«Procuro um bom cowboy»
Durão Barroso foi promovido de mordomo dos Açores a porteiro de Berlim
Os milhares de manifestantes que na passada semana protestaram na Alemanha contra a visita de George Bush deixaram mais uma vez bem visível o repúdio pela esmagadora maioria do povo alemão da política imperialista e belicista dos EUA. A consciência do perigo que a actual administração norte-americana representa para a humanidade, para a liberdade e a soberania dos povos estava bem expressa nos cartazes onde se lia: «Bush, terrorista número um, vai-te embora! vai para casa!»
A associação de advogados e juristas alemães RAV, apresentou queixa junto da Justiça contra o presidente americano responsabilizando-o por crimes de guerra. Cidadãos dos EUA associaram-se às manifestações contra Bush. Numa entrevista ao diário alemão «Junge Welt», Phil Hill, o porta-voz da organização dos americanos residentes no estrangeiro «American Voices Abroad» considerou que os crimes cometidos pelos EUA contra a população civil em Fallujah e noutras cidades iraquianas são muito piores do que os praticados no Vietname.
O espectáculo da visita do presidente a uma unidade militar norte-americana em Wiesbaden, atingida por elevadas baixas em operações de guerra no Iraque, foi uma encenação de propaganda destinada a glorificar a morte dos jovens vítimas do fundamentalismo e da nova doutrina de domínio mundial de Washington. Cada vez mais soldados abandonam as Forças Armadas dos EUA. Muitos deles fazem-no na Alemanha onde se encontram 70 000 dos 100 000 militares norte-americanos estacionados na Europa. Segundo os dados mais recentes do Pentágono, desde a ocupação do Iraque, já desertaram cerca de 5 500 soldados.
Em resposta à pergunta de um jornalista, se estaria a pensar convidar Chirac para o seu rancho no Texas, Bush respondeu que «procurava um bom cowboy». Eis uma afirmação de carácter programático dada por um estadista plenamente consciente de que o sistema capitalista hoje já só consegue sobreviver de pistola em punho e utilizando a tortura e a agressão militar.
As medidas de segurança que rodearam esta visita de Bush à Alemanha foram bem significativas da desconfiança com que o presidente americano encara a sua nova ordem mundial. O Aeroporto de Frankfurt, um dos maiores do mundo, foi ocupado e paralisado pelos serviços secretos do Pentágono. As fábricas e as repartições foram encerradas. A população foi proibida de abrir as janelas e de sair à rua nas zonas por onde deveria passar o presidente.
Mas se a presença de Bush foi um verdadeiro pesadelo para a esmagadora maioria do povo e dos trabalhadores alemães, já o capital e os grande monopólios aproveitaram a ocasião para convencer o monstro bélico a repartir com eles as presas e os despojos das guerras imperialistas.
Logo no dia imediato à partida do presidente americano, o «Frankfurter Allgemeine Zeitung» constatava que os EUA «precisam de um parceiro forte para impor os seus interesses e a sua concepção de ordem global». Na opinião do diário, porta-voz dos banqueiros de Frankfurt, «esse parceiro é em primeiro lugar a Europa». Mas «as chaves da Europa encontram-se na Alemanha» prossegue o FAZ corroborando a afirmação idêntica de Bush. Independentemente de ficarmos a saber que Durão Barroso foi promovido de mordomo dos Açores a porteiro de Berlim junto da União Europeia, a oligarquia financeira alemã procura dar por terminado o mais rapidamente possível o espectáculo do desentendimento com os Estados Unidos que se verificara no início da agressão contra o Iraque.
Preocupa-a agora muito mais a crescente tomada de consciência dos trabalhadores e a intensificação da resistência dos povos face ao saque e à rapina global do imperialismo.
A associação de advogados e juristas alemães RAV, apresentou queixa junto da Justiça contra o presidente americano responsabilizando-o por crimes de guerra. Cidadãos dos EUA associaram-se às manifestações contra Bush. Numa entrevista ao diário alemão «Junge Welt», Phil Hill, o porta-voz da organização dos americanos residentes no estrangeiro «American Voices Abroad» considerou que os crimes cometidos pelos EUA contra a população civil em Fallujah e noutras cidades iraquianas são muito piores do que os praticados no Vietname.
O espectáculo da visita do presidente a uma unidade militar norte-americana em Wiesbaden, atingida por elevadas baixas em operações de guerra no Iraque, foi uma encenação de propaganda destinada a glorificar a morte dos jovens vítimas do fundamentalismo e da nova doutrina de domínio mundial de Washington. Cada vez mais soldados abandonam as Forças Armadas dos EUA. Muitos deles fazem-no na Alemanha onde se encontram 70 000 dos 100 000 militares norte-americanos estacionados na Europa. Segundo os dados mais recentes do Pentágono, desde a ocupação do Iraque, já desertaram cerca de 5 500 soldados.
Em resposta à pergunta de um jornalista, se estaria a pensar convidar Chirac para o seu rancho no Texas, Bush respondeu que «procurava um bom cowboy». Eis uma afirmação de carácter programático dada por um estadista plenamente consciente de que o sistema capitalista hoje já só consegue sobreviver de pistola em punho e utilizando a tortura e a agressão militar.
As medidas de segurança que rodearam esta visita de Bush à Alemanha foram bem significativas da desconfiança com que o presidente americano encara a sua nova ordem mundial. O Aeroporto de Frankfurt, um dos maiores do mundo, foi ocupado e paralisado pelos serviços secretos do Pentágono. As fábricas e as repartições foram encerradas. A população foi proibida de abrir as janelas e de sair à rua nas zonas por onde deveria passar o presidente.
Mas se a presença de Bush foi um verdadeiro pesadelo para a esmagadora maioria do povo e dos trabalhadores alemães, já o capital e os grande monopólios aproveitaram a ocasião para convencer o monstro bélico a repartir com eles as presas e os despojos das guerras imperialistas.
Logo no dia imediato à partida do presidente americano, o «Frankfurter Allgemeine Zeitung» constatava que os EUA «precisam de um parceiro forte para impor os seus interesses e a sua concepção de ordem global». Na opinião do diário, porta-voz dos banqueiros de Frankfurt, «esse parceiro é em primeiro lugar a Europa». Mas «as chaves da Europa encontram-se na Alemanha» prossegue o FAZ corroborando a afirmação idêntica de Bush. Independentemente de ficarmos a saber que Durão Barroso foi promovido de mordomo dos Açores a porteiro de Berlim junto da União Europeia, a oligarquia financeira alemã procura dar por terminado o mais rapidamente possível o espectáculo do desentendimento com os Estados Unidos que se verificara no início da agressão contra o Iraque.
Preocupa-a agora muito mais a crescente tomada de consciência dos trabalhadores e a intensificação da resistência dos povos face ao saque e à rapina global do imperialismo.