Em luta por vida melhor
Na última década, Montemor-o-Novo foi dos poucos concelhos alentejanos que conseguiu travar a desertificação imposta ao interior do País. Apesar de considerar que o fundamental depende das políticas nacionais, Carlos Pinto Sá, presidente da Câmara Municipal e cabeça de lista da CDU para o próximo mandato, explicou em conversa com o Avante! o que foi feito para inverter esta tendência e dar aos montemorenses qualidade e excelência na vida de todos os dias.
Na primeira linha do combate à política de direita, a acção dos responsáveis e activistas da CDU em Montemor tem sido um dos vectores fundamentais para ultrapassar as ameaças que pairam sobre o interior do País: a desertificação, o subdesenvolvimento, o abandono de serviços essenciais, dos projectos e das ideias que muito têm a dar à região.
A democracia participativa integrando «as pessoas como parte dos processos de decisão» funciona como uma das bases para a elaboração dos projectos e planos de acção na autarquia, facto que Carlos Pinto Sá entende ser demonstrativo da «diferença dos eleitos da CDU relativamente aos restantes»
Incapaz de ficar parada perante fatalismos mitigados pelos sucessivos governos, a equipa da CDU procurou, acima de tudo, estar presente nas grandes e nas pequenas lutas dos cidadãos, «dando a cara, aprendendo e corrigindo as deficiências apontadas. Mas também no dia-a-dia, como se verificou nos protestos contra o encerramento dos postos dos CTT ou da loja da EDP, reivindicando a melhoria da prestação dos cuidados de saúde em Montemor, a concretização da Barragem dos Minutos, a recuperação do Castelo, a remodelação do quartel dos Bombeiros Voluntários ou a efectivação da variante rodoviária à cidade de Montemor», sublinhou o autarca.
Uma capacidade de intervenção colectiva com resultados francamente positivos, até porque, se assim não fosse, explica Carlos Pinto de Sá, já não existiriam, por exemplo, «o atendimento permanente ou o internamento clínico no centro de saúde, serviços que já fecharam praticamente em todo o distrito de Évora».
Contra as dificuldades, apresenta-se obra feita
O contributo das populações e a dinâmica de discussão impressa pelos responsáveis do município assumiram maior significado no quadro das dificuldades orçamentais impostas nos últimos quatro anos.
Durante o executivo liderado por Durão Barroso, a então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, congelou o crédito às autarquias, uma medida que segundo o presidente da Câmara de Montemor-o-Novo se traduziu numa «cegueira que tanto tocou a quem já havia esgotado o crédito, como aqueles que, como nós, ainda têm uma saúde económica forte».
Por isso, continua, «foi preciso fazer compreender que quando projectamos o nosso programa eleitoral fizemo-lo contando com uma capacidade de endividamento enquadrada numa gestão rigorosa, criteriosa, e a decisão do Governo PSD/PP prejudicou-nos muito».
Os atrasos na aplicação das verbas comunitárias e a «gestão partidária dos fundos que, em muitos casos, beneficiou claramente algumas autarquias», foram, de acordo com as palavras do autarca, outras tantas barreiras ao trabalho. Mas como quem ambiciona vida melhor sabe lutar e encontra soluções criativas, estão em curso no concelho «62 obras com um total de investimento na ordem dos 20 milhões de euros, em arruamentos, saneamento, recuperação de habitação degradada, arranjo de estradas, infra-estruturas desportivas e culturais, um pouco em todas as áreas da vida do concelho».
Nas freguesias, o investimento foi igualmente avultado, destacando-se os trabalhos lançados em duas localidades que se encontravam mais atrasadas no que a infra-estruturas diz respeito.
«Na Silveira, completámos a rede de esgotos e estamos a avançar para a pavimentação das ruas. No Ciborro, estavam já concluídas a maioria das infra-estruturas, não tinham era uma parte das ruas pavimentadas, pelo que temos feito o esforço de terminar os trabalhos até onde o dinheiro nos permite», esclareceu Carlos Pinto Sá.
Apesar dos investimentos nas freguesias rurais marcarem significativamente o mandato, a cidade de Montemor muito ficou a ganhar com equipamentos absolutamente centrais na elevação da qualidade de vida de toda a população.
O Parque de Feiras e Exposições é um espaço onde se privilegia a mostra das actividades económicas locais e, a escassas centenas de metros, o Pavilhão Gimnodesportivo Municipal, «o maior do distrito», garante o presidente, foi inaugurado no primeiro ano de mandato passando a servir não só o desporto escolar, mas também as colectividades e a população em geral.
As piscinas cobertas já se erguem demonstrando que a CDU não faz promessas vãs, mas enquanto não são inauguradas, e porque o calor e as temperaturas sufocantes prometem um resto de verão muito quente, fica feito o convite para uma visita a um autêntico parque de diversões aquático. As novas piscinas descobertas têm tudo para fazer as delícias de miúdos e graúdos, haja vontade e disposição para dar uns saltos nas pranchas ou relaxar ao sabor das ondas artificiais. Tudo, claro está, cuidado com orgulho e dedicação pelos funcionários municipais.
A força de quem tem razão
No balanço de um trabalho tão repleto, impõe-se saber o que continua a animar a CDU, os seus eleitos e activistas, para um novo mandato de quatro anos em Montemor-o-Novo?
Na volta da pergunta, Carlos Pinto Sá explica que se conseguiu resumir o fundamental das ideias no lema da campanha. «Continuidade e Inovação, porque pensamos que muitas das linhas seguidas devem manter-se e sabemos que temos projectos que nos colocam no caminho certo, que apontam orientações estratégicas para o concelho apostando na qualidade de vida das pessoas.
A rede social que implementámos é um exemplo de articulação com as instituições e de combate à duplicação dos recursos.
No próximo mandato temos que dar um salto qualitativo por forma a chegar mais longe em algumas áreas. Na habitação pensamos que, com legislação adequada, podemos usar as 1700 habitações devolutas no concelho, recuperando-as para alojar famílias necessitadas, mas seguimos igualmente entusiasmados com a extensão da
Rede Natura, a implementação das ecopistas, o tratamento dos detritos provenientes das suiniculturas, a reciclagem de entulhos e a implementação do sistema intermunicipal de gestão de resíduos», sintetizou.
Desafiando as restantes candidaturas, o cabeça de lista da CDU deixa um repto final: «Quando o PS ou o PSD falam em mudança têm que explicar se querem mudar para as mesmas políticas que têm seguido ao nível nacional nas áreas do emprego, das actividades económicas, na acção social, na preservação do ambiente para o desenvolvimento. Expliquem à população se é essa a mudança que pretendem?».
Portas abertas à cultura e ao turismo
Um gosto que se educa
Terra carente em resultado das sucessivas vagas de seca, Montemor tem tido na gestão CDU o principal tónico para não se deixar cair no deserto de ideias e no marasmo.
Muito embora não tenha grande tradição nas actividades do concelho, o turismo rural representa um dos sectores com maiores potencialidades de desenvolvimento e criação de emprego.
«A valorização do Escoural foi uma preocupação deste mandato», afirma o candidato. «Em parceria com o IPPAR criámos o Centro Interpretativo da Gruta do Escoural, uma reivindicação de há muitos anos que julgamos ter capacidade para avançar no sentido da realização de um centro de acolhimento junto à gruta», disse ainda.
Onde a cultura, o lazer, a formação e o turismo se entrecruzam, Montemor é, com certeza, um exemplo de sucesso.
A Biblioteca e a Galeria Municipal são espaços permanentes que já se enraizaram no quotidiano das pessoas. No concelho funcionam uma escola de ballet, uma ludoteca para as crianças e uma oficina de canto que junta mais de 150 miúdos, iniciativas que a par do apoio às colectividades e associações de cultura popular, traçam um panorama de actividades que permite falar, também nesta matéria, em democracia participativa, actuante.
«O gosto também se educa, sem deixar de ir ao encontro das exigências das populações, apoiando expressões variadas das artes e dos espectáculos», destaca Carlos Pinto Sá.
Quase de partida, tempo ainda para uma visita ao Castelo de Montemor onde encontrámos uma vintena de jovens entusiasmados com descobertas de outros tempos. Licenciados, estudantes, gente muito jovem que limpa o pó da terra desvendando rastos e vestígios do passado. Também aqui a Câmara empresta a sua dinâmica, e à vista desarmada foram saltando peças, casas e caminhos do tempo em que romanos e árabes disputavam impérios por estas paragens.
Na retina, fica um olhar final sobra a cidade entre as grades e janelas do antigo convento.
Nas salas outrora vazias do edifício, a Câmara instalou «em conjunto com o Rui Horta, um projecto para o centro nacional de artes transdisciplinares. Infelizmente a actual ministra da cultura anulou o concurso, mas acreditamos que o projecto não foi metido na gaveta, até porque a dimensão e o impacto na região será de enorme alcance e prestígio», explica o autarca.
A parceria com a escola de dança vem de longe, assegura o presidente. «O ano passado passaram por cá todos os grandes nomes da dança nacional e até bailarinos conceituados a nível internacional. Este ano, temos previsto mais de trinta residências para desenvolver projectos em diversas valências artísticas. Hoje Montemor é assinalada pela sua actividade cultural, criando mais-valias e conhecimento, tornando-a numa referência», concluiu.
Economia e desenvolvimento
Política de direita hipoteca o País
À conversa, solta, e depois na visita pelo concelho, fomo-nos inteirando do esforço desenvolvido pela Gestão CDU para, como já ficou amplamente demonstrado, contrariar os reflexos locais da política de direita.
O núcleo de empresas corticeiras na freguesia das Cortiçadas de Lavre - onde já se instalaram duas unidades e onde brevemente pode vir a instalar-se uma terceira - é um dos exemplos que ajuda a compreender tal ambição.
Consciente que a acção dos sucessivos governos nos últimos 28 anos têm-se voltado inteiramente para o interesse dos grandes grupos económicos proporcionando a sua concentração e capacidade de acumulação de riqueza, Carlos Pinto de Sá traça-nos o diagnóstico de um País hipotecado e de um concelho que não desiste de conquistar o futuro.
«Travar o despovoamento, a desertificação, a saída de população foi, naturalmente uma questão central», garante-nos, «mas no fundamental isso não depende das Câmaras CDU. Depende das políticas nacionais que foram adoptadas, e nós temos tido políticas que vão no sentido de penalizar o Alentejo», afirma.
Então, o que foi feito para inverter o processo?
«Procuramos, já há cerca de dez anos, contribuir para travar a desertificação e aqui em Montemor conseguimos isso.
Naturalmente que foi muito à custa da cidade, uma vez que em termos da zona rural, a Política Agrícola Comum (PAC) e as políticas nacionais continuam a ser de destruição da produção, de pagar para não se produzir, de deitar fora a actividade económica e com ela o investimento, o emprego, a dinâmica dos centros rurais.
De acordo com os últimos censos, perdemos, na década de 90, mil e cem postos de trabalho na área agrícola – o que revela bem as consequências da PAC e das políticas nacionais com respeito à agricultura – mas conseguimos criar mil e setecentos novos postos de trabalho, o que significa que compensámos os que tinham sido perdidos e ainda ficámos com um saldo positivo ».
A diversificação da base económica, alterando o peso da agricultura na economia local foi, sem dúvida, uma aposta significativa. Mas quais os meios e instrumentos utilizados?
«Dentro dessa diversificação, apostámos numa zona industrial que pudesse atrair a Montemor novas empresas, quer industriais, quer comerciais, mas também que apoiasse a expansão de empresas já existentes no nosso concelho. A zona industrial tem neste momento cerca de 350 postos de trabalho, enquanto que a zona das pequenas oficinas anda em torno dos 80.
Definimos ainda outro sector de importância estrutural para combater o desemprego, a litoralização consecutiva dos recursos e o abandono dos centros urbanos de média dimensão como Montemor-o-Novo.
O chamado “mercado social” foi fundamental, pois observámos que tínhamos uma população envelhecida à qual precisávamos de dar resposta, e, nessa medida, definimos que era necessário avançar com instituições, de preferência sem fins lucrativos, para prestar apoio aos mais velhos.
Conseguimos em dez anos passar de uma instituição para uma cobertura muito significativa, não apenas na cidade, mas num conjunto de freguesias rurais. Isto permitiu que esta área fizesse crescer substancialmente os postos de trabalho, o que tem a dupla vantagem de, ao mesmo tempo que responde a um problema social evidente, dinamiza a actividade económica e o emprego. Neste momento, algumas dessas instituições são das maiores empregadoras do concelho.
Sem amargura, antes com a dose bem medida de revolta, confiança e entusiasmo necessários para continuar a vencer dificuldades e preconceitos, Carlos Pinto Sá lança uma questão com o Governo Sócrates no horizonte: «Onde está o papel do poder central a trazer empresas para Montemor, para o Alentejo? Não vemos esse papel! O muito que tem sido feito cabe essencialmente à acção da Câmara.
A democracia participativa integrando «as pessoas como parte dos processos de decisão» funciona como uma das bases para a elaboração dos projectos e planos de acção na autarquia, facto que Carlos Pinto Sá entende ser demonstrativo da «diferença dos eleitos da CDU relativamente aos restantes»
Incapaz de ficar parada perante fatalismos mitigados pelos sucessivos governos, a equipa da CDU procurou, acima de tudo, estar presente nas grandes e nas pequenas lutas dos cidadãos, «dando a cara, aprendendo e corrigindo as deficiências apontadas. Mas também no dia-a-dia, como se verificou nos protestos contra o encerramento dos postos dos CTT ou da loja da EDP, reivindicando a melhoria da prestação dos cuidados de saúde em Montemor, a concretização da Barragem dos Minutos, a recuperação do Castelo, a remodelação do quartel dos Bombeiros Voluntários ou a efectivação da variante rodoviária à cidade de Montemor», sublinhou o autarca.
Uma capacidade de intervenção colectiva com resultados francamente positivos, até porque, se assim não fosse, explica Carlos Pinto de Sá, já não existiriam, por exemplo, «o atendimento permanente ou o internamento clínico no centro de saúde, serviços que já fecharam praticamente em todo o distrito de Évora».
Contra as dificuldades, apresenta-se obra feita
O contributo das populações e a dinâmica de discussão impressa pelos responsáveis do município assumiram maior significado no quadro das dificuldades orçamentais impostas nos últimos quatro anos.
Durante o executivo liderado por Durão Barroso, a então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, congelou o crédito às autarquias, uma medida que segundo o presidente da Câmara de Montemor-o-Novo se traduziu numa «cegueira que tanto tocou a quem já havia esgotado o crédito, como aqueles que, como nós, ainda têm uma saúde económica forte».
Por isso, continua, «foi preciso fazer compreender que quando projectamos o nosso programa eleitoral fizemo-lo contando com uma capacidade de endividamento enquadrada numa gestão rigorosa, criteriosa, e a decisão do Governo PSD/PP prejudicou-nos muito».
Os atrasos na aplicação das verbas comunitárias e a «gestão partidária dos fundos que, em muitos casos, beneficiou claramente algumas autarquias», foram, de acordo com as palavras do autarca, outras tantas barreiras ao trabalho. Mas como quem ambiciona vida melhor sabe lutar e encontra soluções criativas, estão em curso no concelho «62 obras com um total de investimento na ordem dos 20 milhões de euros, em arruamentos, saneamento, recuperação de habitação degradada, arranjo de estradas, infra-estruturas desportivas e culturais, um pouco em todas as áreas da vida do concelho».
Nas freguesias, o investimento foi igualmente avultado, destacando-se os trabalhos lançados em duas localidades que se encontravam mais atrasadas no que a infra-estruturas diz respeito.
«Na Silveira, completámos a rede de esgotos e estamos a avançar para a pavimentação das ruas. No Ciborro, estavam já concluídas a maioria das infra-estruturas, não tinham era uma parte das ruas pavimentadas, pelo que temos feito o esforço de terminar os trabalhos até onde o dinheiro nos permite», esclareceu Carlos Pinto Sá.
Apesar dos investimentos nas freguesias rurais marcarem significativamente o mandato, a cidade de Montemor muito ficou a ganhar com equipamentos absolutamente centrais na elevação da qualidade de vida de toda a população.
O Parque de Feiras e Exposições é um espaço onde se privilegia a mostra das actividades económicas locais e, a escassas centenas de metros, o Pavilhão Gimnodesportivo Municipal, «o maior do distrito», garante o presidente, foi inaugurado no primeiro ano de mandato passando a servir não só o desporto escolar, mas também as colectividades e a população em geral.
As piscinas cobertas já se erguem demonstrando que a CDU não faz promessas vãs, mas enquanto não são inauguradas, e porque o calor e as temperaturas sufocantes prometem um resto de verão muito quente, fica feito o convite para uma visita a um autêntico parque de diversões aquático. As novas piscinas descobertas têm tudo para fazer as delícias de miúdos e graúdos, haja vontade e disposição para dar uns saltos nas pranchas ou relaxar ao sabor das ondas artificiais. Tudo, claro está, cuidado com orgulho e dedicação pelos funcionários municipais.
A força de quem tem razão
No balanço de um trabalho tão repleto, impõe-se saber o que continua a animar a CDU, os seus eleitos e activistas, para um novo mandato de quatro anos em Montemor-o-Novo?
Na volta da pergunta, Carlos Pinto Sá explica que se conseguiu resumir o fundamental das ideias no lema da campanha. «Continuidade e Inovação, porque pensamos que muitas das linhas seguidas devem manter-se e sabemos que temos projectos que nos colocam no caminho certo, que apontam orientações estratégicas para o concelho apostando na qualidade de vida das pessoas.
A rede social que implementámos é um exemplo de articulação com as instituições e de combate à duplicação dos recursos.
No próximo mandato temos que dar um salto qualitativo por forma a chegar mais longe em algumas áreas. Na habitação pensamos que, com legislação adequada, podemos usar as 1700 habitações devolutas no concelho, recuperando-as para alojar famílias necessitadas, mas seguimos igualmente entusiasmados com a extensão da
Rede Natura, a implementação das ecopistas, o tratamento dos detritos provenientes das suiniculturas, a reciclagem de entulhos e a implementação do sistema intermunicipal de gestão de resíduos», sintetizou.
Desafiando as restantes candidaturas, o cabeça de lista da CDU deixa um repto final: «Quando o PS ou o PSD falam em mudança têm que explicar se querem mudar para as mesmas políticas que têm seguido ao nível nacional nas áreas do emprego, das actividades económicas, na acção social, na preservação do ambiente para o desenvolvimento. Expliquem à população se é essa a mudança que pretendem?».
Portas abertas à cultura e ao turismo
Um gosto que se educa
Terra carente em resultado das sucessivas vagas de seca, Montemor tem tido na gestão CDU o principal tónico para não se deixar cair no deserto de ideias e no marasmo.
Muito embora não tenha grande tradição nas actividades do concelho, o turismo rural representa um dos sectores com maiores potencialidades de desenvolvimento e criação de emprego.
«A valorização do Escoural foi uma preocupação deste mandato», afirma o candidato. «Em parceria com o IPPAR criámos o Centro Interpretativo da Gruta do Escoural, uma reivindicação de há muitos anos que julgamos ter capacidade para avançar no sentido da realização de um centro de acolhimento junto à gruta», disse ainda.
Onde a cultura, o lazer, a formação e o turismo se entrecruzam, Montemor é, com certeza, um exemplo de sucesso.
A Biblioteca e a Galeria Municipal são espaços permanentes que já se enraizaram no quotidiano das pessoas. No concelho funcionam uma escola de ballet, uma ludoteca para as crianças e uma oficina de canto que junta mais de 150 miúdos, iniciativas que a par do apoio às colectividades e associações de cultura popular, traçam um panorama de actividades que permite falar, também nesta matéria, em democracia participativa, actuante.
«O gosto também se educa, sem deixar de ir ao encontro das exigências das populações, apoiando expressões variadas das artes e dos espectáculos», destaca Carlos Pinto Sá.
Quase de partida, tempo ainda para uma visita ao Castelo de Montemor onde encontrámos uma vintena de jovens entusiasmados com descobertas de outros tempos. Licenciados, estudantes, gente muito jovem que limpa o pó da terra desvendando rastos e vestígios do passado. Também aqui a Câmara empresta a sua dinâmica, e à vista desarmada foram saltando peças, casas e caminhos do tempo em que romanos e árabes disputavam impérios por estas paragens.
Na retina, fica um olhar final sobra a cidade entre as grades e janelas do antigo convento.
Nas salas outrora vazias do edifício, a Câmara instalou «em conjunto com o Rui Horta, um projecto para o centro nacional de artes transdisciplinares. Infelizmente a actual ministra da cultura anulou o concurso, mas acreditamos que o projecto não foi metido na gaveta, até porque a dimensão e o impacto na região será de enorme alcance e prestígio», explica o autarca.
A parceria com a escola de dança vem de longe, assegura o presidente. «O ano passado passaram por cá todos os grandes nomes da dança nacional e até bailarinos conceituados a nível internacional. Este ano, temos previsto mais de trinta residências para desenvolver projectos em diversas valências artísticas. Hoje Montemor é assinalada pela sua actividade cultural, criando mais-valias e conhecimento, tornando-a numa referência», concluiu.
Economia e desenvolvimento
Política de direita hipoteca o País
À conversa, solta, e depois na visita pelo concelho, fomo-nos inteirando do esforço desenvolvido pela Gestão CDU para, como já ficou amplamente demonstrado, contrariar os reflexos locais da política de direita.
O núcleo de empresas corticeiras na freguesia das Cortiçadas de Lavre - onde já se instalaram duas unidades e onde brevemente pode vir a instalar-se uma terceira - é um dos exemplos que ajuda a compreender tal ambição.
Consciente que a acção dos sucessivos governos nos últimos 28 anos têm-se voltado inteiramente para o interesse dos grandes grupos económicos proporcionando a sua concentração e capacidade de acumulação de riqueza, Carlos Pinto de Sá traça-nos o diagnóstico de um País hipotecado e de um concelho que não desiste de conquistar o futuro.
«Travar o despovoamento, a desertificação, a saída de população foi, naturalmente uma questão central», garante-nos, «mas no fundamental isso não depende das Câmaras CDU. Depende das políticas nacionais que foram adoptadas, e nós temos tido políticas que vão no sentido de penalizar o Alentejo», afirma.
Então, o que foi feito para inverter o processo?
«Procuramos, já há cerca de dez anos, contribuir para travar a desertificação e aqui em Montemor conseguimos isso.
Naturalmente que foi muito à custa da cidade, uma vez que em termos da zona rural, a Política Agrícola Comum (PAC) e as políticas nacionais continuam a ser de destruição da produção, de pagar para não se produzir, de deitar fora a actividade económica e com ela o investimento, o emprego, a dinâmica dos centros rurais.
De acordo com os últimos censos, perdemos, na década de 90, mil e cem postos de trabalho na área agrícola – o que revela bem as consequências da PAC e das políticas nacionais com respeito à agricultura – mas conseguimos criar mil e setecentos novos postos de trabalho, o que significa que compensámos os que tinham sido perdidos e ainda ficámos com um saldo positivo ».
A diversificação da base económica, alterando o peso da agricultura na economia local foi, sem dúvida, uma aposta significativa. Mas quais os meios e instrumentos utilizados?
«Dentro dessa diversificação, apostámos numa zona industrial que pudesse atrair a Montemor novas empresas, quer industriais, quer comerciais, mas também que apoiasse a expansão de empresas já existentes no nosso concelho. A zona industrial tem neste momento cerca de 350 postos de trabalho, enquanto que a zona das pequenas oficinas anda em torno dos 80.
Definimos ainda outro sector de importância estrutural para combater o desemprego, a litoralização consecutiva dos recursos e o abandono dos centros urbanos de média dimensão como Montemor-o-Novo.
O chamado “mercado social” foi fundamental, pois observámos que tínhamos uma população envelhecida à qual precisávamos de dar resposta, e, nessa medida, definimos que era necessário avançar com instituições, de preferência sem fins lucrativos, para prestar apoio aos mais velhos.
Conseguimos em dez anos passar de uma instituição para uma cobertura muito significativa, não apenas na cidade, mas num conjunto de freguesias rurais. Isto permitiu que esta área fizesse crescer substancialmente os postos de trabalho, o que tem a dupla vantagem de, ao mesmo tempo que responde a um problema social evidente, dinamiza a actividade económica e o emprego. Neste momento, algumas dessas instituições são das maiores empregadoras do concelho.
Sem amargura, antes com a dose bem medida de revolta, confiança e entusiasmo necessários para continuar a vencer dificuldades e preconceitos, Carlos Pinto Sá lança uma questão com o Governo Sócrates no horizonte: «Onde está o papel do poder central a trazer empresas para Montemor, para o Alentejo? Não vemos esse papel! O muito que tem sido feito cabe essencialmente à acção da Câmara.