O amianto mata

«Acabar com o amianto é salvar os trabalhadores», clama a Federação da Construção, Cerâmica e Vidro, num comunicado em que dá a conhecer a sua adesão à jornada mundial de luta contra o amianto, que decorreu dia 9 de Setembro, promovida pela União Internacional dos Trabalhadores da Construção, Madeiras e Materiais de Construção.
A campanha sindical é dirigida, em primeiro lugar, contra a posição do Canadá, «principal opositor ao banimento do amianto e grande impulsionador das exportações deste produto». Naquele país, a venda de amianto é ilegal, por imposição de uma rigorosa regulamentação em matéria de higiene e saúde no trabalho. Mas o governo canadiano nada vê de mal em prosseguir a produção e exportação de amianto, principalmente para países em vias de desenvolvimento.
Por ano, cerca de um milhão de pessoas perde a vida, devido a doenças relacionadas com o amianto, afirma a União Internacional (UITBB), que exige do Canadá a alteração desta política, que inclui pressões em países menos desenvolvidos, como o Chile, para contrariarem as medidas proibitivas do amianto. Subvencionado pelo governo, o Instituto do Crisótilo funciona como grupo de pressão industrial.
Em Portugal, «algumas empresas já tinham introduzido produtos alternativos ao amianto, no fabrico do fibrocimento», lembra a Feviccom/CGTP-IN. A federação alerta, contudo, que essas empresas, «aproveitando a pressão do Canadá, voltaram a importar o amianto e a transformar o mesmo, desrespeitando as normas comunitárias que foram transpostas para o Direito interno de Portugal».
Manuel Oliveira, o presidente da Cimianto, em Alhandra, e da Novinco, em Leça do Balio – empresas que manipulam amianto no nosso país – é duramente criticado pela federação, que exige o «total banimento» do produto. Tal «não implica a perda de postos de trabalho», pois há produtos alternativos, que não ameaçam a vida e a saúde dos trabalhadores.


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