Face aos desenvolvimentos do caso Felgueiras, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP considera «indispensável» a realização de eleições antecipadas, para que a população de Felgueiras «legitime um novo executivo camarário».
Para a DORP, a fuga de Fátima Felgueiras concorre para «acentuar as suspeitas de grave ilicitude que envolve os actos que lhe são imputados e faz adivinhar que as suas declarações à Justiça teriam implicações que a ultrapassariam.
Os felgueirenses mereciam que Fátima Felgueiras - que continua a alegar a sua inocência -, em vez de fugir, os tivesse esclarecido cabalmente sobre a situação, assumindo as consequências deste processo, diz o PCP, que condena ainda a forma como o PS patrocinou a sua candidatura, obedecendo a «puro oportunismo eleitoral», único motivo que se vislumbra para o facto de o ter feito nas condições em que o fez. Os comunistas acusam particularmente o responsável distrital Narciso Miranda que, ao aceitar patrocinar uma candidatura envolta em tamanha polémica, deu uma «machadada no entendimento democrático e transparente do exercício do Poder Local que nem a retirada de confiança política aos actuais vereadores pode apagar.
Reafirmando o seu empenho no rápido esclarecimento de todo o caso, a DORP do PCP considera, entretanto, que a continuada opção política do PS/Felgueiras e do executivo camarário de Felgueiras de não proceder à renúncia dos seus cargos públicos «configura um comportamento de afrontamento à natureza democrática do Poder Local e à sua credibilidade, bem como uma cristalização numa posição de ofensa a tudo e a todos, num estranho apego ao poder.»