Interpelando o Governo

«Não o vou questionar sobre os discursos, nem sobre as suas primeiras escolhas, nem sobre o Governo que não encolheu mas aumentou, nem sobre as alterações de secretários de Estado há última hora, como caso de Teresa Caeiro, em que o senhor anulou aquele momento de glória do ministro Paulo Portas a afirmar em sound bit que pela primeira vez íamos ter uma mulher, neta e filha de militares na pasta da Defesa e que tal mostrava visão e mais não sei o quê do estilo das tiradas que antes fazia sobre os remédios, os velhinhos, a lavoura, o subsídio de risco para as polícias.»
(Carlos Car­va­lhas, in­ter­pe­lando o Pri­meiro-Mi­nistro)

«Este é o governo em que o primeiro-ministro em vez de procurar governantes para um governo, construiu um governo à medida dos governantes que já tinha».
(Ber­nar­dino So­ares)

«Este Governo acaba com o Ministério do Trabalho, como que a culminar a ofensiva desencadeada pelo ministro Bagão Félix contra os direitos de quem trabalha. Esta opção, de subordinar o mundo do trabalho aos ditames da economia, encara os trabalhadores como peças de uma engrenagem, para usar e deitar fora em função dos interesses do patronato».
(An­tónio Fi­lipe)

«Investir na qualificação dos portugueses. Já assim rezava o outro – o programa de Abril de 2002. Mas durante 2 anos o governo da sua coligação optou pelo desinvestimento e pela desresponsabilização, pela instabilidade nas escolas. (...) E hoje reina o descalabro. Não há memória de tanta incompetência, tanta trapalhada».
(Luísa Mes­quita)


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À medida dos interesses e das clientelas

A maioria PSD-CDS/PP, como esperado, aprovou o programa do Governo. O que nem ela nem Santana Lopes no debate de estreia deste como primeiro-ministro conseguiram evitar foi a demonstração de que as políticas e o rumo nele traçados não servem os trabalhadores nem o País, sendo, por isso, objecto da mais severa censura do PCP, que considerou ser este um governo feito à medida dos interesses e das clientelas.