Conservadorismo ligado a baixa escolaridade
Quanto mais baixa for a escolaridade, mais altos são os valores de conservadorismo. Esta é a conclusão de um estudo internacional realizado pelo International Social Survey Programme em 20 países, entre os quais Portugal, e apresentado em Lisboa na semana passada.
Como explicou a socióloga Sofia Inglez, «a baixa escolaridade leva a que as pessoas tendam a centrar a sua vida menos na carreira e mais na família e nos filhos». «Quanto mais baixa é a escolaridade, maiores são as dificuldades em conciliar a família e o trabalho, sobretudo quando as carreiras não são satisfatórias, o que advém da baixa escolaridade. Quanto maior é a escolaridade, maior é a modernidade dos valores», acrescentou Sofia Inglez, citada pela Lusa.
Os autores do trabalho consideram que os portugueses são muito conservadores em alguns aspectos e pouco noutros: 93 por cento pensam que ambos os membros do casal devem contribuir para o rendimento familiar e 85 por cento defendem a participação do homem nas tarefas domésticas e vêem o divórcio como a solução para um mau casamento, no entanto uma elevada percentagem considera que o trabalho feminino prejudica os filhos pequenos.
«Em suma, liberais e pouco institucionalistas em relação ao casamento, os portugueses assumem posições mais tradicionalistas sempre que se trata da criança e da parentalidade, deixando transparecer valores bastante "maternalistas" e um centramento identidário nos filhos. É um panorama algo misturado e que até pode parecer contraditório», afirmou a socióloga, que aponta o 25 de Abril como um momento chave para «o corte com posições mais conservadores e a adopção cultural a valores mais modernos».
Nos últimos 20 anos, em Portugal, entraram no mercado de trabalho quase 900 mil mulheres e apenas 90 mil homens. O nosso país tem uma das mais altas taxas de emprego feminino da União Europeia (61,2 por cento em 2002) e a mais alta entre mulheres com pelo menos um filho em idade pré-escolar (até aos seis anos).
Como explicou a socióloga Sofia Inglez, «a baixa escolaridade leva a que as pessoas tendam a centrar a sua vida menos na carreira e mais na família e nos filhos». «Quanto mais baixa é a escolaridade, maiores são as dificuldades em conciliar a família e o trabalho, sobretudo quando as carreiras não são satisfatórias, o que advém da baixa escolaridade. Quanto maior é a escolaridade, maior é a modernidade dos valores», acrescentou Sofia Inglez, citada pela Lusa.
Os autores do trabalho consideram que os portugueses são muito conservadores em alguns aspectos e pouco noutros: 93 por cento pensam que ambos os membros do casal devem contribuir para o rendimento familiar e 85 por cento defendem a participação do homem nas tarefas domésticas e vêem o divórcio como a solução para um mau casamento, no entanto uma elevada percentagem considera que o trabalho feminino prejudica os filhos pequenos.
«Em suma, liberais e pouco institucionalistas em relação ao casamento, os portugueses assumem posições mais tradicionalistas sempre que se trata da criança e da parentalidade, deixando transparecer valores bastante "maternalistas" e um centramento identidário nos filhos. É um panorama algo misturado e que até pode parecer contraditório», afirmou a socióloga, que aponta o 25 de Abril como um momento chave para «o corte com posições mais conservadores e a adopção cultural a valores mais modernos».
Nos últimos 20 anos, em Portugal, entraram no mercado de trabalho quase 900 mil mulheres e apenas 90 mil homens. O nosso país tem uma das mais altas taxas de emprego feminino da União Europeia (61,2 por cento em 2002) e a mais alta entre mulheres com pelo menos um filho em idade pré-escolar (até aos seis anos).