A organização Administração Pública Central de Coimbra reuniu, no passado dia 19 de Maio, a sua 3.ª Assembleia de Organização, que analisou a actividade desenvolvida desde a 2.ª Assembleia, realizada há cerca de um ano, e elegeu por unanimidade uma nova direcção.
Eleita também por unanimidade foi a Resolução Política presente à Assembleia, que caracteriza a actual situação política e social resultante dos últimos acontecimentos políticos e das eleições legislativas a que deram origem.
Ao longo dos trabalhos, a Assembleia debateu com preocupação a política que se perspectiva com o governo socialista que, em muitos aspectos, dá continuidade às políticas neo-liberais do governo anterior, designadamente no que diz respeito à privatização de serviços, ao não cumprimento dos direitos laborais e à secundarização dos direitos e interesses dos utentes.
De facto, analisando a situação política e social desde a última Assembleia, verifica-se que prosseguiu a entrega ao capital privado de amplos sectores da Administração Pública, aumentou a precarização dos vínculos laborais e a espoliação de direitos dos seus trabalhadores, piorou a qualidade de prestação de serviços públicos, particularmente na saúde e na educação. Entretanto, intensificou-se a luta dos trabalhadores e das populações, que acabou, aliás, por levar à derrota da direita nas urnas.
Por fim, a Assembleia considerou que, a par da participação activa dos cidadãos, é «fundamental prosseguir a luta em defesa dos direitos e dignidade profissional de quem trabalha na Administração Pública», pois «ambos, cidadãos e trabalhadores da AP, são partes integrantes e decisivas para que haja serviços públicos de qualidade».