A Itália deverá reformar a sua legislação relativa à contabilidade dos clubes profissionais de futebol. Esta exigência foi feita pela Comissão Europeia e uma possível recusa por parte do governo italiano custará um processo no Tribunal de Justiça da UE. Em causa está o decreto «Salva Futebol», aprovado em Fevereiro de 2003, que garante aos clubes profissionais, nomeadamente às equipas de futebol da Série A, um conjunto de facilidades contabilísticas e jurídicas. Bruxelas entende que o decreto «Salva futebol» possibilita que os clubes italianos apresentem um quadro financeiro enganoso, sem os custos e ganhos reais ao longo de uma temporada, o que viola os princípios comunitários. A Comissão Europeia lembrou ainda que as autoridades italianas tinham assumido o decreto como uma medida pontual e Bruxelas contesta que continue em vigor sem que nenhuma medida tenha sido tomada para lhe por fim. Em Março passado, o governo italiano (chefiado por Berlusconi, presidente do AC Milan) alterou a lei «Salva futebol» para que não fosse permitida a ajuda do Estado aos clubes profissionais, encerrando assim a polémica aberta com o comissário europeu Mario Monti.