- Nº 1646 (2005/06/17)

Viver e lutar com alegria

Em Foco
(Excertos do discurso de Álvaro Cunhal no Encontro do Secundário da JCP, 31 de Março de 1994)

(...)
A intervenção na sociedade, a consciência cívica, a opção política, a luta corajosa dos jovens comunistas não contrariam antes enriquecem a intensidade de viver a vida com alegria.
Há muito que merece ser vivido com alegria. Tudo que corresponde a necessidades, a aspirações, à sede de felicidade do ser humano, nomeadamente da juventude. Há a natureza com tudo quanto oferece de belo e envolvente, o ar livre, o sol, o mar, os campos, a montanha, a paisagem. Há o exercício físico, a excursão, a ginástica e o desporto. Há a arte em todas as suas expressões, a música, o canto, a dança, o teatro, a poesia, as artes plásticas. Há o baile e a diversão. Há o interesse pela defesa do ambiente e do património. Há o gosto pela investigação em todos os caminhos de descoberta do desconhecido. Há o gosto de cada um. Há o acerto do gosto do colectivo. E há como elemento também essencial da vida de todo o ser humano, designadamente da juventude, o convívio, a confraternização, a amizade e o amor.
Há também alguma coisa mais e diferente que merece ser vivido com alegria.
A intervenção na vida social, a luta social e política, a luta contra o que se condena e por soluções consideradas justas e correctas, a luta por um ideal de transformação da sociedade contam-se entre as grandes motivações para sentir o pulsar da própria vida, sentir que não somos
robots que a sociedade de exploração e injustiça tenha engendrado, sentir que temos vontade própria e somos capazes de pensar, de agir, de realizar, de construir, de transformar.
Lutar por objectivos como são os que nós comunistas defendemos, lutar por um ideal como é o ideal comunista é uma exaltante motivação de entusiasmo e alegria.
Porque, ao contrário do que proclamam as forças do passado, as forças reaccionárias, o comunismo não morreu. Por muitas voltas que o mundo dê, não será o capitalismo, mas o comunismo, o futuro da humanidade (...).