O Governo demora em reagir à ameaça da Alcoa Fujikura, enquanto os trabalhadores realizaram dia 21 mais uma forte acção em defesa da unidade do Casal do Marco e dos seus mais de mil postos de trabalho.
A acusação foi feita pelo SIESI/CGTP-IN, que afirmou estarem os trabalhadores indignados por não ter havido, da parte do executivo, iniciativas negociais com a administração da multinacional, para evitar que a produção de cablagens eléctricas destinadas à Auto Europa seja transferida para fora do País.
O sindicato e os trabalhadores opõem-se a que seja levado para outra unidade da Alcoa Fujikura na República Checa o fornecimento relativo ao novo modelo da Volkswagen, produzido na fábrica de Palmela. O concurso, lembram, foi ganho pela Alcoa com base nos preços e demais vantagens da unidade portuguesa.
A administração da Alcoa Fujikura Portugal desencadeou no início deste mês um processo de rescisões de contratos de trabalho «por mútuo acordo», alegando que a produção do monovolume da Auto Europa está em progressiva diminuição. O SIESI e os trabalhadores alertam que, a concretizar-se, a deslocalização da produção destinada ao novo VW Golf Cabrio comprometeria, a curto prazo, o futuro da empresa e o emprego de mais de mil pessoas, num distrito com elevado nível de desemprego.
No dia 21, os trabalhadores (mulheres, na grande maioria) começaram por se concentrar junto à fábrica, partindo depois em desfile, desde o parque industrial até ao Casal do Marco. Contaram com expressões de solidariedade de outras pessoas do concelho do Seixal e do presidente do Município. A Comissão Concelhia do PCP, em comunicado, apelou a que a população se juntasse aos trabalhadores em luta, pois «a defesa dos postos de trabalho é um dever de todos».