Eleições antecipadas

Uma antiga exigência do PCP

Com a confirmação da decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, muitos são agora apresentados como velhos combatentes por esta causa. Mas a verdade é outra. Foi o PCP o primeiro a exigir a substituição do Governo PSD-PP e o que o fez de forma mais coerente. Recordemos alguns momentos.
Elei­ções an­te­ci­padas
Uma an­tiga exi­gência do PCP

Com a confirmação da decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, muitos são agora apresentados como velhos combatentes por esta causa. Mas a verdade é outra. Foi o PCP o primeiro a exigir a substituição do Governo PSD-PP e o que o fez de forma mais coerente. Recordemos alguns momentos.

«O PCP con­si­dera que uma tal de­cisão do Pre­si­dente da Re­pú­blica cons­titui uma forma de­mo­crá­tica e in­tei­ra­mente cons­ti­tu­ci­onal de su­perar a crise que tem es­tado la­tente desde que o se­gundo Go­verno PSD-CDS tomou posse...»
(Jerónimo de Sousa, 30.11.2004)

«E, é ne­ces­sário lembrá-lo, (o PCP) tem tantas mais ra­zões para ma­ni­festar esse re­go­zijo quanto a ver­dade é que, ao con­trário de ou­tros par­tidos de opo­sição, o PCP – nem mesmo de­pois da opção to­mada em Julho deste ano – nunca se re­signou di­ante da pro­pa­lada ine­vi­ta­bi­li­dade da co­li­gação go­ver­nante pros­se­guir a sua obra de de­vas­tação até 2006...»
(Jerónimo de Sousa, 30.11.2004)

«Pros­se­guindo e am­pli­ando o es­cla­re­ci­mento sobre a na­tu­reza das po­lí­ticas go­ver­na­tivas e de vá­rios pro­jectos gra­vosos, di­na­mi­zando e alar­gando a frente so­cial de luta (...) poder-se-ão criar ra­pi­da­mente as con­di­ções para que se cumpra o im­pe­ra­tivo na­ci­onal que é pro­ceder à subs­ti­tuição deste go­verno quanto antes...»
(Comité Central do PCP, 19.10.2004)

«Como todos se re­cor­darão, na pré-cam­panha das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, en­quanto o PS ape­lava a um “cartão ama­relo” (que sig­ni­fi­cava um sim­ples aviso a um go­verno que con­ti­nu­aria), o PCP e a CDU for­mu­laram o ob­jec­tivo de que, nessas elei­ções, os por­tu­gueses dessem ao Go­verno de di­reita um ex­pres­sivo “cartão ver­melho” ideia que tanto o PS com o Bloco de Es­querda achavam ina­de­quada e im­pra­ti­cável.»
(Carlos Carvalhas, 5.09.04)

«E como se chegou a esta re­pulsa ge­ne­ra­li­zada do go­verno? Chegou-se no fun­da­mental com a luta de massas e com a in­ter­li­gação entre a luta de massas e a luta ins­ti­tu­ci­onal, com o des­mas­ca­ra­mento e iso­la­mento do go­verno em re­lação à sua po­lí­tica para a qual o PCP deu uma con­tri­buição de­ter­mi­nante.»
(Carlos Carvalhas, 15.07.04)

«Não po­demos deixar de con­si­derar ne­ga­ti­va­mente sin­to­má­tico da ori­en­tação as­su­mida pelo Pre­si­dente da Re­pú­blica nesta ma­téria o facto de, com todas as le­tras, ter vindo in­vocar a van­tagem e a ne­ces­si­dade da con­ti­nu­ação das po­lí­ticas es­sen­ciais do ac­tual go­verno.»
(Carlos Carvalhas, 9.07.04)

«Está na hora de o go­verno se ir em­bora – Elei­ções!»
(Cartaz da campanha do PCP, 2.07.04)

«O PCP afirma, com toda a cla­reza e sen­tido da res­pon­sa­bi­li­dade, que a so­lução de­mo­crá­tica que se impõe é, através de elei­ções an­te­ci­padas, dar a pa­lavra ao povo por­tu­guês...»
(Comité Central, 28.06.04)

«Com acres­cida razão após os re­sul­tados elei­to­rais de do­mingo pas­sado, o PCP re­a­firma como cru­cial e le­gi­timo ob­jec­tivo de­mo­crá­tico a cri­ação de con­di­ções po­lí­ticas e ins­ti­tu­ci­o­nais para que, o mais cedo pos­sível, seja posto termo à de­sas­trosa go­ver­nação do PSD e do CDS/​PP...»
(Comité Central, 15.06.04)

«O PCP não pode deixar de la­mentar e cri­ticar que, mesmo após a his­tó­rica der­rota elei­toral da di­reita, o PS in­sista numa ati­tude que (...) sig­ni­fica, de facto e para todos os efeitos, não se im­portar e con­cordar que este pros­siga até 2006 a sua obra de des­truição...»
(Comité Central, 15.06.04)

«É pre­ciso e é ur­gente der­rotar esta po­lí­tica e li­vrarmo-nos desde Go­verno.»
(Folheto da campanha de esclarecimento do PCP, 25.10.03)

«(O Co­mité Cen­tral do PCP pro­cedeu à de­fi­nição) das prin­ci­pais ta­refas e ac­ções des­ti­nadas a di­na­mizar (...) o de­sen­vol­vi­mento da luta e re­sis­tência ne­ces­sá­rias para en­frentar a ofen­siva em curso e para as­se­gurar a in­ter­rupção desta po­lí­tica e a subs­ti­tuição, tão cedo quanto pos­sível, deste Go­verno.»
(Comité Central, 20.10.04)

«Pela nossa parte, que­remos deixar aqui bem claro que tra­ba­lhamos e lu­tamos con­victa e as­su­mi­da­mente para que(...) este go­verno seja der­ro­tado e subs­ti­tuído o mais de­pressa pos­sível.»
(Carlos Carvalhas, 7.09.03)


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Depois de, no próprio dia em que foi conhecida a intenção do Presidente da República de dissolver a Assembleia da República, ter expressado o seu regozijo com tal decisão, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, divulgou a posição da Comissão Política sobre a actual situação, numa conferência de imprensa realizada anteontem. Publicamos, na íntegra, o comunicado da Comissão Política sobre a «convocação de eleições antecipadas, a evolução da situação política e as tarefas do momento».