- Nº 1607 (2004/09/16)
Nações Unidas

Educação da população compensa custos

Em Foco

«Os custos da construção de uma sociedade alfabetizada são relativamente baixos, quando comparados com os custos do fracasso, em termos de prosperidade, saúde, segurança e justiça», afirmou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, numa mensagem sobre o Dia Internacional da Alfabetização, comemorado na semana passada.
Annan sublinhou que a alfabetização é um «pré-requisito para um mundo saudável, justo e próspero», para além de ser um «direito humano» que é «insensato que continue a ser negado a 20 por cento da população adulta do mundo».
A maioria da população analfabeta e das crianças que não vai à escola pertence ao sexo feminino, uma situação que Annan quer ver alterada. «Estudos sucessivos têm demonstrado que não há melhor instrumento para um desenvolvimento mais eficaz do que a educação das raparigas e das mulheres. Não existe medida mais capaz de aumentar a produtividade económica, diminuir a mortalidade infantil e materna, melhorar a nutrição, promover a saúde – incluindo a prevenção do VIH/SIDA – e aumentar as possibilidades das gerações seguintes no domínio da educação», afirmou.

Secundário não satisfaz

A Conferência Internacional da Educação, organizada pela Unesco e que terminou na sexta-feira, discutiu o ensino secundário. Aicha Ba Diallo, vice-directora geral para educação daquela organização, considera que este nível de ensino não responde adequadamente às necessidades dos jovens e à crescente expansão do número de alunos a nível mundial.
«A maioria dos jovens acredita que a educação não é interessante porque não responde às suas necessidades. Sente-se um cada vez maior mal-estar, quer nos países ricos como nos mais pobres. A perda de confiança anda a par do sentimento generalizado de uma declínio dos padrões da educação secundária, em todas as regiões do globo», afirmou, considerando que a qualidade do ensino não melhorou, de forma geral.
O número de alunos nas escolas secundárias mundiais aumentou 10 vezes nos últimos 50 anos, enquanto nos últimos 10 a subida foi de quase 40 por cento.