A Corte Suprema do Chile decidiu, quinta-feira da semana passada, ilibar Augusto Pinochet dos crimes cometidos no âmbito da «Operação Condor» concordando, desta forma, com a decisão tomada anteriormente pelo Tribunal de Apelação de Santiago.
Segundo o acórdão, o ex-ditador não pode ser indiciado como um dos responsáveis pelo assassínio, tortura e desaparecimento de milhares de chilenos durante o período do regime militar fascista, nem responder pela direcção de um plano que, nas décadas de 70 e 80, em coordenação com ditaduras semelhantes no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, tinha como principal objectivo eliminar todos os comunistas, progressistas e opositores dos respectivos países.
A decisão foi recebida com estranheza e revolta por parte dos familiares dos desaparecidos, uma vez que o mesmo tribunal havia decidido, no dia anterior, levantar a imunidade a Pinochet para que este possa ser julgado por crimes cometidos no âmbito da «Operação Colombo», a qual antecedeu a «Operação Condor».

...e manifestação reprimida

Entretanto, na quarta-feira, dia 14, a polícia de intervenção chilena reprimiu uma manifestação que percorreu as ruas da capital, Santiago, em protesto contra a atribuição de indultos a ex-militares acusados de crimes durante a ditadura.
Entre os cerca de 30 manifestantes detidos estava Tomás Hirsch, o candidato da coligação «Juntos Podemos» às eleições presidenciais de Dezembro próximo, formada pelo PC do Chile e pelo Partido Humanista.