- Nº 1636 (2005/04/7)
Eleições regionais em Itália

Direita derrotada

Europa
A um ano das legislativas, a coligação liderada por Silvio Berlusconi sofreu uma pesada derrota nas eleições regionais realizadas no domingo e segunda-feira.

Os partidos de direita coligados perderam seis das oito regiões que antes governavam, ficando em minoria em 11 dos 13 sufrágios realizados, restando-lhe as regiões da Lombardia e Venetto, no Norte da Península. Contudo a derrota mais pesada da direita verificou-se na região de Roma que, tal como as restantes, foram conquistadas pela coligação de centro-esquerda liderada por Romano Prodi, antigo presidente da Comissão Europeia.
Este, depois de ter afirmado que se contentaria com uma vantagem de apenas um lugar a mais, não escondeu a sua satisfação: «Com este voto os italianos pedem-nos que nos preparemos para fazer avançar o país», declarou Prodi, antecipando uma provável vitória do centro-esquerda nas eleições legislativas do próximo ano.
Embora a morte do Papa João Paulo II, no sábado, tenha relegado o escrutínio para segundo plano, a taxa de participação acabou por não ser muito afectada, atingindo 71,4 por cento, ou seja apenas menos 1,7 por cento do que a registada há quatro anos.
A coligação de Silvio Berlusconi recuou para 45,1 por cento, contra os 52,9 por cento obtidos pelos partidos do centro-esquerda.
Ao contrário do primeiro-ministro, que evitou fazer quaisquer comentários sobre os resultados, Gianfranco Fini, o líder da Aliança Nacional, formação que integra a Forza Itália, admitiu que «o governo fica politicamente enfraquecido, o que não significa que nos demitiremos».
Posição diferente é defendida pelos partidos da oposição de esquerda. «Berlusconi deveria tirar as conclusões adequadas e não prolongar a agonia por mais um ano», sustentou o deputado Antonio Di Prieto.
Porém, o magnata que chefia o governo italiano já antes tinha declarado que tencionava terminar o seu mandato de cinco anos mesmo no caso de uma derrota de grande envergadura.