
- Nº 1561 (2003/10/30)
Brilhante intelectual comunista
Faleceu Emílio Peres
PCP
Com a morte de Emílio Peres, o PCP despediu-se de um «exemplar militante». Considera a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP que Emílio Peres entra para o património e história do Partido como «um intelectual habitado por uma aguda e alegre ânsia de investigar e saber, por uma aguda e alegre consciência da necessidade e possibilidade de trabalhar e lutar por um país e um mundo melhores, socialistas». Destaca a DORP a disposição entusiástica de Emílio Peres para os «combates pela felicidade», fossem estes grandes ou pequenos.
«Brilhante intelectual comunista, Emílio Peres sempre se pautou por uma exigentíssima concepção do trabalho intelectual e pela aguda consciência de que “um pensamento que não se transforma em acção ou é um aborto ou é uma traição”», recorda o PCP. A DORP lembra ainda a sua notável acção para a transformação dos estudos médicos e das condições do exercício da medicina no período subsequente ao 25 de Abril.
Nascido em 1932, Emílio Peres era formado em medicina e especializado em endocrinologia e nutrição. Colaborador e director de diversas revistas científicas da sua área de especialidade, foi também fundador do primeiro curso de ciências da nutrição do Porto e participou na formação de diversas associações científicas e profissionais. Publicou oito livros e participou em muitos programas de rádio e televisão sobre o tema de alimentação e saúde.
A DORP destaca ainda as suas «intervenções incontáveis junto das organizações do movimento social popular e de trabalhadores que fazem de Emílio Peres um amigo próximo de milhares e milhares de mulheres e homens, de uma ponta a outra do País».
Foi membro da Direcção Regional do Porto do PCP e candidato e eleito da junta e assembleia de Freguesia de Foz do Douro e da Assembleia Municipal do Porto. Foi candidato à assembleia da República.
No seu funeral, a que muitos compareceram, estiveram presentes os representantes da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central do PCP Sérgio Teixeira, Albano Nunes e Agostinho Lopes. A DORP marcou também uma forte presença.
À família de Emílio Peres, o secretariado do PCP enviou um telegrama onde transmite «profundas condolências e os seus sentimentos de profundo pesar e solidariedade» pelo falecimento de uma «figura prestigiada de intelectual e de comunista, profundamente empenhado na luta do povo português pelo progresso cultural, a democracia e o socialismo». Também o secretário-geral, Carlos Carvalhas, endereçou à família um telegrama de condolências.