- Nº 1566 (2003/12/4)
XIX Assembleia da Paz

Fazer chegar o CPPC a todo o País

Nacional
A criação e dinamização de comissões locais de Paz foi uma das principais decisões da XIX Assembleia da Paz, do CPPC, realizada no domingo em Lisboa.

Perto de uma centena de activistas da Paz participaram no domingo na décima nona Assembleia da Paz, órgão máximo do Conselho Português para a Paz e Cooperação. Vindos de várias partes do País, os participantes na Assembleia reforçaram, através de uma moção, aprovada por unanimidade, a necessidade de criar comissões de paz em diversos locais do País, com uma efectiva ligação à direcção central do CPPC.
Aderentes do CPPC do Algarve, de Évora e de Almada consideraram mesmo que só essa ligação à estrutura central pode garantir que não se perdem, antes se reforçam, as dinâmicas conseguidas nesses locais em vésperas da guerra do Iraque. Nestes três locais, realizaram-se, em cooperação com o CPPC, iniciativas de rua de condenação à guerra e em defesa da paz, com forte participação da população e de diversas associações e estruturas.
Ficou também assumida a criação de grupos de trabalho e a realização de reuniões de aderentes, descentralizadas e regulares. Todas estas medidas estavam inscritas no plano de acção, aprovado por unanimidade na Assembleia.
Para além das medidas orgânicas e de direcção, tendentes a levar mais longe a intervenção do CPPC, o plano de acção aprovado estipula os objectivos para os próximos anos, nas várias áreas em que o Conselho Português para a Paz e Cooperação intervém: segurança e desarmamento; solidariedade e cooperação; paz e desenvolvimento; relação e cooperação internacional.
Decidida ficou a dinamização de uma iniciativa pela paz e solidariedade entre os povos, a realizar no próximo dia 20 de Março – quando se comemora um ano do início da invasão do Iraque –, para a qual o CPPC deverá, desde já, iniciar os contactos necessários. A realização desta iniciativa, prevista para ser realizada simultaneamente em vários países, nasceu de um apelo dos movimentos de Paz norte-americanos, reafirmado na Assembleia dos Movimentos Sociais, que teve lugar em Paris, após o segundo Fórum Social Europeu.

Exigir o desarmamento

O desarmamento continua a ser um dos objectivos centrais do Conselho Português para a Paz e Cooperação. Em consonância com este objectivo, este lançará uma campanha de consciencialização da opinião pública, que pretende pressionar o Governo português a assumir «uma postura activa que conduza, no plano da NATO, da UE e da ONU, ao desarmamento geral, simultâneo e controlado».
Em vésperas da realização da sétima Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o CPPC estará atento à sua preparação e continuará a bater-se por uma Península Ibérica livre de bases militares estrangeiras e de armas nucleares, através da sua participação da marcha ibérica anual à Base Militar da Rota, em Cádiz.
A Assembleia decidiu também reforçar as acções concretas de solidariedade e cooperação com os povos vítimas de agressão, que já foi um dos principais eixos da actividade do CPPC e que decaiu em virtude da necessidade de apontar esforços para a luta contra a guerra. Os povos da Palestina, do Iraque, do Sahara Ocidental e de Cuba continuarão a ser os principais alvos desta solidariedade.