Cerca de um milhar de mulheres manifestaram-se, na segunda-feira, dia 8, exigindo a revisão da legislação proibicionista do aborto, que a aliança de esquerda democrática se tinha comprometido a realizar. As activistas acusam agora o governo de ter cedido às pressões da Igreja em troca do seu apoio ao referendo sobre a adesão da Polónia à União Europeia, realizado na primavera do ano passado.
A prática de aborto, que era legal durante o regime socialista, está sujeita a uma das legislações mais retrógradas da Europa, concebida e aprovada em 1993, sob a presidência de Lech Valesa. Estima-se que, para além dos 151 abortos legais que se efectuaram em 2002, entre 80 mil e 200 mil outros tenham sido feitos em consultórios privados que anunciam livremente os seus serviços em anúncios nos jornais.