- Nº 1662 (2005/10/6)
CDU é alternativa no Algarve

Reforçar a força mais consequente

Em Foco
Em campanha pelo Algarve, o secretário-geral do PCP manifestou a sua confiança num bom resultado da CDU na região.

A passagem de Jerónimo de Sousa pelo Algarve, no passado dia 22, demonstrou a confiança e o empenhamento num bom resultado da CDU na região. A jornada começou em Vila Real de Santo António, onde a comitiva visitou os estaleiros. No local, o secretário-geral do PCP afirmou que os estaleiros eram um «exemplo de como se podia aliar tradição à modernidade», bem como da importância de uma política de apoio às pequenas e médias empresas.
Depois de uma volta pelo centro da cidade, onde ouviu as queixas dos pequenos comerciantes acerca da sua difícil situação – à qual não é estranho o aumento do IVA –, seguiu-se um almoço muito participado, que deixou claro a confiança dos activistas locais da CDU na «real possibilidade» de uma vitória naquele concelho, que durante vários anos a coligação teve maioria.
Seguiram-se depois duas arruadas: em Faro e em Silves. Neste último concelho, onde a CDU tem uma forte implantação e tradição, a arruada percorreu as ruas do centro da cidade, onde o secretário-geral do PCP e os candidatos e activistas locais da coligação puderam contactar com os trabalhadores e a população.
A jornada terminou com um jantar em Portimão, que juntou mais de meio milhar de pessoas. No jantar, o secretário-geral comunista afirmou que apoiar o PCP e a CDU com mais votos e mais mandatos, é «reforçar a mais consequente e combativa força de esquerda, é dar mais força à sua luta consequente em defesa de uma vida melhor para os trabalhadores, os reformados, os agricultores, os pescadores, os pequenos e médios empresários». Esta luta é tão mais necessária quando se prepara o Orçamento de Estado para 2006, onde é previsível que o Governo procure impor «novos e mais gravosos sacrifícios» a amplas camadas da população.

PIDDAC para quê?

O secretário-geral do PCP desafiou o Governo a clarificar o que pretende fazer com as verbas para as regiões. Jerónimo de Sousa pretende saber se o Governo vai reforçar o PIDDAC para ir «ao encontro dos problemas das populações», problemas esses cuja solução tem sido adiada pelos últimos governos do PS, do PSD e do CDS-PP.
Entre os problemas que o dirigente do PCP considera urgente serem resolvidos encontra-se a falta de água que assume no Algarve um «carácter inadiável bem evidente», pelo que o Governo «não pode deixar de considerar no Orçamento de 2006 um plano integrado de captação e de armazenamento de água para servir o Algarve». Entre os projectos concretos que podem obviar este problema, Jerónimo de Sousa destaca as obras de construção da barragem de Odelouca, «que se arrastam penosamente enquanto as populações vão bebendo água dos furos de qualidade duvidosa». O aproveitamento, por parte das populações do Algarve, da barragem do Alqueva é outra das questões que a CDU pretende ver efectivada. Ao mesmo tempo que expressava esta exigência, Jerónimo de Sousa não pôde deixar de manifestar a estranheza quanto às declarações de Macário Correia (presidente da Câmara Municipal de Tavira e da Junta Metropolitana do Algarve), que anunciou a construção de cinquenta campos de golfe, no quadro «dos enormes sacrifícios de poupança de água às populações e aos agricultores da Região». Macário Correia venha anunciar a construção de 50 campos de golfe.
A exigência da regionalização continua a ser um compromisso do PCP e da CDU, lembrou o secretário-geral comunista, considerando que esta daria um contributo para o desenvolvimento regional harmonioso e seria capaz de tirar partido de outros importantes recursos das regiões, nomeadamente do Algarve. «Nós não podemos deixar de registar que aqueles que tanto falavam de regionalização se tenham remetido ao silêncio», rejeitou Jerónimo de Sousa.