 11,6 por cento para o PP.
Nas assembleias de freguesia, 24 por cento dos eleitos da CDU são mulheres. A média nacional fica-se pelos 15,3 por cento, enquanto os outros partidos ficam todos abaixo desta marca: 15 por cento para o PS; 14,2 por cento para o PSD; 12,2 para o PP.


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