- Nº 1658 (2005/09/8)
Emigração e Imigração

Duas faces da mesma moeda

Festa do Avante!

Dois pavilhões – um dedicado à Emigração, outro à Imigração – assinalavam na Festa o fluxo de trabalhadores de Portugal no estrangeiro e de estrangeiros em Portugal. As duas faces de uma mesma moeda.
Começando pela Emigração, o respectivo pavilhão apresentava coisas já usuais e também uma novidade.
As coisas usuais começavam, obviamente, na divulgação das propostas do PCP para uma nova política de emigração, bem como pela intervenção dos comunistas junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, a divulgação de documentos com destaque para o «Jornal do Movimento», bem como uma exposição fotográfica e documental focando «a política de direita e as suas nefastas consequências para as comunidades portuguesas», continuando no tradicional bar onde se serviam febras e salsichas alemãs, champanhe francês e sangria, sopas e crepes variados, a par de um rifa «sai sempre».
A novidade consistia na utilíssima instalação de um espaço «Apoio ao Bébé», onde os pais e demais acompanhantes podiam alimentar os bébés, lavar e mudar fraldas, dispondo de um micro-ondas para aquecer os biberões, um ponto de água e instalações adequadas à higiene.
Quanto ao pavilhão da Imigração, situado noutro local da Festa, imperava um slogan do PCP - «Com os imigrantes – defender e aplicar direitos» -, bem como as reivindicações e exigências do Partido, que denunciava como esta «massa de trabalhadores, inserida no processo produtivo português, se encontra tantas vezes sujeita a condições de vida e de trabalho desumanas», a uma exploração brutal e à exclusão generalizada, reclamando pelo pleno respeito e direitos de cidadania para todos eles.
Um bar servia manjares únicos: cachupa, doce de coco e o já famosa kissangua, uma saborosa bebida licorosa angolana fermentada a partir do milho (e sai com cor amarela) ou a partir do arroz (onde sai com cor branca).