
- Nº 1606 (2004/09/9)
Emigração
Até mais ver, camarada!
Festa do Avante!
«Estás mais velho, pá! e engordaste!», dizia no espaço da Emigração um emigrante na Alemanha a um camarada seu, que não via desde a última Festa. O outro, encostado ao bar, riu-se e gozou olhando para a barriga do companheiro: «tu, então, estás cada vez mais novo e elegante!».
Ambos costumam tirar férias nesta altura, pois fazem questão de não faltar à Festa do Avante!. Um, porque «afinal, é a festa dos comunistas», outro, porque «gosto da camaradagem e do ambiente que se vive aqui. Faz-me sentir bem».
Para os que pairam ou pairaram pela «estranja», mesmo não permanecendo ali todo o tempo, este pavilhão é um ponto de passagem obrigatório. Falam dos problemas que sentem longe do seu País, que os despreza não apenas quando se encontram nos países onde trabalham mas também quando regressam já reformados.
Uma exposição, numa das paredes deste pavilhão, lembra, de resto, as suas lutas. Caso, por exemplo, da luta – vitoriosa - recentemente travada pelos ex-emigrantes portugueses na Suíça contra a tentativa do Governo de lhes retirar o direito ao Serviço Nacional de Saúde. Mas há outros problemas que os emigrantes sentem e que a exposição denunciava, como seja o do encerramento de consulados que se está a verificar.
Mas porque a luta continua, já estavam também afixadas, para discussão, as propostas do PCP para os problemas da Emigração constantes do Projecto de Teses apresentado na última reunião do Comité Central para o 17º Congresso do Partido que se realiza em Novembro próximo.
No bar, as salsinhas alemãs e os crepes continuavam este ano a ser o prato forte do stand da Emigração, que tinha ainda uma banca de venda de rifas para angariação de fundos, para o prosseguimento da sua actividade partidária. E, como em quase todos os pavilhões das várias organizações, lá estava também uma bilha de barro para donativos, apelando à solidariedade dos visitantes para com a organização dos Açores, com eleições regionais à vista.
MF