Conferência Nacional

Reforçar o Poder Local

Mais de mil delegados, e outros tantos convidados, oriundos de todo o País, encheram durante dois dias o Pavilhão Municipal do Alto do Moinho, no Seixal, para debater e aprofundar, em Conferência Nacional, a acção do Partido e a sua intervenção nas autarquias, numa iniciativa intitulada «O PCP e o Poder Local».
«Esta Conferência é a expressão da importância que atribuímos ao nosso trabalho nas autarquias e das acrescidas responsabilidades de quem como nós comunistas se pode orgulhar de estar associado ao que mais de genuíno o poder local assume enquanto conquista de Abril, espaço de realização e luta pela melhoria das condições de vida do povo, factor de mobilização e contribuição cívica, espaço de participação e de democracia», afirmou Jorge Cordeiro, da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central, na intervenção de abertura – publicada na íntegra nesta edição – aplaudida e saudada pelos milhares de militantes, eleitos e simpatizantes do projecto autárquico do PCP.
Jorge Cordeiro recordou ainda aos presentes, e aos ausentes, a necessidade de prosseguir o trabalho e o debate iniciado com a Conferência Nacional e a sua realização.
Lembrando que muitos dos problemas e obstáculos ultrapassam os eleitos e as organizações partidárias, Jorge Cordeiro considera ser dever dos comunistas procurar vencê-los e assim «afirmar uma mais decidida presença e influência do Partido junto das populações».
Logo após a intervenção de abertura, a Conferência Nacional do PCP repartiu-se em três secções, amplamente participadas por delegados e convidados: «Objectivos do Partido e a acção das Autarquias»; «O PCP nas autarquias» e «Gestão democrática e de qualidade».

Participação activa

No domingo, foi apresentado por Raimundo Cabral, membro da Comissão Central de Controlo, o Relatório da Comissão de Verificação de Mandatos, onde informou a que estiveram presentes na Conferência Nacional 1012 delegados. Informou também que se realizaram, na fase preparatória, 471 reuniões, que discutiram o projecto e elegeram 874 delegados efectivos e 642 delegados suplentes.
Quanto à composição social dos participantes, 24 por cento eram operários, 32 por cento são empregados, 29,1 por cento quadros técnicos e intelectuais, sendo os restantes 14,6 por cento de diversas camadas e grupos sociais.
Em relação à composição etária importa referir que a média dos delegados era de 47 anos, tendo 16,5 por cento menos de 30 anos, 37,7 por cento entre 31 e 50 anos, 38,7 por cento entre 51 e 64 anos, e 7 por cento com mais de 64 anos.
Após a apresentação das conclusões do encontro, foi aprovada por unanimidade, a Resolução Política da Conferência Nacional.

Fazer melhor

Intervindo no encerramento do encontro – intervenção que o Avante! transcreve de igual forma na integra –, Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, salientou que «esta conferência em que tantos os convidados como os delegados deram uma inestimável contribuição é também uma significativa afirmação – que nenhum conjunto de mentiras, intrigas e meias verdades, que nenhuma especulação mediática ou manobra anticomunista consegue apagar – da vitalidade deste grande e generoso Partido que é o Partido Comunista Português, do seu conhecimento do Poder Local, do seu enraizamento popular, dos seus traços distintivos e da vontade de fazer melhor e melhor servir os trabalhadores, o povo e o País».
Abordando aspectos da política nacional, Carlos Carvalhas afirmou que quanto à política do Governo «os resultados estão à vista: recessão; quebra no investimento; crescente dependência e subcontratação da economia portuguesa; reforço do domínio pelo estrangeiro dos centros de decisão nacionais e as respectivas consequências sociais: disparo do desemprego, nomeadamente do desemprego de quadros e jovens licenciados, endividamento das famílias portuguesas, redução dos salários reais e diminuição do nível de vida de milhares de trabalhadores, acentuação das desigualdades e aumento das bolsas de pobreza».


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