OPERÁRIOS EM CONSTRUÇÃO

«São muitas e difíceis e exigentes, as tarefas que se colocam aos comunistas»

Dentro de duas semanas está aí a Festa do Avante!/2005. Mais bonita do que a do ano passado (que, por sua vez, foi mais bonita do que a anterior...), da Festa deste ano podemos dizer, desde já que, mais bonita do que ela... só a do ano que vem...
E esta é uma certeza feita de dados concretos, o mais significativo dos quais reside no carácter do processo de construção da Festa, um processo feito de militância consciente e assumida, do trabalho voluntário e colectivo de muitos milhares de militantes e simpatizantes comunistas, do ambiente de camaradagem e amizade existente entre os operários em construção - e que, depois, durante os três dias de duração da Festa, transforma a cidade da Atalaia num espaço imenso de fraternidade, de solidariedade, de alegria, num espaço imenso carregado de sementes de futuro, num espaço imenso gerador de renovadas forças e energias para os combates que se seguem.
De facto, esse processo de construção é a raiz principal do êxito da Festa ao longo das suas vinte e nove edições. Nele se encontram, por isso, as razões que fazem com que o PCP seja o único partido político português capaz de levar por diante uma iniciativa com tal envergadura e com tal conteúdo. Sublinhe-se: o único partido português. Não por qualquer predestinação especial mas tão-somente porque uma festa como esta tem em si os ideais e os valores que norteiam a actividade política dos seus construtores; e, portanto, não se constrói com aqueles elementos de que é feito o dia-a-dia da vida de partidos como o PS ou o CDS ou o PSD ou o BE: palavras muitas e demagogias aos montes – ainda que, como acontece, essas palavras e essa demagogia sejam objecto de propaganda a tempo inteiro nas televisões, rádios e jornais. Uma festa com a dimensão e o conteúdo da Festa do Avante! só se constrói com aquela militância consciente e assumida que distingue a militância comunista de todas as outras.

Um mês após a Festa, teremos as eleições autárquicas. Batalha importantíssima, também ela exige o empenhamento total do colectivo partidário, dos operários em construção que são os activistas e simpatizantes da CDU. É esse o trunfo essencial de que dispomos para fazer chegar a nossa mensagem onde é necessário que chegue, para demonstrar aos eleitores e eleitoras a superior qualidade do projecto autárquico da CDU. Um projecto bem evidente quer na quantidade e na qualidade da obra feita onde somos força maioritária, quer na prática desenvolvida nos órgãos autárquicos onde estamos em minoria, quer nas listas e nos programas eleitorais que, em todo o lado onde iremos concorrer, transportam consigo esse projecto autárquico, esse compromisso firme de lutar pelo poder tendo como objectivo essencial a defesa dos interesses das populações e a resposta aos seus problemas mais prementes. Sabido que é não podermos contar com a isenção informativa, e muito menos com os favores (que, aliás, não reivindicamos), da comunicação social dominante pública ou privada – pelo contrário, o que dela temos a esperar é o mais do mesmo traduzido na marginalização da CDU e na super-valorização de BE, PS e etc. - sabemos que é de nós, da nossa capacidade de mobilização que dependem os resultados que viermos a obter. Cada voto nosso é um voto conquistado com trabalho árduo, no decorrer de um processo no qual, para além da necessidade de apagarmos a falsa e má imagem da CDU difundida pela generalidade dos média, se nos coloca a exigência de, falando verdade com sempre fazemos, demonstrarmos que trabalho, honestidade e competência não é um slogan eleitoral mas a expressão de uma realidade concreta: a que corresponde à actividade desenvolvida pelos eleitos da CDU em todas as autarquias onde estão representados.

Logo a seguir às autárquicas, chegarão as presidenciais para as quais o Partido já anunciou a apresentação de um candidato. E foi o primeiro a fazê-lo, com a serenidade e a seriedade que se impunham, com a firme determinação de levar por diante as orientações nesse sentido definidas pelo XVII Congresso e com a convicção plena de que o candidato comunista, portador de um singular projecto colectivo, marcará a diferença em relação a todos os outros. Trata-se, como é evidente, de mais uma batalha relevante, a exigir, igualmente, um forte envolvimento do colectivo partidário.
E, enquanto travamos todas estas batalhas, continuaremos a dar resposta à política de direita do Governo de José Sócrates, cujas consequências nefastas nas condições de vida e de trabalho dos portugueses se fazem sentir crescentemente.
Então, são muitas e difíceis e exigentes, as tarefas que se colocam aos comunistas no momento presente. De tal maneira que dir-se-ia estar preenchida a agenda da militância e que nada mais haveria a fazer – ou seria possível fazer.
Mas há. É que esta actividade intensa e constante em todas as frentes de luta, só é possível porque existe o Partido – organizado, estruturado, a funcionar colectivamente – e será tanto mais intensa e constante quanto mais forte for o Partido.
Por isso, o reforço partidário é, não apenas mais uma tarefa do momento, mas a tarefa de todos os momentos, condição básica para a intervenção comunista no cumprimento do papel histórico do PCP enquanto partido da classe operária e de todos os trabalhadores.
E o Partido reforça-se agindo, actuando, cumprindo esse papel histórico, participando nas inúmeras batalhas que a situação impõe em cada momento – e com a militância revolucionária de operários em construção.