
- Nº 1659 (2005/09/15)
Noruega
Coligação vitoriosa promete aumentar gastos socais
Europa
Uma coligação formada pelo Partido Trabalhista, pela Partido Socialista de Esquerda e pelo Partido do Centro venceram as eleições legislativas realizadas na segunda-feira, dia 12, com 48 por cento dos votos.
À cabeça de uma coligação inédita, Jens Stoltenberg, economista de 46 anos, deverá voltar ao cargo de primeiro-ministro, que já ocupou durante um breve período, entre 2000 e 2001.
Segundo as projecções oficiais, anunciados na terça-feira, o novo governo disporá pela primeira vez em vinte anos de uma maioria parlamentar de 88 lugares num total de 169.
Se por um lado os partidos do centro direita registaram no seu conjunto uma forte descida, um dos aliados do primeiro-ministro derrotado, Kjell Magne Bondevik, o partido populista de extrema direita (FrP) elegeu 37 deputados, impondo-se como o segundo partido no parlamento.
Terceiro exportador mundial de petróleo a seguir à Arábia Saudita e à Rússia, a Noruega beneficia de uma invejável situação financeira resultante em grande parte do da espectacular subida dos preços no mercado internacional. Contudo, segundo as estatísticas oficiais, o número de pobres, de acordo com os padrões do país, aumentou cerca de 25 por cento entre 2001 e 2003.
Centrando a sua campanha em torno de uma distribuição mais equitativa dos proveitos do petróleo, os partidos da oposição condenaram a redução de impostos efectuada pelo governo de direita e prometeram aumentar os gastos com a educação, a saúde e os cuidados prestados aos idosos, mantendo a disciplina fiscal.
Estes argumentos revelaram-se mais eficazes do que a campanha de Bondevik, que alertou para os perigos das «experiências» da esquerda, sublinhando que, desde há cinco anos, a Noruega é considerada pelos organismos das Nações Unidas como o país onde se vive melhor no planeta.
Entre os partidos que forma a coligação vitoriosa, a Esquerda Socialista destaca-se pela sua posição contrária à Nato, da qual a Noruega é membro, e à União Europeia, que não integra, declarando ainda no seu programa que os Estados Unidos representam «a principal ameaça para a paz no mundo». A Esquerda Socialista opõe-se ainda à construção de centrais térmicas a gás, devido aos seus efeitos poluentes, e à prospecção de petróleo nas sensíveis águas do mar de Barents.